Os relatores da ONU foram contrários à aplicação do método - Foto: Reprodução / Redes Sociais

O relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, Michael Fakhri, afirmou nesta terça-feira (27) que Israel está intencionalmente fazendo com que os palestinos na Faixa de Gaza passem fome.

“Privar intencionalmente as pessoas de comida é claramente um crime de guerra. Do meu ponto de vista, esta é agora uma situação de genocídio”, disse, em entrevista ao Guardian.

Ele criticou a operação militar, destacando que “não há motivo para bloquear intencionalmente a passagem de ajuda humanitária ou destruir deliberadamente pequenos barcos de pesca, estufas e pomare, exceto para negar às pessoas acesso a comida”.

Para o especialista, as repercussões dessa situação são vistas nos graves níveis de desnutrição entre as crianças da Faixa de Gaza: “Isso terá um impacto de longo prazo na população em termos físicos, cognitivos e morais”.

Com base em investigações conduzidas em janeiro e contidas em um relatório da ONU, quase 16% das crianças com menos de dois anos – o equivalente a um em cada seis recém-nascidos – estão gravemente desnutridas no norte de Gaza, onde 300 mil pessoas estão praticamente presas sem ajuda alimentar.

Em Rafah, no sul, onde Israel está atualmente concentrando os ataques militares, a porcentagem de crianças (menores de dois anos) gravemente desnutridas é de 5%.

Antes do conflito, que começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro, a desnutrição aguda afetava 0,8% das crianças com menos de cinco anos na Faixa de Gaza.

O relatório é do mês passado e, como alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a situação certamente piorou nas últimas semanas.

*Com informações de IG