Felipe Naveca destaca que o monitoramento do avanço dos casos é necessário e deve continuar (Foto: Eduardo Gomes)

Felipe Naveca explica que independente da subvariante do vírus, o Amazonas não registra casos graves de Covid e alerta para necessidade de monitoramento e esquema vacinal completo

O virologista Felipe Naveca, coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), descartou hoje (8), a possibilidade de que o aumento do número de casos positivos de Covid-19 registrado nos últimos dias, no Amazonas, esteja associado à subvariante BQ.1, derivada da Ômicron e identificada recentemente. Segundo ele, a nova subvariante deriva de uma linhagem anterior, a BA.5, e está relacionada ao aumento de casos na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, no Amazonas, as pesquisas ainda não evidenciam essa relação.

“Por conta do aumento da BQ.1 na Europa e nos EUA, foi emitido um alerta para monitorar o avanço desta linhagem em outros países. Como nós estamos vendo, existe um aumento de casos no Amazonas, mas ele não está associado até o momento com o avanço da BQ.1”, afirma, citando a existência de outra sublinhagem, a BA.5.3.1. “A BA.5.3.1, até agora, é a linhagem que corresponde a 94% dos casos no Amazonas, no período mais recente analisado (até 21/10/2022). Em virtude das mutações que encontramos nessa linhagem, pedimos ao comitê responsável pela classificação que seja criada uma designação própria, o que será avaliada nas próximas semanas”, adianta Naveca.

O especialista, entretanto, destaca que a notícia mais importante é que, mesmo sendo a BQ.1 ou BA.5.3.1 mutante, o que está ocorrendo é um aumento de casos mas não de casos graves. “Essa é a informação mais importante nesse momento. Precisamos continuar monitorando para ver como vai se comportar a curva de casos nas próximas semanas, felizmente não temos o aumento de casos graves. Isso mostra que a imunidade adquirida pela população, principalmente através da vacinação, continua nos protegendo. No entanto, é fundamental que aqueles que estejam devendo dose de reforço sejam vacinados.”

Com informações da assessoria