Vista do Jardim Alfomares, localizado entre os bairros Santo Amaro e Brooklyn, em São Paulo. O parque tem área superior a 60 mil m² de mata atlântica preservada - Foto: Eduardo Knapp / Folhapress

As cidades brasileiras têm apenas 6,9% de sua área total coberta por vegetação, com maior concentração no bioma mata atlântica e na região Sudeste.

Os dados são de um levantamento do MapBiomas, rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia que mapeia o uso da terra no Brasil. Por meio de imagens de satélite de 5.569 municípios e dados da plataforma, pesquisadores analisaram a distribuição da área verde encontrada em parques, praças, unidades de conservação, cemitérios, campos esportivos e locais abandonados.

Também foram utilizadas informações de espaços verdes disponíveis no Open Street Map para quantificar a vegetação por município, estado e bioma, identificando tanto áreas verdes dentro das cidades quanto a vegetação em seus arredores.

A vegetação urbana inclui plantas herbáceas, arbustos e árvores de pequeno, médio e grande porte.

Segundo o estudo, praças e parques estão presentes em 88% dos municípios brasileiros, porém apresentam distribuição desigual: 69% dos municípios têm até 10 hectares de espaços verdes públicos, enquanto apenas nove têm mais de 1.000 hectares. Sorocaba é a única cidade deste último grupo que não é uma capital estadual.

Estados da região Sudeste são os que apresentam maiores áreas de vegetação urbana. O estado de São Paulo lidera, com 65,5 mil hectares. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 39,7 mil hectares de áreas verdes urbanas, sendo que a capital fluminense é o município com maior área de vegetação dentro do bioma, com aproximadamente 12.378 hectares – mais que o dobro de Brasília, a cidade com maior área urbana de vegetação no bioma cerrado (6.125 hectares).

Na amazônia, a líder é Manaus (2.818 hectares); no pampa, Canoas (1.940 hectares); na caatinga, Fortaleza (1.063 hectares) e, no pantanal, Corumbá (253 hectares).

Enquanto a mata atlântica abriga 61,5% de toda a vegetação urbana do país, o cerrado é responsável por aproximadamente um em cada cinco hectares (22%). O restante (16,5%) está dividido entre amazônia, pampa, caatinga e pantanal.

Vista geral da cidade de Manaus, com a avenida Margarita separando a floresta da área urbana da capital – Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Em termos proporcionais, o Rio de Janeiro é o estado com maior taxa de vegetação urbana, com 13,1% de sua área urbana ocupada por vegetação, sendo que as três cidades do Brasil com mais verde em relação ao total de sua área estão neste estado: Mesquita (66%), Nilópolis (48%) e Nova Iguaçu (36%). Em seguida vêm o Distrito Federal, com 10,1%, e o estado de São Paulo, com 7,8%.

Os estados com menor taxa de vegetação urbana são todos da região Norte: Amapá (2,6%), Roraima (3%) e Rondônia (3,1%).

Segundo a nota técnica do MapBiomas sobre a pesquisa, a vegetação urbana é importante para regular o microclima, contribuir para os sistemas de drenagem e fornecer habitat para a fauna urbana. Além disso, contribui com o bem-estar humano, proporcionando espaços verdes para lazer e prática de atividades físicas.

As cidades com maior taxa de vegetação urbana (% da área coberta por vegetação)

  • Mesquita (RJ): 65,99%

  • Nilópolis (RJ): 48,39%

  • Nova Iguaçu (RJ): 35,68%

  • Cachoeirinha (RS): 31,61%

  • Valparaíso de Goiás (GO): 30,65%

  • Valinhos (SP): 27,56%

  • Córrego Novo (MG): 27,12%

  • Porto Murtinho (MS): 27,07%

  • Santana do Paraíso (MG): 26,56%

  • Franco da Rocha (SP): 23,91%

As cidades com menor taxa de vegetação urbana

  • Clementina (SP): 1,013%

  • Barra do Mendes (BA): 1,013%

  • Araguainha (MT): 1,013%

  • Itaju do Colônia (BA): 1,011%

  • Porto Vera Cruz (RS): 1,007%

  • Aurora do Pará (PA): 1,007%

  • Martins Soares (MG): 1,004%

  • Jerônimo Monteiro (ES): 1,002%

  • Lizarda (TO): 1,002%

*Com informações de Folha de São Paulo