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Milton Nascimento estreia última turnê com show inédito e sem falar em despedida

Foto: Instagram

“A Última Sessão de Música” é o nome dado à apresentação que marca a despedida dos palcos, mas o cantor garante que vai continuar compondo suas canções

Milton Nascimento, um dos maiores ícones da música brasileira, está se despedindo dos palcos e fez a primeira apresentação da turnê “A Última Sessão de Música” no palco da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro ontem (11). O cantor escolheu especialmente sua cidade natal para celebrar esse momento da carreira e emocionou os fãs com um repertório repleto de canções clássicas, incluindo “Travessia”.

O show foi restrito para amigos, artistas e um seleto grupo de 800 pessoas que conseguiram comprar o NFT (sigla de token não-fungível), teve quase duas horas de duração e um setlist de 27 músicas especialmente escolhidas por Milton.

O cantor não gosta de falar em despedidas, mas após 60 anos de carreira, ele disse em entrevista ao “Jornal Nacional” que está cansado e que pretende continuar compondo no conforto do lar. “Um filme que passa na minha cabeça são as amizades, as pessoas que eu fui deixando pelo caminho, achando outras”, declarou.

O filho Augusto Nascimento é o diretor artístico do show e comentou que o conceito da apresentação é mostrar que Milton é o trem que saiu das montanhas de Minas, onde encontrou a música, para rodar o mundo. “Agora está vindo para a última estação, passando pela ‘Última Sessão de Música’”, contou.

Lucas de Mello, doutorando e mestre em Letras, que estava no show, fez um relato sobre como foi o clima da estreia da última turnê de Milton. No texto, ele disse estava muito emocionado por ter tido a honra, a satisfação e o prazer de participar dessa apresentação.

“Sendo a hora do Encontro também Despedida, Milton se despede dos ‘bailes da vida’ em grande estilo – força e gana –, e continua nos encantando e nos emocionando com seu talento, suas músicas e sua voz! Uma voz que fez Elis Regina, a maior, declarar: ‘Se Deus cantasse, seria com a voz de Milton Nascimento'”, comentou.

Entre as músicas escolhidas para essa apresentação foram “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”, “Mais Bonito Não Há”, “Encontros e Despedidas”, “Ponta de Areia”, Cio da Terra” e “Nos Bailes da Vida”.

A turnê agora parte para a Europa com dois shows na Itália, um no Reino Unido e quatro em Portugal. Depois, Bituca, como é carinhosamente chamado pelo público, volta ao Brasil, faz duas apresentações no Rio e outras duas em São Paulo para viajar mais uma vez: serão quatro shows somente nos Estados Unidos. Por fim, ele volta ao Brasil para arrematar a temporada com várias apresentações na capital paulista.

Com informações do IG

McDonald’s encerra operações na Rússia e lanchonetes reabrem com novo nome

Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP

“O nome muda, mas o amor permanece”: este é o lema com que as antigas unidades do McDonald’s reabriram hoje (12) na Rússia, agora como marca local, depois que a rede americana deixou o país devido ao conflito na Ucrânia.

Os antigos restaurantes na Rússia do grupo McDonald’s, que anunciou sua saída do país depois de mais de 30 anos de presença, foram rebatizados de “Vkousno i tochka” (“Delicioso. Ponto Final”) por seu novo proprietário russo.

O logotipo amarelo característico foi substituído por duas listras estilizadas de cor laranja que representam duas batatas fritas acompanhadas de um ponto vermelho.

“Tentamos fazer de tudo para que nossos clientes não percebam nenhuma diferença, nem no ambiente, nem no sabor, nem na qualidade”, disse o CEO do grupo que assumiu o comando da rede, Oleg Paroyev.

O novo proprietário da rede de ‘fast food’ na Rússia, o empresário Alexander Govor, garante que os 51.000 ex-funcionários do McDonald’s em todo país conservarão os empregos.

Ele também prometeu que o sabor não mudará e que trabalhará para melhorar a rede. Govor declarou:
Esperamos que o número de clientes não diminua, e sim que aumente. Ainda mais agora que é uma empresa totalmente russa”.

“Estou muito orgulhoso de ter recebido a honra de desenvolver esta empresa. Sou ambicioso e planejo não apenas reabrir os 850 restaurantes, como também desenvolver outros novos”, disse.

Alexander Govor, de 62 anos, operava desde 2015 sob a franquia McDonald’s 25 restaurantes em várias cidades da Sibéria desde 2015. Ele alcançou um acordo de compra do negócio em 19 de maio, três dias após o McDonald’s anunciar a saída do mercado russo.

O McDonald’s estava no país há mais de 30 anos e foi uma das primeiras janelas que o país, que ainda era a União Soviética, teve para o mundo ocidental. Por este motivo era uma marca muito popular e representava cerca de 9% do faturamento do grupo americano.

O primeiro restaurante sob propriedade russa abriu as portas ao meio-dia (6H00 GMT) deste domingo na Praça Pushkin, em Moscou, com direito a fila na porta.

Este é o ponto histórico onde foi inaugurado o primeiro McDonald’s da Rússia, com filas quilométricas, em janeiro de 1990, pouco menos de dois anos antes do colapso da União Soviética.

Na segunda-feira devem reabrir mais 50 lojas e, em breve, a rede espera retomar as atividades de 50 a 100 restaurantes por semana em todo o país.

Paroyev disse que a empresa teve que retirar do cardápio alguns itens com referência direta ao McDonald’s, como o McFlurry e o Big Mac. A embalagem se tornou neutra, pois nenhum item pode fazer referência ao grupo McDonald’s.

Paroyev disse que os preços dos hambúrgueres serão um pouco mais elevados que os da rede americana devido à inflação na Rússia, mas garantiu que continuarão “acessíveis”.

O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, visitou a lanchonete emblemática durante a manhã a anunciou, no aplicativo de mensagens Telegram, que “a qualidade do serviço continuará sendo a mesma”. Quinze pontos de venda da rede abrem neste domingo na capital russa.

O grupo McDonald’s, que fechou temporariamente os restaurantes na Rússia no início de março, anunciou em 16 de maio a saída definitiva do país e a venda das operações, alegando a necessidade de “permanecer inflexível em seus valores”.

Com informações do Uol

Átila e Belarmino Lins encaram chuva em Juruá. “O trabalho está acima de tudo”

(Foto: Divulgação)

Nem a chuva impediu que o deputado federal Átila Lins (PSD) e o deputado estadual Belarmino Lins (PP) cumprissem sua agenda de trabalho no município de Juruá, na sexta-feira (10).

“O mais importante é o nosso trabalho que temos que cumprir sempre, o trabalho está acima de tudo”, disse Belão, que, na companhia de Átila, vistoriou obras que serão inauguradas em breve no município, tais como o Centro de Convivência do Idoso e a iluminação de várias ruas da cidade com lâmpadas LED, além da entrega de implementos agrícolas em benefício de trabalhadores do setor primário.

(Foto: Divulgação)

Átila e Belarmino também lutam pela construção de uma Praça de Alimentação na sede municipal.

No Instagram, o prefeito Dr. Júnior postou acerca da visita de Átila e Belão: “Mesmo debaixo de muita chuva, o povo foi às ruas e mostrou seu carinho e respeito pela nossa administração. Durante nossa gestão, os irmãos Lins contribuíram bastante para o desenvolvimento da nossa querida cidade de Juruá, são inúmeras obras que por meio deles chegarão ao nosso município”.

*Com assessoria

 

Prefeitura lança ‘Campanha de Combate ao Trabalho Infantil’ na Ponta Negra

Foto – Antônio Pereira / Semcom

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), em parceria com o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalho do Adolescente no Amazonas (Fepeti-AM), realizou hoje (12), a abertura da “Campanha de Combate ao Trabalho Infantil” e a “Marcha de Combate ao Trabalho Infantil”. Os eventos aconteceram no complexo turístico Ponta Negra, zona Oeste. A programação é alusiva ao “Dia Mundial contra o Trabalho Infantil”, instituído no dia 12 de junho, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Com o tema “Infância e Trabalho não se encaixam – Você é peça fundamental no combate ao Trabalho Infantil”, a campanha tem como objetivo orientar crianças, adolescentes, pais e sociedade a identificar e denunciar situações de exploração do trabalho infantil por meio do Disque 100 ou dos canais de denúncia do município – 0800 092 6644 ou 0800 092 1407.

“Esse é um dos maiores problemas que temos enfrentado em Manaus, e hoje estamos aqui com o objetivo de sensibilizar a população, para que esteja conosco combatendo esse problema que, muitas vezes, traz danos irreparáveis. O trabalho infantil tem tirado centenas de crianças e adolescentes da escola e isso é prejudicial ao seu processo de formação, não só educacional, mas também pessoal”, declarou a secretária da Semasc, Jane Mara Moraes.

Em Manaus, por meio do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), têm sido realizadas diversas ações como sensibilização nos semáforos, feiras e casas de acolhimento; parcerias com escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e Conselho Tutelar; participação em audiências públicas e conferências nacional, estadual e municipal; além de ações conjuntas entre secretarias estaduais e municipais de Educação, Saúde e Esporte.

“O Fepeti reúne mais de 50 instituições governamentais e da sociedade civil. Atuamos juntos no combate ao trabalho infantil e na prevenção. Uma das formas de prevenção foca, principalmente, na aprendizagem. O Brasil tem como meta erradicar o trabalho infantil até 2025. Estamos longe de chegar a essa meta, mas temos que continuar acreditando e trabalhando para isso”, afirmou o presidente do Fepeti, Tomasso Lombadi.

O que é trabalho infantil?

Trabalho infantil é toda forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida, de acordo com a legislação de cada país. No Brasil, o trabalho é proibido para quem ainda não completou 16 anos, como regra geral. Quando realizado na condição de aprendiz, é permitido a partir dos 14 anos. Se for trabalho noturno, perigoso, insalubre ou atividades da lista TIP (piores formas de trabalho infantil), a proibição se estende aos 18 anos incompletos.

Como ajudar a combater o trabalho infantil?

Entre as medidas que a sociedade pode contribuir com o combate ao trabalho infantil estão não comprar balas, água, flores, amendoins ou outro produto das mãos de crianças e adolescentes nos logradouros ou espaços públicos; não permitir que crianças ou adolescentes vigiem seu carro quando estacionar na rua; não dar dinheiro para as crianças ou adolescentes que fazem malabares ou que estão em situação de mendicância nas ruas.

Com informações da Semasc

Luciano Huck e Angélica compartilham nas redes o Dia dos Namorados em Paris

Foto: Instagram / @lucianohuck / Estadão

‘Minha namorada para o infinito e além’, declara apresentador do ‘Domingão’

Luciano Huck e Angélica escolheram um destino mais que romântico para passar este Dia dos Namorados: a cidade de Paris, na França. Juntos desde 2004, os dois são pais de Benício, Joaquim e Eva.

O apresentador do Domingão decidiu usar as redes sociais para se declarar para a amada.

“Minha namorada para o infinito e além! Pensa em um dia dos namorados romântico! Angélica, você é tudo e mais um pouco. Te amo. Feliz Dia dos Namorados”, escreveu Huck na legenda da foto em que aparece abraçado com a mulher.

Angélica também usou o Instagram para se declarar para Huck: “E nosso dia dos namorados mais do que especial… porque nosso amor é assim, cheio de aventuras, cumplicidade e alegrias sem fim. Te amo, meu namorado!”, escreveu a apresentadora na legenda de uma série de imagens que reuniu.

Com informações do Estadão

Em Manaus, P&G realiza projeto que incentiva mulheres a atuarem na empresa

A companhia já tem 50% de mulheres em cargos de liderança

A multinacional P&G, com duas fábricas no Polo Industrial de Manaus (PIM), implementou o programa “Garotas Técnicas, uma experiência P&G”, com o objetivo de estimular o interesse de estudantes de cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para seguir carreira dentro da empresa.

Essa ação faz parte das iniciativas da P&G em representar a sociedade brasileira dentro de seus talentos, como hoje a companhia já tem 50% de mulheres em cargos de liderança. Em tempos de crise, a oportunidade é destaque entre meninas que ainda estão trilhando os primeiros passos da jornada profissional. O processo para ingressar no programa foi dividido em quatro etapas.

Na primeira, um time formado por colaboradoras da P&G ministrou uma palestra abordando aspectos importantes sobre a empresa e compartilhou experiências do dia a dia. Todas elas começaram como estagiárias e atualmente ocupam cargos de liderança.

Após as palestras, 69 estudantes se inscreveram no programa “Garotas Técnicas, uma experiência P&G”. Destas, 17 foram selecionadas para a imersão de quatro horas diárias na empresa.

Os critérios de seleção foram para os cursos de Eletrônica, Mecatrônica e Mecânica. “Durante esse período, elas vão participar de palestras sobre a P&G, treinamentos de tecnologias, manutenções e ferramentas. Elas também vão ter essa troca de experiência, por meio de mesa redonda, com outras mulheres que seguem carreira na empresa e conhecer as duas plantas que temos em Manaus”, explicou o gerente de Recursos Humanos da P&G no PIM, Raí Fregonesi.

As imersões começam no dia 20 de junho e seguem até o dia 24. Depois dessa fase, as selecionadas que mais se destacarem vão ter a oportunidade de fazer estágio técnico, com duração de um ano na empresa.

Oportunidade dos sonhos

Com apenas 16 anos, Ana Elisa nunca estagiou e ficou estimulada com a oportunidade. A estudante de Rede de Computadores iria participar de um processo seletivo para estágio, no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), no dia seguinte ao da palestra e, mesmo assim, foi a primeira a se inscrever no programa Garotas Técnicas.

“Eu já tinha ouvido falar da P&G, mas depois de conferir a experiência das funcionárias que vieram aqui com a gente fiquei muito interessada e gostaria muito de ter a oportunidade de entrar pra esse time. Se eu passar nos dois processos seletivos que estou fazendo, certamente optarei pela P&G. A segurança de trabalhar numa empresa do Distrito Industrial de Manaus e que investe nos funcionários, e ainda estimula que mulheres façam parte da equipe é um diferencial enorme. Uma oportunidade maravilhosa para mim”, relatou a estudante.

A intenção da P&G é que o programa ‘Garotas Técnicas’ aconteça a cada seis meses, em Manaus, para que mais mulheres tenham a oportunidade de fazer parte do time da multinacional.

Com informações da assessoria

Mais de 35 municípios têm shows investigados; Gusttavo Lima é o mais citado

Foto: Redes sociais

Desde que Zé Neto, da dupla com Cristiano, iniciou uma polêmica acusando artistas que usam a Lei Rouanet como se estivesses se beneficiando do dinheiro público, diversos shows com altos cachês pagos por prefeituras passaram a ser investigados pelo Ministério Público. Na ocasião, em 13 de maio deste ano, a dupla sertaneja fazia um show contratado com dinheiro da prefeitura de Sorriso, em Mato Grosso do Sul.

São os municípios que estão sendo investigados e não os artistas contratados.

Zé Neto mostra falta de conhecimento sobre a Lei Rouanet que cria mecanismos de apoio financeiro a manifestações artísticas com comprovações de cumprimento dos planos de trabalho e execução apresentado às empresas patrocinadoras.

Do início das investigações até aqui, pelo menos 36 cidades estão com investigações abertas por promover shows, festivais ou festas com a presença de artistas conhecidos nacionalmente e alto cachê. Esse movimento tem sido chamado de “CPI do sertanejo”.

O nome mais citado nos contratos investigados é o do cantor Gusttavo Lima. Com o cachê mais alto do alto, que pode ultrapassar R$ 1 milhão, o cantor sertanejo teve problemas em pelo menos cinco apresentações nos estados de Roraima, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará.

O cantor usou o Instagram para compartilhar um desabafo sobre as investigações envolvendo shows marcados pelo país.

Em seguida, aparece Wesley Safadão com quatro contratos investigados e Xand Avião com três. Bruno e Marrone, Simone e Simaria, Ávine Vinny e Nattanzinho também aparecem nos contratos que estão na mira da “CPI do sertanejo”.

Mas vale destacar que os artistas não são investigados, mas sim as prefeituras que os contratam por valores considerados desproporcionais a sua própria receita e tamanho. Vale ponderar também que uma lei criada em 1993 permite que artistas reconhecidos pela crítica ou público possam ser contratados sem licitação.

Confira as cidades, os eventos e os artistas que estão na mira do Ministério Público.

São Luiz (RR)

A contratação do cantor Gusttavo Lima na cidade de São Luiz (RR), com cachê fixado em R$ 800 mil, gerou a abertura de uma investigação pelo MPRR (Ministério Público do Estado de Roraima). A população do município é estimada em 8.232 pessoas segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dividindo o cachê acordado pelo número de moradores de São Luiz, cada cidadão estaria pagando cerca de R$ 97 pelo show.

Conceição do Mato Dentro (MG)

O cantor Gusttavo Lima também teve show contratado no valor de R$ 1,2 milhão pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG), a cerca de 164 km da capital Belo Horizonte. O show estava programado para o dia 20/06, na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor do Bom Jesus do Matozinhos, e virou alvo de pedido de investigação no MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Apresentação foi cancelada.

Além de Gusttavo Lima, prefeitura também firmou contrato com Israel e Rodolffo (R$ 310 mil), Di Paulo & Paulino (R$ 120 mil), João Carneiro (R$ 100 mil) e Thiago Jhonathan (R$ 90 mil

Festa da Banana em Teolândia (BA)

Gusttavo Lima também teve um show impedido na Bahia. A Justiça proibiu o município de Teolândia de realizar repasses da XVI Festa da Banana, que aconteceria entre os dias 4 e 13 de junho. Segundo o Ministério Público do estado, o custo da festa ultrapassaria R$ 2 milhões, o que representa mais de 40% de todo o gasto do município com saúde no ano passado. Desse montante, R$ 704 mil corresponderiam ao cachê de Gusttavo Lima.

Uma segunda decisão chegou a liberar a festa, mas foi suspensa pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Humberto Martins

Magé (RJ)

No Rio de Janeiro, outro um show do cantor Gusttavo Lima virou alvo de investigação no Rio de Janeiro. A prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, contratou o sertanejo pelo valor de R$ 1.004.000,00 para apresentação no aniversário de 457 anos da cidade. Mesmo sob investigação, o show aconteceu nesta semana. Foi o primeiro show do artista desde o início das polêmicas envolvendo cachês.

Viçosa (AL)

Quem tem problemas com a justiça no estado de Alagoas é o cantor Wesley Safadão. Ele sobe ao palco de uma festa no próximo domingo (12). O show chegou a ser suspenso pela justiça, mas a prefeitura de Viçosa recorreu e garantiu, até o momento, a realização da apresentação. O município, que nesta semana precisou realocar famílias devido a fortes chuvas e ao transbordamento do Rio Paraíba, argumenta que a situação climática já se estabilizou.

Bom Jesus (RS)

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) vai investigar a contratação de um show de Simone e Simaria, marcado para ocorrer em 15 de julho em Bom Jesus, cidade de pouco mais de 11 mil habitantes na Serra Gaúcha. Por meio da assessoria, o órgão informou que “vai instaurar procedimento esta semana para apurar se houve irregularidade na contratação”. A prefeitura alegou que haverá venda de ingressos para o show.

Mossoró (RN)

O MPRN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) acionou a Justiça para que suspenda os shows dos cantores Wesley Safadão e Xand Avião no festival Mossoró Cidade Junina, previstos para este mês. Eles vão receber Wesley Safadão e Xand Avião R$ 600 mil e R$ 400 mil, respectivamente, pelos shows no evento.

2 cidades do Maranhão

Wesley Safadão e Xand Avião também tiveram apresentações suspensas a pedido do MPMA (Ministério Público do Maranhão). Safadão deveria ter se apresentado em Vitória do Mearim no dia 24 de abril por R$ 500 mil, e Avião tinha show programado para 3 de maio em Barra do Corda por R$ 400 mil, mas ambas as performances foram suspensas pela Justiça do estado.

3 cidades no Ceará

Três cidades do estado são investigadas por shows de cantores sertanejos e de forró. Em Iguatu, o Ministério Público investiga irregularidades na contratação de Gusttavo Lima por R$ 640 mil para evento no próximo dia 15 no Arraiá do Povo. Já o show de Wesley Safadão vai custar R$ 600 mil para as festividades juninas do município de Acopiara. Xand Avião, Ávine Vinny e Nattanzinho foram contratados para o Festival de Quadrilhas de Forquilha. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

24 cidades no Mato Grosso

O MPMT (Ministério Público do Estado de Mato Grosso) determinou a apuração da contratação de artistas por 24 prefeituras do estado com recursos públicos. Os contratados são cantores de música sertaneja e de outros gêneros musicais, que se apresentaram em eventos comemorativos como o aniversário da cidade e feriados municipais. Os nomes dos artistas não foram divulgados.

Os municípios que teriam custeado a realização de eventos com verbas públicas são Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Sorriso, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.

Com informações do Uol

Incentivo de Bolsonaro a garimpos aumentou tensão na Amazônia, diz defensor

Prisão temporária de um dos investigados acabaria hoje. (Imagem: Brazil Matters)

O incentivo do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao garimpo em áreas de proteção ambiental no país, que inclui articulações para envio à Câmara dos Deputados de projeto de lei de liberação dessas atividades em terras indígenas, aumentou a tensão na Amazônia nos últimos anos, segundo Renan Sotto Mayor, defensor público da União.

“Esse tipo de posicionamento do chefe do Executivo reflete no território e gera tensão, porque as pessoas passam a acreditar na liberação [do garimpo em áreas de proteção]. Mas garimpo em terra indígena é crime ambiental e de usurpação”, adverte. O UOL relatou denúncia feita por funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira de oito ataques a agentes do órgão na região concentrados em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro.

O servidor licenciado da Funai e o jornalista Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, desapareceram no Vale do Javari no dia 5.

O desaparecimento de Bruno e Dom é consequência da omissão do Estado brasileiro em uma região com povos indígenas em situação conflitante, com garimpo, narcotráfico, caça e pesca ilegal”, afirmou Renan Sotto Mayor, defensor público da União.

O assunto remonta à luta de Bruno pela preservação dos povos indígenas mesmo após ele ser exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados, na Funai, em outubro de 2019. Na época, o indigenista relacionou a sua saída ao combate contra o garimpo.

“Fizemos [no mês anterior] a maior destruição de garimpo do ano em região de índios isolados. A última operação de combate à mineração foi na reserva Yanomami. Cheguei à tarde e recebi minha exoneração”, disse, em entrevista ao site Brasil de Fato.

Ao longo de seu governo, Bolsonaro deu diversas declarações em apoio à flexibilização das regras sobre o garimpo. “Por mim eu abro o garimpo. Tem um projeto para abrir o garimpo em terra indígena. Um projeto que os índios querem”, afirmou o presidente em conversa com apoiadores em abril de 2020.

No fim de 2019, Bruno participou de reunião em Brasília com o defensor público Renan Sotto Mayor, em que citou o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, colaborador da Funai morto a tiros em setembro daquele ano, e os outros oito ataques a tiro contra agentes da Funai. A morte de Maxciel até hoje não foi esclarecida.

“Quando ele [Bruno] saiu após relatar tudo, olhei para o meu assessor e ele estava em estado de choque. Aí, ele disse: ‘Eu estava ouvindo o Bruno falar e fiquei imaginando que ele pode ser assassinado a qualquer momento por lutar pelo que acredita'”, lembrou o defensor.

Em nota, a Funai afirma fazer “ações permanentes” de fiscalização e vigilância territorial para coibir ilícitos em conjunto com órgãos ambientais e de segurança pública. “As ações fiscalizatórias e de monitoramento territorial são fundamentais para garantir a segurança (?) e para coibir ações ilícitas, tais como extração ilegal de madeira, atividade de garimpo e caça e pesca predatórias”, diz. “A proteção das aldeias é uma das prioridades na atuação da Funai”, acrescentou o órgão, sem comentar, contudo, os conflitos na região e as críticas do defensor público.

Procurada, a Presidência da República não se manifestou.

Precariedade na proteção dos povos indígenas

Sotto Mayor criticou a precariedade das políticas públicas de proteção voltadas às comunidades indígenas da região nos últimos anos e também relacionou a saída de Bruno da Funai ao combate ao garimpo.

“O Bruno conhecia o Vale do Javari como a palma da mão e fazia o enfrentamento ao garimpo em áreas indígenas. Com a saída dele [da Funai], essas políticas infelizmente foram diminuindo”, analisa.

”Quando se fala em povos indígenas isolados e de recente contato, o conhecimento técnico é fundamental. O Bruno faz parte de uma tradição da Funai de ter indigenistas que conhecem essas comunidades. Nos últimos anos, as políticas de enfrentamento ao garimpo infelizmente foram diminuindo. São terras da União. Então, cabe à União fiscalizar”, afirma Sotto Mayor.

“A Funai tem ótimos servidores, que sofrem com o enfraquecimento da política indigenista. Tem servidores que estão se sentindo desamparados”, complementa.

Mesmo após a saída da Funai, o indigenista continuou na região, prestando assessoria à Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). “O Bruno estava ali como se estivesse em atividade privada. Foi a forma que encontrou de lutar pelos direitos dos povos indígenas. A Univaja não precisaria tomar essas atitudes, se o Estado estivesse ocupando a região para impedir ilegalidades”, disse Sotto Mayor.

Segundo o defensor público, a luta de Bruno motivou o encontro com o jornalista Dom Phillips. “Ele sempre acreditou no papel da imprensa. E, por isso, estava levando o Dom Phillips para que a imprensa internacional pudesse verificar a ausência do Estado no Vale do Javari.”

O que se sabe sobre o caso

Paulo Barbosa da Silva, coordenador-geral da Univaja, disse que o repórter inglês fotografou invasores armados que ameaçavam indígenas.

Segundo ele, esses homens seriam ligados a Amarildo da Costa de Oliveira, 41, preso em flagrante na última terça-feira (7) por posse de drogas e de munição de uso restrito e apontado como suspeito de envolvimento no sumiço. A defesa de Amarildo nega envolvimento dele com o desaparecimento.

O episódio em que Dom fotografou homens armados ocorreu dois dias antes do desaparecimento, na divisa de um território indígena, de acordo com Barbosa. “O Bruno e o Dom Phillips foram visitar a equipe da Univaja quando um grupo de invasores esteve lá. Eles ficaram mostrando arma de fogo, para ameaçar.

O jornalista tirou a foto, e os invasores voltaram para a comunidade deles, que fica na área [do suspeito preso]”, relata.

Ao menos oito pessoas foram ouvidas, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, acionou Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.

Entidades internacionais e autoridades britânicas cobraram celeridade e empenho do governo brasileiro nas buscas. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso determinou na sexta (10) que o governo federal adote “todas as providências necessárias” para achar Dom e Bruno.

A equipe de busca e salvamento vasculha os rios Javari, Itaquaí e Ituí desde segunda-feira (6). Militares da Capitania Fluvial de Tabatinga (AM), duas lanchas, uma moto aquática e um helicóptero estão sendo usados nos trabalhos, segundo a Marinha. Mergulhadores também foram acionados.

Por onde eles passaram

Segundo a Univaja, Bruno e Dom foram visitar uma equipe de vigilância indígena perto do lago do Jaburu, nas imediações da base da Funai no rio Ituí, para que o jornalista pudesse conversar com indígenas que vivem no local.

As entrevistas ocorreram no dia 3. Na volta, pararam na comunidade ribeirinha São Rafael, onde Bruno teria uma reunião com o líder comunitário Churrasco. Como o líder não estava no local, Bruno, então, conversou com a esposa dele antes de sair.

A dupla foi vista pela última vez por volta das 7h do dia 5, a bordo de um barco. Eles sumiram no trajeto entre São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde eram aguardados por duas pessoas ligadas à Univaja.

Com informações do Uol

64° Festival Folclórico do AM começa hoje no Centro Cultural Povos da Amazônia

Foto – Antônio Pereira / Semcom

O mais tradicional festival folclórico de Manaus inicia hoje (12), às 18h, com a tradicional “Festa das Luzes”, momento em que serão apresentados os 144 grupos folclóricos das categorias Bronze, Prata e Ouro do 64º Festival Folclórico do Amazonas. O evento, que é promovido pela Prefeitura de Manaus e governo do Amazonas, acontecerá até 23/6, no Centro Cultural Povos da Amazônia (CCPA), localizado na avenida Silves, nº 2.222, bairro Crespo, zona Sul.

Durante a abertura do festival, que contará com o pocket show de George Japa e Rabo de Vaca, quatorze personalidades do folclore local serão homenageadas pelos relevantes serviços prestados à arte e cultura. São eles: Júlio Barroso, Antônio Alcântara, Rubens Galvão, Raimundo Nonato Bentes, Milton Ferreira, Luiz Gilberto, Adelson Cavalcanti, Carlos Alberto Gomes de Souza, Maria de Fátima Lima da Silva, José Ribamar dos Santos, Antônio Paulo de Almeida, Maria das Graças Costa de Lima, Josefa dos Santos Costa e Ivo Morais.

De acordo com o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira, a ação é um trabalho em conjunto e de apoio à cultura amazonense e de geração de renda. “Esse evento tem tudo para ser um grande sucesso. Promovemos um reajuste que não ocorria há anos. O dinheiro está na conta desses grupos. A Manauscult fez a sua parte”, concluiu Oliveira.

O valor correspondente ao pagamento de apoio financeiro nos termos do Edital de Chamamento Público n° 002/2022 – Manauscult, publicado no Diário Oficial do Município (DOM) nr. 5.328, páginas de 29-35, de 25 de abril 2022, para apresentação dos grupos folclóricos no 64° Festival Folclórico em 2022, foi depositado na conta das ligas e associações folclóricas na sexta-feira, 10/6.

Além das apresentações dos grupos folclóricos, o festival também contará com uma feira de artesanatos comandada pela Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi) e um espaço atrativo para crianças (área kids).

Após dois anos, o festival retorna ao formato presencial e volta a ser realizado no Centro Cultural dos Povos da Amazônia (antiga bola da Suframa). A expectativa é de atrair um público de 70 mil pessoas em 12 dias de festival.

Atrações

Quadrilhas, cirandas, cacetinho, tribos, boi, danças nacionais, internacionais e nordestinas serão apresentadas pelos grupos na disputa de suas respectivas categorias.

Neste ano, o corpo de jurados é composto por seis integrantes, todos técnicos e com vasta experiência, sendo teatrólogos, antropólogos, musicistas e historiadores.

Os horários e a programação completa podem ser consultados no Portal da Manauscult, pelo link https://bit.ly/64°FFA.

Gastronomia

Este ano, o governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus inovam com a doação de 30 barracas às instituições sociais assistidas pelo Fundo de Promoção Social (FPS) do Estado e pelo Fundo Manaus Solidária (FMS) do município, que irão compor a feira gastronômica do festival, operando com a venda de comidas e bebidas.

As barracas ficarão localizadas próximas à arquibancada do anfiteatro e funcionarão durante todo o evento, iniciando a venda de produtos às 18h, com preços variando entre R$ 5 e R$ 25.

No cardápio do festival estarão comidas regionais e típicas dos festejos, como bobó de camarão, carne de sol, tacacá, farofa de camarão, milho cozido, pamonha, bolo de macaxeira, cachorro-quente, batata frita, sanduíches, pizza, entre outros pratos.

Grupo de Acesso

Entre as novidades deste ano, atendendo a um pedido dos grupos folclóricos, a Manauscult realizará uma seleção, nos dias 27, 28 e 29 de junho, para o Grupo de Acesso na categoria Bronze do Festival Folclórico do Amazonas. Serão 40 grupos folclóricos competindo, pela primeira vez, após sete anos de espera por novo cadastro.

Histórico

Desde 1957, o Festival Folclórico do Amazonas reúne as manifestações folclóricas presentes nos bairros de Manaus e tem a participação especial dos bois Garanhão, Brilhante e Corre-Campo.

O festival inicialmente acontecia no centro de Manaus, onde hoje está localizado o Colégio Militar. Após 1979, com a instalação do colégio, ele foi realizado no Parque Amazonense, no Estádio da Colina e no antigo estádio Vivaldo Lima, o “Vivaldão”.

Mas foi na praça Francisco Pereira da Silva, mais conhecida como “bola da Suframa”, que o evento ganhou força e se tornou ainda mais conhecido na cidade. Mais tarde, foi criado o Centro Cultural Povos da Amazônia, que também abrigou a festa por muitos anos.

Com informações da Manauscult

Maioria é a favor de cotas raciais em universidades; 34% são contra, diz Datafolha

Irapuã Santana do Nascimento da Silva é advogado e foi aluno cotista da Uerj (Foto: Pedro Ladeira / Folhapress)

Metade da população é a favor das cotas raciais nas universidades públicas, mostra pesquisa Datafolha. O apoio é maior, de 60%, entre as pessoas com filhos em escolas particulares —que, teoricamente, seriam preteridos com a ação afirmativa.

Quanto mais jovem, escolarizada e de maior renda a pessoa, maior é o apoio a essa ação afirmativa. Também há aprovação levemente superior entre a população preta (53%) e parda (52%) do que entre brancos (50%).

A pesquisa Datafolha foi feita em parceria com o Cesop-Unicamp sob a coordenação da Ação Educativa e do Cenpec. O levantamento, realizado em março, aborda várias agendas educacionais.

“Esse apoio é significativo porque as cotas raciais mostraram o potencial de democratização do ensino superior brasileiro”, diz Denise Carreira, da Ação Educativa.

Posicionam-se contrários às cotas raciais 34%. Outros 3% se mostraram indiferentes e 12% disseram não saber responder.

A pesquisa ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A primeira universidade de grande porte a reservar vagas foi a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), em 2003. No mesmo ano, a UnB (Universidade de Brasília) seria a pioneira a ter cotas raciais. Foi com a Lei de Cotas, de 2012, que todas as federais passaram a adotar a política.

As cotas passaram a ser implementadas de forma escalonada até chegar, em 2016, à reserva de 50% das vagas para a escola pública. A legislação exige separação de cadeiras para pretos, pardos e indígenas de acordo com a proporção da população de cada estado, além de preconizar corte de renda.

A lei prevê revisão do programa de acesso para este ano, dez anos após seu início. O recorte racial das cotas sempre esteve no centro dos debates mais intensos: fruto de intensa mobilização do movimento negro, enfrentou resistências de vários setores da sociedade e de dentro do mundo acadêmico. Essa pesquisa Datafolha não traz perguntas sobre as cotas sociais.

Evidências têm se acumulado sobre o efeito positivo da inclusão com as cotas ao transformar o retrato racial e social das universidades para algo mais próximo da realidade da sociedade —que financia a universidade pública.

Estudos e análises também indicam que não houve, como alardeavam os críticos, prejuízos de qualidade no desempenho do alunado, o que também quebrou barreiras. A USP (Universidade São Paulo), com histórico de rejeição às cotas, decidiu em 2018 adotar a reserva também com critérios raciais.

A instituição tomou a decisão depois de insistir por anos em uma política de bonificação que, com algum efeito na inclusão de egressos de escolas públicas, não foi efetiva para negros. Pesquisa mostrou que a diferença de notas entre cotistas e não cotistas é pequena e cai durante o curso.

Um estudo recente do pesquisador Adriano Sekenvics, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostrou que a a participação de pretos, pardos e indígenas nas instituições federais de ensino superior vindos da escola pública passou de 27,7%, em 2012, para 38,4% em 2016.

Dados de 2019 mostram uma proporção de 39% desse público nas universidades, segundo pesquisa da Ação Educativa e Lepes (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Pretos, pardos e indígenas somavam naquele ano 56% da população com idade entre 18 e 24 anos.

“Nossa avaliação a partir das pesquisas é que as cotas são um programa muito bem-sucedido, e que de fato contribuiu para mudar a cara das universidades, dos nossos campi, e principalmente nas instituições e cursos mais seletivos. Isso é a grande diferença”, diz Rosana Heringer, coordenadora do Lepes-UFRJ.

“Em 2016, começa a se sentir fortemente o processo de democratização, com inclusão de negros e indígenas”, diz a professora Dyane Brito, da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). “É um crescimento nunca antes visto no Brasil”, completa.

Segundo especialistas, dados do Datafolha corroboram outras investigações qualitativas que apontam uma maior aderência à política quanto maior é o nível de informação e de contato com a universidade ou com seus efeitos sobre a inclusão.

João Feres, coordenador do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa) da Uerj, explica que ainda há um grande desconhecimento sobre como as cotas funcionam. Isso explicaria, inclusive, por que a aceitação entre as pessoas de maior renda, escolaridade e com com filhos em escola privada.

“Como a universidade foi por muito anos lugar de privilégios, há um movimento de autoexclusão, os meninos negros e brancos de escola pública ainda não se veem ali”.

O Datafolha aponta maior falta de opinião sobre as cotas entre aqueles com filhos em escolas públicas: 11% desse grupo respondem não saber sobre a questão, enquanto o percentual é de 3% no outro grupo.

Quando foi aprovada, a lei previu que a revisão fosse feita pelo governo. Uma mudança em 2016, quando foi incluída reserva para pessoas com deficiência, retirou essa atribuição e agora o Congresso tem se debruçado sobre o tema.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já disse ser contrário à política, mas não houve movimentações consistentes no governo para alterá-la. Questionado, o MEC (Ministério da Educação) não respondeu.

Há movimentações para adiar qualquer alteração, baseada na avaliação de que a conjuntura política e ideológica do governo Bolsonaro não favoreceria uma revisão qualificada.

A pesquisa Datafolha também reforça o caráter ideológico que permeia a avaliação sobre a política. A aprovação é maior entre as pessoas que consideram o governo Bolsonaro péssimo (57%) do que entre aqueles que avaliam a gestão como ótima (31%).

Foram apresentadas nesta legislatura na Câmara 19 proposições sobre a Lei de Cotas, segundo o Observatório do Legislativo Brasileiro. Dessas, nove são favoráveis, uma neutra, e nove contrárias, segundo o órgão. Tal disputa está centrada na manutenção do recorte racial.

Segundo Feres, também coordenador do Observatório, o cenário no Legislativo ainda é incerto, mas a crítica às cotas perdeu força nos últimos anos. “Não acho que exista ainda hoje uma campanha contrária sistemática, como houve antigamente e que por muito tempo foi bancada pela mídia”.

Em 2006, mais de uma centena de intelectuais e artistas divulgaram manifesto contrário à proposta.

Reportagem da Folha mostrou que mais de uma dezena de signatários mudaram de opinião recentemente.

A política ainda enfrenta entraves, segundo especialistas, com a redução de orçamento para permanência estudantil e um empenho tímido das próprias universidades para garantir o sucesso acadêmico desses estudantes.

Especialistas dizem que traços de um racismo estrutural ainda permeiam a questão ao normalizar a ausência de negros, assim como indígenas e pessoas com deficiência em ambientes como as universidades. Por isso, há a defesa de que esses temas sejam debatidos na educação básica.

A pesquisa Datafolha também fez perguntas sobre a abordagem de discriminação racial nas escolas e respeito a crenças religiosas.

A maioria (81,4%) concorda totalmente que a discriminação racial deve ser discutida na escola. O respeito na escola pública a todas as práticas religiosas —inclusive o candomblé, a umbanda e até mesmo o ateísmo— é apoiado por 93,7%.

Com informações da Folha de S.Paulo

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