Foto: Evaristo Sá / AFP

O presidente Lula (PT) voltou a criticar as condições da União Europeia para o acordo com o Mercosul e citou outros tratados globais envolvendo o meio ambiente que não tiveram os objetivos alcançados.

O que disse Lula

“Você não pode imaginar que um parceiro comercial seu pode impor condições. Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos. Não cumpriram o Protocolo de Kyoto, não cumpriram as decisões de Copenhage, não cumpriram as decisões da Rio [92], e não vão cumprir a questão do Acordo de Paris”, declarou Lula durante o programa Conversa com o Presidente, transmitido ao vivo em suas redes sociais.

“Eu disse que a carta era inaceitável”. Segundo Lula, o posicionamento dos países europeus previa condições que iriam prejudicar a indústria brasileira e, consequentemente, os empregos no setor. O Brasil busca política de “ganha-ganha” no acordo comercial, disse o presidente.

Brasil tem autoridade moral na questão climática. Lula argumentou que, apesar dos retrocessos ambientais do governo Bolsonaro, o país ainda tem a maior parte de sua fonte energética de origem renovável, ao contrário do resto do mundo, e vai perseguir metas de desmatamento zero na Amazônia.

Lula assume Mercosul e dianteira das negociações com UE

Na Argentina para a cúpula do Mercosul em Puerto Iguazú, Lula vai se encontrar com líderes do Uruguai, Paraguai, Bolívia e sul-americanos associados. Nos planos de Lula está integrar os países vizinhos no comércio, infraestrutura, saúde e defesa. Hoje Lula assumirá como novo presidente do Mercosul.

Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, o Brasil vai exigir o fim das ameaças europeias relacionadas ao meio ambiente para dar seguimento ao acordo. As exigências do bloco foram consideradas “arrogantes” por Lula, já que as exportações brasileiras agrícolas poderiam sofrer sanções ou tarifas extras se o país não atendesse exigências ambientais dos europeus.

*Com informações de Uol