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A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse nesta quarta-feira (8) que está avaliando a quantidade e a eficácia das vacinas contra a varíola disponíveis para distribuição em quantidades relativamente pequenas a países onde foram detectados casos de varíola do macaco.

“Existem antivirais e vacinas aprovadas para a varíola do macaco, mas sua disponibilidade é limitada, e estamos coordenando a distribuição de estoques com base na equidade e nas necessidades de saúde pública”, explicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.

Para isso, a organização tem mantido contato com países que disponibilizaram seus estoques e empresas que produzem essas vacinas, para determinar quantas doses existem no mundo e que tipos de vacina estão envolvidos, além de confirmar a capacidade de produção e distribuição.

A OMS foi notificada nas últimas semanas de mais de mil casos de varíola do macaco em 29 países não endêmicos, particularmente na Europa.

“Temos diferentes gerações de vacina, e a quantidade de cada uma varia. Também estamos analisando se elas foram testadas, pois sua potência precisa ser verificada regularmente”, afirmou a diretora de Epidemias e Pandemias da OMS, Sylvie Briand, também na coletiva.

“Não estamos recomendando vacinação em massa, mas dirigida a contatos próximos (de infectados), portanto não se trata de enviar milhões (de doses) para um lugar, mas alguns milhares para vários lugares do mundo, e precisamos avaliar a necessidade em cada lugar”, disse Briand.

Risco para países não endêmicos

Tedros Adhanom afirmou que a possibilidade de “a varíola do macaco se estabelecer como uma doença (comum) em países não endêmicos é real” e que isso pode representar um risco para grupos vulneráveis, como mulheres grávidas e crianças.

“Esse cenário pode ser evitado. Exortamos os países afetados a fazer um esforço para identificar todos os casos e contatos para controlar este surto e impedir sua propagação”, disse.

Nos poucos lugares onde as vacinas estão disponíveis, elas estão sendo usadas para proteger profissionais de saúde e de laboratórios. Já a vacinação de pessoas que já foram expostas ao vírus pode ser considerada.

Entretanto, essa opção deve ser reservada a pessoas de alto risco e que tenham tido contato muito próximo com alguém infectado, assim como para parceiros sexuais e membros da família que vivem sob o mesmo teto.

Em meio a todo esse alerta Tedros Adhanom lamentou que o mundo esteja agora voltando a atenção para a varíola do macaco, uma doença que foi detectada há meio século em humanos, mas que foi largamente ignorada porque não afetava os países ricos.

Somente neste ano, 1.400 casos foram detectados e 66 mortes por varíola do macaco foram relatadas na África Ocidental e Central, onde a doença é endêmica.

Como a doença é transmitida?

O meio de transmissão conhecido é através do contato físico interpessoal próximo.

“Face a face, pele a pele. Outros modos de transmissão podem ser através de erupções na pele, olhos, boca e membranas mucosas ao redor da área genital”, explicou Rosamund Lewis, especialista da OMS, que também participou da coletiva.

Por essa razão, de acordo com ela, os profissionais de saúde que estão cuidando de pacientes com erupções cutâneas ou que já foram diagnosticados com varíola do macaco são aconselhados a usar máscara.

“Há uma possibilidade de transmissão através de gotículas que são expelidas quando se fala”, afirmou.

“Também se sabe que profissionais de limpeza ou lavanderia foram infectados, possivelmente porque ingeriram partículas ao manusear roupas de cama ou toalhas”, acrescentou Lewis.

*Com EFE