Dando continuidade as atividades do projeto “Pupa”, que utiliza a arte cênica como instrumento de resgate, a equipe da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) a Central Técnica de Produção (CTP), do Governo do Amazonas, localizada no bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus, para elaboração da cenografia e figurino que será usado na apresentação dos socioeducandos do Centro Socioeducativo Assistente Dagmar Feitoza, no dia 27 de novembro no Teatro Gebes Medeiros.
“Vamos começar essa parte de figurino e maquiagem. É mais uma etapa que os socioeducandos vão aprender e dar a contribuição deles, pois nunca levamos algo já totalmente pronto. Levamos uma ideia e conversamos com eles pra ver se é realmente aquilo que eles estão sentindo, se é aquela ideia que eles querem passar. Essa fase de cenário e figurino faz parte desse processo”, explica a defensora pública Monique Cruz, uma das coordenadoras do projeto.
Integrando o time do Pupa, a figurinista Maíra Cruz também esteve na visita ao CTP. Em meio ao espaço, que abriga mais de 50 mil figurinos, a profissional destacou a oportunidade de mudança de vida que o projeto possibilita aos jovens que cumprem medidas socioeducativas.
“É uma oportunidade muito legal estar fazendo esse projeto com a Defensoria, contribuir com a evolução desses jovens. É muito bom fazer parte disso que um dia isso pode se tornar a profissão de alguns deles. Então, estamos trazendo essa esperança também e o projeto já fala muito sobre essa questão. A parceria aqui com a CTP, com a Secretaria de Cultura, é bem importante, pois o acervo deles traz uma gama maior para que possamos criar”, disse.
Dando as boas-vindas aos integrantes do projeto, o assessor especial Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) Thiago Oliveira enfatizou o resgate por meio da arte e a manutenção da parceria para futuras atividades realizadas pela Defensoria do Amazonas.
“Enquanto poder público, temos a responsabilidade de trabalhar na ressocialização desses jovens para que eles voltem com outra mentalidade, com outras atitudes, com outros pensamentos. E nada mais interessante, mais eficaz do que a arte possibilitando essa abertura, essa visão de mundo para eles. Entendemos que é um projeto muito importante e esperamos que essa parceria continue por muito tempo, porque é importante para os jovens, é importante para nós que participamos e também para a nossa sociedade”.
Sobre o Pupa
O projeto Pupa é voltado à ressocialização dos jovens que cumprem socioeducativas determinadas pelo Poder Judiciário, utilizando a arte cênica como instrumento de resgate. Com atividades todas as sextas-feiras, de 9h às 11h, os jovens do Centro Socioeducativo Assistente Dagmar Feitoza participam de ensaios regulares e se preparam para uma peça teatral marcada para ser encenada no 27 de novembro.
Reconhecimento de palco, confecção de cenário, aulas de canto, dança, pausa para leitura, integram a agenda de atividades dos jovens atores que aspiram por uma oportunidade de melhorar a vida e viver uma nova história.
Ao todo, 15 socioeducandos terão a oportunidade de se apresentar no palco do Teatro Gebes Medeiros, no Centro Histórico de Manaus. A apresentação especial e inédita será assistida por servidores e membros da DPE-AM, além dos familiares dos jovens.
A ideia é que a peça retrate as histórias dos internos e que envolva todas as etapas de um espetáculo, com os atores, músicos, coral, figurinistas e criação de cenário.
A defensora pública Monique Cruz explica que nome Pupa é inspirado na fase de vida de alguns insetos que sofrem transformação entre estágios imaturos e maduros. “A fase entre a lagarta e a borboleta, aquela do casulo, tem tudo a ver com a situação dos meninos, o público-alvo do projeto, que estão em cumprimento de medida de internação e que almejam uma nova vida lá fora”.
Conforme a defensora, o Pupa surgiu durante as palestras do programa “Ensina-me a Sonhar”, que visa proporcionar ações afirmativas que contribuam com o desenvolvimento social de socioeducandos, também realizado pela Defensoria Pública no Dagmar Feitoza.
Idealizadora do projeto e preparadora do elenco, a artista amazonense Bitta Tikuna Catão conta, emocionada, sobre a oportunidade de poder colocar em prática a arte como instrumento de resgate e direcionamento de vida aos socieducandos. Com roteiro em andamento, ela também destaca os desafios de colocar cada participante como ator principal do espetáculo.
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