Foto: Fábio Simões / Concultura

A oficina de vivência “Laboratório Performático Cura Amazônica” ofereceu vagas para 30 artistas de vários segmentos e membros dos povos baré, dessana, sateré-mawé e tukano. Esse projeto, concluído ontem (4), no centro cultural Usina Chaminé, no centro histórico da cidade, foi contemplado pelo edital Manaus Faz Cultura 2022, da Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), e atende ao Programa de Cultura Itinerante do município.

O diretor de Cultura do Concultura, Carlos Guedelha, participou da roda de conversa na abertura da oficina e destacou a política pública determinada pelo prefeito David Almeida, de descentralizar os projetos culturais de incentivo, geração de emprego e renda aos trabalhadores da cultura em todas as zonas da capital.

“A arte, além de essencial como instrumento de reinvenção da vida como disse Cecília Meireles, é um meio de vida com a indústria cultural, e potencializa a economia criativa. Por isso, é fundamental a formação do artista para gestão da carreira”, disse Guedelha.

A vivência foi multiplicada pelo ator Eric Max, proponente do projeto, com a professora Carina Dessana, a atriz Jôce Mendes e o ator Kadosh Olive.

“Tudo o que está vivo pode e deve se manifestar com arte”, justifica Max. Ele relatou ainda que essa vivência é fruto de sua origem no município de Novo Airão e sua multiplicidade étnica e ambiental. “Hoje Manaus abre os braços, proporcionando a nós que possamos realizar arte, vindos do interior, da periferia rica em cultura”, finalizou.

Um grupo de quatro indígenas do município de Novo Airão participou da vivência. A cidade serviu de base para a pesquisa dos rituais e culturas indígenas empregadas na oficina. A indígena e acadêmica de Direito, Carina Dessana “Horo Pakó”, avaliou o programa de oficinas culturais como essencial para a difusão artística e cultural. “Só agradecemos à Prefeitura de Manaus pela iniciativa e oportunidade que iremos multiplicar em nossas comunidades”.

Oficina

O Laboratório Performático Cura Amazônica é uma vivência formativa gratuita com duração de 3 dias presenciais e os participantes ganharam certificado. A classificação foi livre, adequada para atores, estudantes, professores, artistas de diferentes vertentes das artes, das ciências humanas e sociais.

O tema raiz da proposta são os rituais indígenas que foram exercitados na teoria e na prática por meio de exercícios teatrais, como “start” para o reconhecimento da identidade original e a expressão da linguagem própria com autenticidade, singularidade, autonomia e despertar a expressividade performática ancestral coletiva, onde a consciência de que a Amazônia é um território sagrado, que necessita de agentes que atuem para a preservação da biodiversidade e para a defesa da diversidade cultural dos nossos povos.

Com informações do Concultura