A Justiça do Rio de Janeiro tornou o humorista Marcius Melhem réu por assédio sexual contra três mulheres – Foto: Reprodução / Globo

Marcius Melhem admitiu ter tido pensamentos sombrios diante das acusações de assédio sexual que se solidificaram, especialmente em agosto, quando o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) acatou a denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e o humorista se tornou réu pelo crime de ter assediado três mulheres quando ainda era contratado da Globo.

O artista diz que não tem medo de ser preso. Para ele, seria um “absurdo completo” se isso acontecesse… Mas na verdade, o que o assombra é o linchamento público, motivo que, inclusive, o levou a pensar em suicídio. “É uma dor que não passa. Você quer gritar para o mundo que não é aquela pessoa, que não fez aquilo, que tem provas. Mas ninguém quer te ouvir”, desabafou em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

O humorista disse que, para tratar estes pensamentos, optou por fazer psicoterapia todos os dias. Psiquiatras receitam tratamentos mais densos dia sim, dia não.

Para ele, a grande questão é que a denúncia balançou a fé que ele tinha ao buscar a Justiça. Melhem se sente impotente, considerando que se diz responsável por judicializar o caso — já que recorreu à Justiça contra Dani Calabresa em janeiro de 2021, após as acusações contra ele chegarem à imprensa no final de 2020.

A Justiça só tornou o humorista réu em agosto desde ano, e apenas sob a acusação de três mulheres: as atrizes Carol Portes e Georgiana Góes, e uma editora da TV Globo. A promotoria, que inicialmente citava 11 vítimas, afirmou que as outras acusações –inclusive a de Dani Calabresa– prescreveram.

Ainda assim, Melhem busca provar a sua inocência nos casos, mas afirma saber que o simples arquivamento das denúncias não vai resolver sua questão diante da opinião pública. “É por isso que me dá desespero. Eu vejo que a coisa não para. Quantas mentiras eu tenho que provar para encerrar esse caso?”, questionou.

E acrescentou: “As oito que me acusam são amigas, se conhecem, são de um mesmo grupo. Fica escancarado que houve uma combinação. Em crimes sexuais, lutou-se muito para que a palavra da mulher tivesse força de prova. Por isso você não pode mentir”, disse.

*Com informações de IG