Emmanuel Macron - Foto: Reprodução / Twitter / emmanuelmacron

Nesta segunda-feira (3), o presidente da França, Emmanuel Macron, vai se reunir com líderes do Parlamento francês para conversar sobre a onda de protestos que tomam conta do país após a morte de um jovem de 17 anos durante uma abordagem policial.

Depois de um apelo da avó da vítima, os manifestantes recuaram com os protestos na noite desse domingo (2).

“Parem os tumultos, parem a destruição”, pediu a mulher, identificada como Nadia, falando à emissora BFMTV . “Eu digo isso para aqueles que estão se rebelando: não quebrem janelas, não ataquem escolas e ônibus. Parem. São as mães que pegam esses ônibus.”

Ontem, mais 157 pessoas foram presas e três agentes de segurança ficaram feridos no confronto, disse o Ministério do Interior da França em comunicado.

Embora o número ainda seja alto, está menor em comparação à noite anterior, que registrou 719 prisões, e à última sexta (30), com 994.

O chefe da polícia de Paris, porém, disse que ainda é muito cedo para dizer que os atos de violência foram contidos

“Evidentemente houve menos danos, mas continuaremos mobilizados nos próximos dias. Estamos muito focados; ninguém está reivindicando vitória”, afirmou Laurent Nunez à mídia local.

Nesta terça-feira (4), o presidente francês vai se encontrar com os prefeitos das 220 cidades que estão sendo atingidas pelos protestos. Na noite de ontem, Macron também se reuniu com ministros do governo para tratar sobre o assunto.

O caso

Centenas de franceses foram às ruas após um jovem de 17 anos ser baleado durante uma abordagem policiais em Paris. Os manifestantes incendiaram veículos, atiraram pedras e dispararam fogos de artifício contra os policiais.

O agente que atirou no adolescente foi colocado sob custódia nessa terça-feira (27) depois que o garoto morreu no hospital.

Naël estava no carro com outras duas pessoas no momento em que foram parados em uma blitz policial, segundo os promotores de Justiça envolvidos no caso.

Na abordagem, ele teria ligado novamente o veículo e acelerado, o que teria apresentado perigo físico aos policiais. “Foi nesse contexto que o policial usou sua arma de fogo”, disse o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez.

A versão, no entanto, foi contestada pela família do jovem com um vídeo que mostra dois policiais na lateral do veículo e, enquanto um segura a porta, o outro mantém a arma apontada para o motorista. Quando o carro acelera, o policial dispara.

Duas investigações foram abertas pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional para apurar o caso.

*Com informações de IG