Yoda tem 4 anos e foi responsável pela prisão de Danilo Cavalcante - Foto: Reuters

A polícia americana passou duas semanas tentando prender o brasileiro Danilo Cavalcante, condenado à prisão perpétua por matar a ex-companheira. Todo um esquema de segurança foi montado para que a captura dele fosse possível. Entre helicópteros e centenas de agentes, estavam também o cachorro policial Yoda, de 4 anos.

Cavalcante foi encontrado nesta quarta-feira, 13, na cidade de South Conventry, no Estado da Pensilvânia. Ele tentou se esconder entre os arbustos, rastejando no meio do mato, mas o cão o farejou, o seguiu e conseguiu alcançá-lo. Ele foi dominado pelo animal até que os policiais chegassem.

Nas imagens veiculadas sobre a prisão dele, é possível ver que a roupa do brasileiro estava com sangue, provavelmente em razão das mordidas que tomou do Yoda. O preso precisou de atendimento médico após a captura.

A irmã de Débora Brandão, ex de Cavalcante, afirmou que o filho da vítima sempre gostou do baby Yoda, o Grogu, personagem da franquia Star Wars. Sarah Brandão disse que ficou impactada ao saber o nome do cachorro que capturou o assassino. “Para mim faz todo sentido”, escreveu nas redes sociais.
Crime e condenação

Segundo o jornal americano Daily Local, o crime ocorreu em 2021, na cidade de Phoenixville, no Estado da Pensilvânia. Na ocasião, o brasileiro esfaqueou sua ex-namorada até a morte na frente dos filhos pequenos dela. Depois, fugiu do local em um carro e foi preso no dia seguinte em Virgínia, após receber ajuda de dois amigos que testemunharam no caso.

A irmã da vítima relatou à TV Globo naquele ano que Danilo não aceitava o fim do relacionamento e, desde de 2020, ano anterior ao crime, já ameaçava Débora. A brasileira morava no país há 5 anos, com seus dois filhos, frutos de outro casamento.

No dia 22 de agosto ocorreu o julgamento do brasileiro, que durou cerca de 20 minutos. Na ocasião, o homem apenas apresentou um pequeno pedido de desculpas. “Quero pedir desculpas a eles”, disse Cavalcante ao se referir aos filhos de Débora, e a irmã dela, Sarah Brandão.

Apesar disso, o juiz Patrick Carmody afirmou a ele que suas ações desmentiam qualquer sentimento de remorso e que “se ele estivesse realmente arrependido se confessaria culpado, poupando a irmã e a filha da vítima de testemunharem”.

“Para você fazer com que [a menina] revivesse o assassinato de sua mãe foi uma decisão consciente sua. Foi uma decisão egoísta. Você pensou em si mesmo e não pensou naquelas crianças”, disse o magistrado.

A condenação determinada pelo juiz considerou as evidências apresentadas pela equipe de acusação da promotora distrital, o depoimento da filha de Débora – testemunha ocular do crime -, além de relatos de vizinhos que ajudaram a resgatar as crianças naquele dia.

Os defensores públicos que atuaram em sua defesa reconheceram a culpa dele diante do júri, mas argumentaram que ele agiu no “calor da paixão” e deveria ser considerado culpado por um crime de menor grau. O júri rejeitou a sugestão.

A defesa ainda argumentou que Cavalcante cresceu pobre no Brasil e também foi vítima de abusos. “Esses indivíduos muitas vezes cometem os mesmos crimes que testemunharam”, afirmou um dos promotores, alegando que o brasileiro começou a se associar com membros de gangues e tornou-se viciado em drogas e álcool.

Segundo Deborah Ryan, promotora do caso, toda a família da vítima está sofrendo com a tragédia. Ela chamou as ações do brasileiro de “frias, calculistas e hediondas” e disse: “Ele não apenas assassinou Deborah Brandão brutalmente, mas também na frente dos dois filhos dela”.

Segundo a promotora, o homem queria a ex-namorada morta porque ela havia ameaçado contar às autoridades que ele era procurado por assassinato no Brasil. “Se a senhorita Brandão fosse à polícia, ele teria sido denunciado. Ele fez isso para silenciá-la. Esta foi uma tragédia sem sentido e comovente. Ele a massacrou até a morte”, lamentou.

*Com informações de Terra