Imagem meramente ilustrativa mostra mão coberta por luvas e gel nos dedos - Foto: Roman Budnyi / iStock

O exame de toque retal ainda é tabu para muitas pessoas. Porém, é necessário para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, como lembrado durante toda a campanha do Novembro Azul, dedicada a disseminar informações sobre o combate ao tumor.

A doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e o que mais mata essa parcela da população, cenário que destaca a necessidade de esclarecer o que é mito e o que é verdade quanto ao procedimento que pode ajudar a salvar vidas. Veja abaixo quem deve passar pelo exame e sob quais condições:

O exame toque retal dói?

Não. Para realizar o exame, o médico usa luva e lubrificante para inserir um dedo no ânus do paciente. De acordo com o portal de Drauzio Varella, o médico pode pedir que o paciente faça força, mas todo o procedimento dura cerca de 10 segundos e é indolor.

O exame ajuda na prevenção do câncer de próstata?

Não é bem assim — exames servem para fornecer diagnósticos, e não prevenir doenças. Segundo o urologista e sexólogo Danilo Galante, o toque sozinho orienta em média 10% dos diagnósticos precoces. Por isso, deve ser sempre associado ao PSA (Antígeno Prostático Específico), exame de sangue que, sozinho, apresenta 60% de precisão nos diagnósticos. Combinados, os dois métodos garantem 90% de acurácia.

“Mas o toque e/ ou o PSA não fazem diagnóstico. Fazem a suspeita para o paciente ir pra ressonância [magnética] e depois pra biópsia. É a biópsia de próstata que dá o diagnóstico”, ressalta o médico em entrevista ao Terra.

O exame de próstata é feito apenas por quem tem histórico familiar da doença?

Não, mas a questão divide opiniões. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca), por exemplo, não recomendam rastreamento populacional da doença. Isso porque há casos em que o tumor é de baixa agressividade e progressão lenta, sem necessidade de tratamento.

Assim, acredita-se que tal investigação pode gerar estresse e ansiedade, eventualmente desnecessárias, além do risco de impotência e incontinência urinária, consequência do tratamento.

Já a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mantém a recomendação para que homens a partir dos 50 anos façam consultas periódicas com um profissional especializado, a fim de buscar o diagnóstico precoce. Se o paciente estiver no grupo de risco, como é o caso de homens negros, com quadro de obeso ou parente de primeiro grau que já teve a doença, esse check-up deve começar ainda antes, aos 45 anos.

Dito isso, o ideal é que homens nessa faixa etária busquem atendimento personalizado. Ciente de todo histórico e condição clínica, o médico poderá indicar a melhor forma de acompanhamento e, quando necessário, como tratar o paciente.

Somente quem tem sintomas precisa fazer o exame?

“Nunca aguardamos o paciente ter sintoma pra fazer uma avaliação de câncer de próstata”, frisa Galante antes de esclarecer a indicação. “Pacientes com sintoma que tem câncer de próstata são pacientes que já têm metástase e já não têm mais chance de cura, então não se espera sintomas para avaliação desse câncer”.

Homens abaixo de 40 anos podem ter câncer de próstata?

É raro, tanto que a doença é considerada de “terceira idade”, por ser mais frequente em homens acima dos 55 anos. No entanto, não se descarta a possibilidade de acometer homens jovens.

*Com informações de Terra