Assistir desenhos no celular ao comer é prática cada vez mais comum entre crianças (Foto Ulrich Baumgarte / El País)

Os avanços tecnológicos trouxeram facilidades para o acesso precoce de crianças aos celulares, tablets e dispositivos móveis, um fenômeno que, embora cada vez mais comum nos dias atuais, alerta especialistas para os impactos no desenvolvimento da fala e da linguagem dos pequenos.

De acordo com a fonoaudióloga Lorena do Carmo Silva, do Hospital Nilton Lins (HNL), o número de atendimentos de crianças que se enquadram nestes casos tem aumentado nos últimos anos e o uso de telas na infância é totalmente prejudicial para as crianças, uma vez que compromete o desenvolvimento cognitivo, emocional e comportamental.

Ainda segundo a especialista, os problemas mais comuns que podem surgir são vocabulário restrito, atraso na fala, falta de interesse por assuntos e brincadeiras lúdicas e a dificuldade de concentração em atividades fora das telas.

“O uso da tela acontece cada vez mais cedo, mas a maior incidência está em crianças por volta de 2 anos, fase na qual se espera que elas tenham um repertório maior e formem frases com duas palavras. Os pais devem estar atentos e quando começarem a perceber que os filhos não estão dentro do esperado, devem procurar ajuda imediata”, afirmou Lorena, ao explicar que uma das primeiras atividades da terapia é conscientizar mães e pais para retirar os aparelhos do cotidiano dos filhos.

Problemas de postura

Além da fala, a fonoaudióloga afirma que o uso precoce de celulares e aparelhos similares na infância, também afeta outras formas de comunicação como a escrita, o relacionamento, a interação com outras pessoas, dificuldade em manter diálogos, problemas de aprendizagem e que no futuro, podem se tornar adultos introvertidos e ansiosos.

“A Organização Mundial de Saúde orienta que o uso das telas seja acima de dois anos e com uma hora de duração por dia. Dentro do possível, crianças abaixo desta idade não devem ter acesso e todo atraso de fala em crianças deve ser investigado. Não espere até os três anos para procurar ajuda de um profissional”, reforça.

Lorena do Carmo acrescenta ainda que a postura corporal durante o uso dos aparelhos – geralmente com a coluna curvada – também afeta crianças, adolescentes e adultos na fala e na pronúncia de palavras e letras.

“Para se ter uma boa oratória você precisa ter uma postura adequada, um bom domínio de palavras e uma respiração adequada para conseguir se comunicar com o outro. Se estou de cabeça baixa, sem contato visual com quem estou conversando a outra pessoa não compreende”, alertou.

Todas as consultas e exames realizados no HNL são feitas por agendamento prévio pelo número de WhatsApp (92) 3643-2133 ou diretamente no hospital (no bairro Parque das Laranjeiras).

Além de pacientes particulares, o hospital possui convênio com os planos Geap Autogestão, Bradesco Saúde, You Saúde, Fundo de Saúde do Exército Brasileiro (Fusex), e plano dos servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas e associados da Ordem dos Advogados do Brasil-Amazonas (OAB-AM).

Com informações da assessoria