A casa de Guilherme Boulos (PSOL) faz parte do grupo de 906 mil unidades que ainda estão sem energia elétrica em São Paulo e na região metropolitana após a tempestade de sexta-feira, 11. O candidato a prefeito da capital paulista classificou como “descaso completo” o fato dele e mais de 1,6 milhão de pessoas estarem sem luz há mais de 12 horas.
O deputado federal mora no Campo Limpo, bairro da Zona Sul, um dos mais afetados pela tempestade. Boulos cancelou a agenda de campanha para visitar os locais atingidos pela chuva. Ele mostrou o local pela vizinhança em que uma árvore em cima de um carro e de uma perua escolar.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o candidato do PSOL criticou a gestão de Ricardo Nunes (MDB), que é candidato a reeleição, e afirmou que o adversário na corrida eleitoral ficou “3 anos e meio sentado na cadeira de prefeito e não planejou a cidade para tempestades”. Segundo Boulos, a publicação precisa esperar meses para ter os chamados para podas de árvores atendidos.
“Aconteceu um apagão em novembro do ano passado. Na época, o Nunes foi curtir o camarote da Fórmula 1 e do UFC. Agora, como está perto da eleição, ele está fingindo que está comandando. Definitivamente o que tinha sido feito não é agora, que é quando ele faz cena. Ele tinha que ter feito como prefeito, mas não fez, ele se omitiu”, criticou.
Boulos ainda afirmou que vai entrar com uma ação no Ministério Público para apurar as responsabilidades da Prefeitura e da Enel, concessionária de energia elétrica que atende a região metropolitana. “[Responsabilidade da] Prefeitura, que não fez a poda de árvore, e da Enel, que todo mundo sabe que é uma tragédia, privatizaram a luz, a conta ficou mais cara e só piorou.”
Resposta de Ricardo Nunes
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) também cancelou a agenda que teria neste sábado, 12, na Missa no Santuário Nacional de Aparecida, para acompanhar as equipes de zeladoria que trabalham para reestabelecer serviços na capital paulista. O candidato à reeleição criticou a “ineficiência da Enel” em agir rapidamente e minimizar os transtornos causados pelas chuvas e ventos da noite desta sexta-feira, 11.
Na conversa com os jornalistas na Central de Monitoramento do Smart Sampa, no Centro da capital, Nunes criticou a Enel: “Estou desde ontem falando (com a Enel). Virei a noite inteira acompanhando essa tempestade (…) O que a gente tem de problema na cidade hoje é por conta da ineficiência da Enel.”
Segundo o prefeito, a capital paulista amanheceu com “960 mil unidades consumidoras sem energia na cidade, 17% do total. Essas questões foram ocasionadas por conta de problemas em 17 estações de Enel, que inclusive não ficam na cidade de São Paulo, e foram atingidas”. Além disso, 168 semáforos estão inoperantes, “todos eles por falta de energia, por conta da Enel”.
Balanço da chuva
A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo e municípios do interior do Estado na noite de sexta-feira, 11, deixou ao menos sete pessoas mortas, segundo informou na manhã deste sábado, 12, a Defesa Civil.
A tempestade provocou uma morte na capital, devido a uma queda de árvore em um condomínio. Na cidade de Diadema, foi registrado um outro óbito em decorrência também de uma queda de uma árvore.
De acordo com os dados históricos (registros desde 1995), as rajadas de vento registradas ontem na Região Metropolitana de São Paulo foram recorde, com ventos na casa dos 107,6 km/h. O Corpo de Bombeiros registrou cerca de 150 chamados para atendimentos de quedas de árvores na Grande São Paulo até o início da manhã deste sábado.
A chuva também casou deslizamento e desmoronamento. Em Cotia, duas pessoas foram socorridas em estado grave em um desmoronamento e, em seguida, faleceram. Em Bauru, foram registradas três mortes, onde um muro caiu em cima de um homem, uma mulher e uma criança.