Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue - Foto: Brasil Escola

O estado de São Paulo chegou à incidência de 303 casos de dengue por 100 mil habitantes e está epidêmico para a doença. É o que mostram dados do Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual da Saúde atualizados nesta sexta-feira (21).

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando a incidência ultrapassa a marca de 300 casos por 100 mil habitantes.

Na última quarta (19), o Governo de São Paulo já havia decretado situação de emergência por dengue em todo o território paulista. A medida permite a implementação de ações com maior agilidade e contratação de profissionais da saúde sem licitação, por exemplo.

De 1º de janeiro até esta sexta-feira, o estado contabiliza 134.798 casos confirmados de dengue e 126 mortes. Há também 87.003 casos e 252 óbitos em investigação.

Na capital paulista a incidência ainda é baixa, de 52,5 casos por 100 mil habitantes. A cidade confirmou 6.004 casos e uma morte por dengue em 2025. Sob investigação são 919 casos e 20 óbitos na capital.

O coeficiente de incidência é um indicador do ministério para a classificação da doença em relação à população. Para chegar a ele, basta multiplicar por 100 mil o número de casos novos e dividir pelo total da população na área em questão. O indicador mostra o risco de os moradores ficarem doentes e a probabilidade de novas ocorrências.

Dos 17 DRS (Departamentos Regionais de Saúde), 9 tem taxas epidêmicas, ou seja, acima de 300. São eles: São José do Rio Preto (2.349,30), Araçatuba (2.254,96), São João da Boa Vista (1.163,07), Araraquara (983,13), Ribeirão Preto (699,61), Marília (557,09), Presidente Prudente (477,43), Barretos (418,37) e Bauru (329,81).

Nesta quinta (20), o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 1,34 milhão para apoiar São José do Rio Preto nas ações para controle da epidemia. O anúncio foi feito pela ministra durante inauguração do centro de hidratação para pacientes com dengue no município.

Foto: Divulgação / Semsa

Sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue predominam no estado

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. Quando um indivíduo é infectado por um deles, adquire imunidade contra aquele vírus específico, mas ainda fica suscetível aos demais.

Existe o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo. É o que pode acontecer com a infecção pelo tipo 3. Por isso a circulação do sorotipo 3 em 2025 tem preocupado especialistas e autoridades.

23 cidades têm xepa da vacina

Vinte e três cidades de São Paulo já expandiram a faixa etária do público-alvo que pode tomar a vacina contra a dengue, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde.

A medida foi autorizada pelo Ministério da Saúde no último dia 14. De acordo com a recomendação, imunizantes que estiverem a dois meses do fim do prazo de validade poderão ser aplicados em pessoas de 6 a 16 anos ou remanejados para cidades que ainda não fazem parte do esquema.

Já as doses que estiverem a um mês do vencimento poderão ser dadas a pessoas que tenham entre 4 anos e 59 anos, 11 meses e 29 dias, conforme indicação da bula da Qdenga, da farmacêutica Takeda.

A vacina é aplicada em duas doses, e o intervalo mínimo entre as doses deve ser de três meses.

Durante agenda nesta semana em São Paulo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu que haverá vacina suficiente para a segunda dose nas cidades que decidirem ampliar o público-alvo.

*Com informações de Folha de São Paulo