O país está na oitava posição do mundo, totalizando 5 milhões de brasileiros sem saber que têm a doença
O Brasil está em primeiro lugar na lista de países da América do Sul com o maior número de diabéticos: 15,7 milhões. Mas o número que realmente impressiona é o de brasileiros que têm a doença sem saber: 5 milhões, segundo o Atlas do Diabetes 2021. O documento informa ainda que para cada pessoa diabética, há outra que possui a doença e não sabe, totalizando 240 milhões de não-diagnosticados em todo o mundo.
Considerada uma doença silenciosa, o diabetes causa pouco ou nenhum sintoma na fase inicial, o que deixa os pacientes suscetíveis ao risco de só descobrir que estão diabéticos quando a saúde já está comprometida, até mesmo com algumas sequelas.
“Há uma série de complicações que podem ser potencializadas nessas condições. A doença pode levar a complicações graves, como perda de visão, insuficiência renal, doenças cardiovasculares (infartos e insuficiência cardíaca), AVC (derrame), amputações de membros e até morte prematura. Por isso, a prevenção é sempre o melhor caminho”, afirma a endocrinologista e consultora do Sabin Medicina Diagnóstica, Larissa Figueiredo.
Mas, ainda que as complicações possam ser sérias, com o diagnóstico correto e precoce, é possível controlar a doença e levar uma vida saudável. O tratamento consiste no acompanhamento dos níveis de insulina e açúcar no sangue, mas há pacientes que conseguem controlar a doença com atividade física, alimentação adequada e disciplina.
“A prática de hábitos saudáveis também é muito importante, tanto para quem quer evitar a diabetes quanto para os pacientes da doença. Entre eles, comer diariamente verduras, legumes e frutas, assim como reduzir o consumo de açúcar, sal, gorduras e comidas processadas, mas, principalmente, praticar atividades físicas, junto com o acompanhamento médico de rotina”, orienta a endocrinologista.
Conforme a médica, a descoberta de doenças em estágio inicial está diretamente ligada ao acompanhamento rotineiro da saúde, e isso faz toda diferença na eficácia do tratamento. “Exames ajudam a descartar ou confirmar hipóteses de diagnóstico, apontam para a necessidade de uma investigação mais detalhada, podendo aumentar as chances de cura ou pelos menos evitar o surgimento de sequelas, bem como a perda precoce de vidas”, destaca a especialista.
Os pacientes mais graves, que em geral estão em estágio mais avançado da doença, contam com monitores, bombas de insulina, dieta especial e tratamento farmacológico para estimular a produção do hormônio. Porém, esse cuidado vai depender do diagnóstico individual e da orientação profissional.
Tipos mais comuns
De acordo com o Ministério da Saúde, o Diabetes Mellitus (MD) é uma síndrome que pode ter mais de uma origem, mas de modo geral, está ligada à falta ou incapacidade de produção de insulina, hormônio responsável pelo metabolismo (processamento) da glicose no organismo, gerando altas taxas de açúcar no sangue.
Os casos mais comuns são os de diabetes tipo 1 e tipo 2. O primeiro, “é causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico, em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina”. Ocorre entre 5% e 10% dos diabéticos, conforme a pasta da Saúde. Já o segundo “resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção”. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos e está intimamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
Mesmo sendo considerado silencioso, o diabetes pode apresentar alguns indícios para os quais é preciso estar atento, como sede em excesso, vontade constante de urinar, perda de peso, fraqueza, náusea e vômito. Na presença de algum destes, o mais indicado é procurar um profissional de saúde para investigar o problema.
Inicialmente, o médico pode indicar o exame de glicose, que a partir de uma amostra de sangue avalia o nível glicêmico na corrente sanguínea. “Além deste, existe também o exame de insulina e o de hemoglobina glicada. Esse último avalia o nível glicêmico dos últimos três meses”, informa a endocrinologista Larissa Figueiredo.
Com informações da assessoria