De olho no público evangélico, Globo negocia contrato com igreja de André Valadão

De olho no avanço dos evangélicos como religião dominante no Brasil, a Globo está negociando um acordo com a Igreja Lagoinha Global, liderada pelo pastor André Valadão, um dos mais populares do Brasil.

Ao menos uma reunião ocorreu no Rio de Janeiro, no último dia 1º deste mês. Novas conversas para uma parceria estão marcadas para os próximos dias. Há otimismo entre as partes.

A negociação está sendo liderada por Leo Neves, líder da Lagoinha Global para eventos musicais, e pelo diretor Gledson Nunes. Foram eles, junto com uma comitiva de outras duas pessoas, que estiveram na Globo no início do mês.

O projeto da Globo, segundo fontes ouvidas, é que o Multishow, seu canal musical, e o Globoplay, seu serviço de streaming, transmitam, ao vivo, eventos de música gospel organizados pela Lagoinha Global.

Em TV aberta, assim como acontece com outros festivais musicais, como o Rock in Rio e o The Town, a Globo mostraria um compacto com os melhores momentos de festivais.

Procurada pela coluna, a Lagoinha Global confirmou as negociações com a Globo, mas diz que não poderia dar mais detalhes sobre as conversas para uma possível parceria.

Não seria a primeira vez que André Valadão teria um vínculo com uma empresa do Grupo Globo. Quando a Som Livre ainda era uma gravadora ligada ao conglomerado, em 2011, Valadão foi um dos primeiros cantores da música gospel a assinar contrato com a gravadora.

A Globo tem se aproximado de forma curiosa dos evangélicos. O motivo é uma pesquisa feita pelo IBGE, publicada em 2019. Nela, o instituto afirma que o Brasil será um país de maioria evangélica até 2032.

Outro ponto é que a Globo identificou que tem tido retorno quando aposta no gospel. Uma prova disto é o Encontro com Patrícia Poeta, exibido nas manhãs da emissora. Sempre que recebe um cantor evangélico, a atração costuma subir seus números quando este convidado está no ar.

Em 2023, quando investiu em uma novela com protagonista evangélica, a Globo também se deu bem: foi o caso de “Vai na Fé”, escrita por Rosane Svartman.

*Com informações de Folha de São Paulo