Especialistas orientam os pais a ficarem atentos a sintomas persistentes

Vômitos, dor de cabeça, dor abdominal e febre persistentes devem receber atenção especial

Este mês ocorre o ‘Setembro Dourado’, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) orienta que mães, pais ou responsáveis fiquem atentos a sintomas ligados à doença. O diagnóstico precoce garante até 80% de chances de cura, afirmam especialistas.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, em todo o Brasil, por ano, 8.460 crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer. No Amazonas, a última estimativa é de 160 novos casos anuais. O câncer infantojuvenil tem origem embrionária, com mutações celulares ainda na fase de formação do embrião, apresentando pouca influência de fatores genéticos herdados e/ou fatores externos.

A médica oncopediatra da Fcecon, Jeanne Lee, explica que o câncer infantojuvenil abrange uma faixa etária de 0 até 19 anos.

“Aqui na instituição, a gente fica responsável pelos pacientes até 19 anos incompletos. Existe uma predominância de algumas doenças, alguns cânceres, de acordo com a faixa etária. Pacientes pequenos, por exemplo, são mais frequentes os tumores renais e tumores de retina. Pacientes adolescentes são mais frequentes os tumores de células germinativas, que são de testículos e ovários, e os tumores ósseos também”, completou.

Ainda de acordo com a médica da Fcecon, os sintomas comuns a outras doenças da infância, que se tornam persistentes, devem receber atenção.

“São sintomas como febre, dor abdominal e vômito. Então, eles são sintomas inespecíficos, na maioria das vezes, relacionados à doença. Por exemplo, tumor abdominal, ele vai dar vômito, febre, perda ponderal, que é a perda de peso. Mas são sintomas que passam, às vezes, despercebidos pelos pais e pelos profissionais. Essas crianças que têm sintomas persistentes, têm que ser vistas com mais cautela, para que o profissional possa fazer uma investigação melhor”, pontuou.

Os tipos de cânceres mais frequentes na infância são: leucemias (afetam as células sanguíneas); linfomas (sistema linfático); neoplasias do sistema nervoso central (tumor sólido mais frequente); osteossarcoma (tumor ósseo); Sarcoma de Ewing (tumor ósseo e de partes moles); rabdomiossarcoma (tumor de partes moles); neuroblastoma (tumor de supra-renal); Tumor de Wilms (tumor renal); retinoblastoma (câncer ocular); e tumor de células germinativas (afeta testículos e ovário).

Como não existem fatores externos diretos causadores da doença, não há como preveni-las, mas sim diagnosticá-las precocemente. A recomendação aos responsáveis é procurar atendimento na rede pública de saúde a qualquer sinal ou sintoma persistente e incomum. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura, que podem chegar a 80%.

Tratamento

A FCecon, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), oferece tratamento aos pacientes diagnosticados com câncer infantojuvenil nos casos de tumores sólidos. Nos casos de câncer hematológico, a unidade referência é a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).

Na FCecon, os pacientes têm acesso à cirurgia, quimioterapia, radioterapia, além de suporte multiprofissional com médicos, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, dentre outros.

Com informações da assessoria