Presidente Lula participa de encontro na ONU que discute a criação do Estado palestino - Foto: Stephani Spindel / EPA-EFE / REX / Shutterstock / BBC News Brasil

O presidente Lula (PT) voltou a criticar duramente Israel e pedir o reconhecimento de dois Estados durante reunião sobre a Palestina hoje na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.

Lula voltou a falar que em Gaza ocorre genocídio e limpeza étnica. “O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis. Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças. Nada justifica destruir mais de 90% dos lares palestinos. Nada justifica usar a fome como arma de guerra”, afirmou o presidente.

“Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real?”, questionou o presidente. “A fome não aflige apenas o corpo, ela estilhaça a alma. O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir.”

“Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma simetria que compromete o diálogo e obstrui a paz”, pregou o presidente. Esta é a primeira Conferência Internacional para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada pela França e pela Arábia Saudita.

No encontro, a França reconheceu oficialmente o Estado da Palestina. “Os palestinos têm história e dignidade, e o reconhecimento de seu Estado não subtrai nada do povo de Israel”, afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, que abriu a conferência.

O Brasil já reconhece oficialmente a Palestina desde 2010. Era o segundo mandato de Lula. A política externa do governo brasileiro luta para implementação dos dois Estados. O Brasil tem sido um dos principais críticos internacionais aos ataques de Israel. Acompanhando o marido no evento, a primeira-dama Janja da Silva foi vista com um lenço palestino nesta tarde.

Estados Unidos e Israel não participaram do encontro. As cadeiras das duas nações aliadas ficaram vazias. Na semana passada, os EUA voltaram a vetar resoluções da ONU para tentar encerrar o conflito na Faixa de Gaza.

França é o terceiro país do G7 a reconhecer oficialmente o Estado palestino. Ontem, Canadá e Reino Unido já haviam oficializado o reconhecimento do território palestino. Além deles, Austrália e Portugal declararam que a criação de dois Estados é a solução para a paz no Oriente Médio.

*Com informações de Uol