Uma das mais prestigiadas artistas plásticas brasileiras, Tomie Ohtake morreu em 2015, em São Paulo, aos 101 anos. Por quase seis décadas desenvolveu seu trabalho como pintora, gravadora e escultora, e há um instituto de cultura na capital paulista que leva seu nome.
Tomie tornou-se amplamente conhecida pelas esculturas públicas em grandes dimensões —são cerca de 30, espalhadas pelas principais cidades brasileiras.
Em São Paulo, destacam-se os grandes painéis que fez para a Estação Consolação do Metrô, o Monumento à Imigração Japonesa na avenida 23 de Maio e as esculturas em diferentes pontos da Cidade Universitária.
De sua autoria também são o painel em tapeçaria de 800 metros quadrados localizado no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina. Este painel, que foi parcialmente destruído em um incêndio em 2013, estava sendo restaurado pela artista.
Conhecida pelo abstracionismo informal, pelo cromatismo vivaz e por suas esculturas públicas em grandes dimensões, a artista participou de oito edições da Bienal de São Paulo e pintou até o final da vida.
Nascida em Kioto, no Japão, Tomie foi educada para ser dona de casa. Em 1936, viajou ao Brasil para visitar um irmão, mas acabou se casando com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake (morto em 1977) e se estabelecendo no bairro paulistano da Mooca.
Foi apenas aos 39 anos, com os filhos já crescidos, que começou a pintar, montando e desmontando seu cavalete em um espaço diminuto da sala de jantar. O renomado arquiteto Ruy Ohtake era seu filho.
Em 1953, integrou o Grupo Seibi, formado pelos artistas de origem nipônica Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Flavio Shiró e Tadashi Kaminagai, mas seu trabalho só viria se a tornar conhecido a partir dos anos 1960.
Neste período, naturalizou-se brasileira e afirmou-se como artista devido a seu estudo das relações entre forma e cor que marcaria toda sua carreira, passeando entre formas ovais, quadradas, retangulares e cruciformes.
Nos anos 70, teve um dos momentos mais prestigiosos de sua carreira, quando expôs suas gravuras na sala “Grafica D’Oggi” na Bienal de Veneza de 1972, dividindo as paredes com grandes artistas do pop norte-americano, como Robert Rauschenberg.
Em 2010, inaugurou no Instituto Tomie Ohtake uma de suas últimas exposições, dedicada apenas ao círculo. No ano seguinte, apresentou “Pinturas Cegas”, série de 32 obras que produziu com os olhos vendados entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1960.
Premiada em diversas ocasiões ao longo da vida, a artista recebeu em 1995 o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura e, em 2008, o Grande Prêmio da Crítica de Artes Visuais da APCA. Suas obras fazem parte do acervo dos principais museus e coleções de arte brasileira.
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