Donald Trump, presidente dos Estados Unidos - Foto: Casa Branca / Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer nesta quarta-feira (30) que o tarifaço contra parceiros comerciais vai entrar em vigor no dia 1º de agosto. O mandatário rejeitou prorrogar o prazo.

“O prazo de primeiro de agosto é o prazo de primeiro de agosto — ele permanece firme e não será prorrogado”, escreveu Trump na Truth Social, rede social da qual é dono, completando em outra publicação: “1º de agosto: um grande dia para a América”.

Com isso, a partir desta quinta, vários países que exportam para os Estados Unidos vão enfrentar sanções tarifárias. O Brasil está entre eles e é um dos principais alvos, pois terá de arcar com uma alíquota de 50%.

Além do Brasil, outros países atingidos pelas tarifas incluem Canadá (35%), México (30%) e Coreia do Sul (25%), mas nenhum deles foi alvo de uma taxa tão alta quanto a imposta aos produtos do nosso mercado.

Tensões políticas e econômicas

A tensão entre Brasil e Estados Unidos tem nuances políticas e econômicas. Isso porque Trump citou, como justificativa para as tarifas, a suposta “censura a redes sociais dos EUA” e defendeu Jair Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente brasileiro é alvo de uma “caça às bruxas”.

Também afirmou que a relação comercial com o Brasil “tem sido injusta e não recíproca”. No entanto, os EUA têm superávit com o Brasil: de 2009 até hoje, as exportações americanas ultrapassaram as importações em US$ 88,61 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento.

Ainda nesta quarta-feira (30), foi publicada uma entrevista do presidente Lula ao jornalista Jack Nicas, do New York Times. Nela, o mandatário brasileiro disse que tenta negociar com o norte-americano, mas sem abdicar da soberania do Brasil.

“Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, disse o presidente. “Trato a todos com muito respeito. Mas quero ser tratado com respeito.”

Lula também comentou da suposta tentativa do governo americano de influenciar as decisões judiciárias do Brasil.

“O povo brasileiro pagará mais por alguns produtos, e o povo americano pagará mais por outros. E eu acho que a causa não merece isso. O Brasil tem uma Constituição, e o ex-presidente está sendo julgado com pleno direito de defesa”, destacou.

*Com informações de IG