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A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito do acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas em novembro de 2021. Em coletiva transmitida nesta quarta-feira, 4, os investigadores confirmaram que a queda do avião de pequeno porte foi causada por erro dos pilotos Geraldo Martins de Medeiros Junior e Tarcísio Pessoa Viana.

“A tripulação, por circunstâncias até então não justificáveis, atuaram com negligência e com imprudência”, disse Ivan Lopes Sales, um dos delegados da investigação. A polícia atribuiu o crime de homicídio culposo aos pilotos, mas pediu o arquivamento por conta da morte de todos os que estavam a bordo.

Segundo o delegado, não era obrigatório que as torres tivessem sinalização, além disso existiam protocolos e procedimentos a serem executados, como o levantamento prévio de possíveis obstáculos no trajeto, o que não foi realizado. Em caso da não execução do levantamento, o voo deveria seguir em passagem baixa, o que também não foi feito.

Sales ressaltou ainda que existiam documentos que possibilitavam a identificação das torres, além do EGPWS, um equipamento que emite sinais sonoros quando há a proximidade de morros e obstáculos.

“É fato que esse equipamento pode ser desligado pelos pilotos, porque na medida em que a aeronave chega para a aproximação e vai se aproximando do solo, começa a ter esses avisos. A aeronáutica não conseguiu chegar nessa informação, em razão da deterioração da aeronave, se eles desligaram ou não”.

A polícia também descartou a possibilidade de crime ambiental pelo vazamento de combustível da aeronave.

Acidente completa quase dois anos

Marília Mendonça morreu em 5 de novembro de 2021, aos 26 anos, após a queda de um avião de pequeno porte em uma cachoeira em Caratinga, no interior de Minas Gerais. Além dela e dos pilotos, o produtor Henrique Ribeiro e o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho também morreram.

O avião — um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984– decolou de Goiânia com destino a Caratinga, onde Marília teria uma apresentação à noite. A aeronave se chocou contra uma torre de transmissão, a 2 quilômetros da pista onde faria o pouso.

Em maio de 2023, um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, concluiu que não houve falha mecânica e que o piloto contribuiu para o acidente, ao decidir qual seria a manobra feita para o pouso no aeroporto mineiro.

No início de setembro, a artista foi indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja com Decretos Reais, projeto póstumo.

*Com informações de Terra