A mãe de quatro crianças cidadãs dos EUA, incluindo uma menina de 10 anos que se recupera de um câncer no cérebro, está implorando pelo retorno da família aos Estados Unidos, segundo reportagem da NBC News.
A família foi retirada do país no mês passado, depois que as autoridades de imigração deportaram os pais sem documentos para o México.
Falando nesta quinta-feira (14), do México, a mãe disse em uma mensagem de vídeo, em espanhol, fornecida à NBC News, que pede “às autoridades eleitas dos Estados Unidos que nos ajudem a voltar para que nossa garotinha continue recebendo os serviços médicos de que precisa”.
Como a menina com câncer foi deportada
Ela contou pela primeira vez à NBC News esta semana o que aconteceu no início de fevereiro, quando a família estava correndo de Rio Grande City, no Texas, onde moravam, para Houston, onde a menina recebeu tratamento contra o câncer, para um check-up médico de emergência.
No caminho, eles pararam em um posto de controle de imigração, o mesmo pelo qual passaram várias vezes quando dirigiram para Houston.
Os pais levavam cartas de seus médicos e advogados para mostrar aos oficiais no posto de controle como passar. Mas as cartas não foram suficientes dessa vez.
“Fizemos essa viagem pelo Texas várias vezes para levar nossa filha ao hospital para que ela pudesse receber atenção médica, que é o que a mantém bem”, disse sua mãe em sua mensagem de vídeo. “É isso que a mantém segura”.
“Desta vez, fomos detidos, mantidos presos e enfrentamos a pior decisão, uma decisão impossível, de sermos permanentemente separados de nossos filhos ou deportados juntos”, disse ela.
Segundo a NBC, quando pais sem documentos de crianças nascidas nos EUA são pegos pelas autoridades de imigração, eles correm o risco de perder a custódia de seus filhos.
Sem procurações ou tutelas descrevendo quem cuidará das crianças deixadas para trás, as crianças vão para o sistema de assistência social dos EUA, tornando mais difícil para os pais recuperarem a custódia de seus filhos no futuro.
A reportagem da NBC informa que as autoridades de imigração prenderam a mulher e seu marido depois que eles não conseguiram mostrar a documentação legal de imigração.
Cinco de seus filhos, quatro dos quais são cidadãos dos EUA, estavam presentes. Os pais e as crianças foram então levados para um centro de detenção, onde passaram 24 horas antes de serem colocados em uma van e deixados no lado mexicano de uma ponte do Texas em 4 de fevereiro.
Na quinta-feira, um porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras disse por e-mail que os relatos da situação da família são “imprecisos”, segundo a NBC, porque “quando alguém recebe ordens de remoção acelerada e decide ignorá-las, enfrentará as consequências” do processo. Eles declararam que não podiam falar sobre os detalhes do caso por motivos de privacidade.
A NBC está ocultando os nomes da mulher e do restante dos familiares, já que eles foram deportados para uma área no México conhecida por sequestrar cidadãos dos EUA.
Agora fomos deportados para o México sem acesso aos cuidados médicos urgentes que nossa filha precisa. Nossos filhos, incluindo cidadãos americanos, foram forçados a enfrentar uma crise que nenhuma criança deveria enfrentar”, disse a mulher no vídeo, compartilhado com a NBC News pelo Texas Civil Rights Project, uma organização de advocacia e litígio legal que representa a família.
Histórico da doença
De acordo com a NBC, a menina de 10 anos foi diagnosticada com câncer no cérebro no ano passado e passou por uma cirurgia para remover o tumor.
O inchaço no cérebro não desapareceu completamente, causando dificuldades com a fala e a mobilidade do lado direito do corpo.
Antes de a família ser retirada dos Estados Unidos, a menina consultava com médicos, para monitorar a recuperação, com sessões de terapia de reabilitação e medicamentos para prevenir convulsões.
“Ela não merece esse sofrimento”, disse a mãe. “Ela já tem sofrimento suficiente com o câncer sem ter a atenção médica de que precisa.”
Com informações do ig