Orquestra de Violoncelos de Ouro Branco

O violoncelista da Amazonas Filarmâonica, compositor Timóteo Esteves, realizou esta semana, a estreia mundial de sua composição inédita chamada Vindouro, no 8º Festival de Violoncelo de Ouro Branco. O Festival marca o retorno da edição de forma presencial, após dois anos de pandemia da Covid19 em que precisou acontecer de forma virtual.

A edição presencial contou com uma programação de concertos, master classes, palestras e o Concurso Nacional de Violoncelos. Entre os professores e participantes, estão nomes internacionais da música erudita como Matias de Oliveira Pinto (que é também Diretor Artístico do Festival), Fábio Presgrave, Kayami Satomi, Eduardo Swerts, Marcio Carneiro, Camila Ribeiro, Abel Moraes, Risa Adachi, entre outros.

O Concerto do Ensemble do Festival de Violoncelos de Ouro Branco, aconteceu na Capela de Santana da Pousada Ecorsini (antiga Fazenda do Pé do Morro). A obra inédita intitulada Vindouro, foi composta em três movimentos, para Orquestra de Violoncelos e Percussão: I. Clamore, II. Tempo-Espaço e III. Rumores. Com estilo predominante de maracatu, um ritmo nordestino, a música também imprime referências da região norte, já que o artista, nascido em Recife, mora em Manaus há mais de 20 anos e integra a Orquestra Amazonas Filarmônica há 12 anos.

“Vindouro, além de logicamente significar algo que está vindo, também representa uma apresentação de uma pessoa, de um rei, é uma representatividade. O maracatu apesar de ter uma batida mais forte, tem a ver com coroação de um rei, um rei representante do povo negro que defende os princípios e ideais de seu povo. Mas o nome escolhido, que também significa vindo do ouro, se conecta com o nome da cidade onde acontece o Festival”, contou.

Timóteo recebeu o convite para participar do Festival por meio do professor de violoncelo e maestro da orquestra deste Festival, Kayami Satomi. Segundo ele, foi um chamado para estrear a melhor obra para violoncelo que pudesse escrever no ano. O resultado, apresentado na noite de ontem, mostrou uma identificação geral do público, que reagiu surpreendido pelo ritmo e pela coreografia do capoeirista Said Lucas, da Associação e Cultura Afro-brasileira de Ouro Branco (Acafro).

O evento realizado pela Casa de Música de Ouro Branco, acontece desde o dia 9 de abril e encerrou ontem (16), com apresentação especial da Orquestra de Violoncelos, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, localizado no Prédio Rosa da Praça da Liberdade, na capital Belo Horizonte.

Músico e compositor

Timóteo Esteves é natural de Recife-PE, compositor, violoncelista e pedagogo formado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em 2007. Iniciou seus estudos em música aos 2 anos de idade (piano) com sua mãe, cantora, arte educadora e maestrina Glaucia Rosa Esteves que sempre percebeu muita criatividade no filho.

Em Manaus o jovem compositor estudou violoncelo aos 14 anos com a mestra Emilia Valova no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro. A arte de compor sempre esteve presente nos instrumentos que estudou. Mesmo quando praticava técnica no violoncelo uma nova música era idealizada, foi então que em 2018 incentivado pela família, estudou com o professor PhD Ralph Manuel, que na competência de especialista em composição direcionou o jovem compositor nos livros de A. Schoenberg.

Entre suas realizações esteve entre os compositores selecionados para o Panorama dos Compositores Amazonenses realizado no Teatro Amazonas, com a Abertura “Indígena” interpretada pela Orquestra de Câmara do Amazonas sob regência do maestro Marcelo de Jesus (2015).

Desde 2004 atua em Manaus como compositor e em 2009 como violoncelista da Orquestra Amazonas Filarmônica e professor na classe de violoncelos do Liceu de Artes.

Com informações da assessoria