O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou irritação depois que foram divulgadas pela imprensa nesta segunda-feira (10) mensagens enviadas pela senadora Simone Tebet (MDB) com críticas à estratégia da campanha do petista na eleição presidencial.
Segundo a reportagem do R7 apurou com interlocutores de Lula, assessores articulam uma conversa por telefone entre Tebet e o candidato do PT. A ideia é criar uma oportunidade para que a ex-candidata do MDB à presidência explique suas críticas.
O relato de pessoas próximas é que o ex-presidente teria ficado incomodado com as declarações de Tebet, que prometeu apoiar Lula no segundo turno das eleições.
Para esses interlocutores, as mensagens da senadora em nada contribuem com a campanha, mesmo que se tratem de críticas construtivas. Alguns membros da equipe consideraram a atitude de Tebet como “fogo amigo” e uma tentativa de mudar a “essência da militância petista”.
Radicalismo do PT
Nos textos enviados por aplicativos de mensagens, Tebet afirma que “alguém tem que colocar juízo na campanha” do petista. Ela disse também que é preciso “tirar o vermelho da rua”, pois as imagens assustariam eleitores do “interior de SP” e de estados localizados no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste do país.
De acordo com Tebet, a população não vota no PT, mas sim contra o presidente Jair Bolsonaro. “Não é ‘vai dar PT’. O povo está votando contra Bolsonaro, e não no PT”, disse ela em uma das mensagens. O texto foi encaminhado por ela a interlocutores de Lula.
Apesar das críticas ao candidato petista no primeiro turno, Tebet afirmou que depositará seu voto em Lula por “reconhecer nele o compromisso com a democracia e a Constituição”. O apoio dela, no entanto, não tem respaldo do MDB, que não assumiu posição para o segundo turno e decidiu liberar a orientação dos filiados.
Antes do primeiro turno, Tebet disse que uma eventual eleição de Lula seria prejudicial ao país. Em sabatina na Record TV, ela reclamou do chamado voto útil, estratégia usada por Lula para tentar convencer os brasileiros a votarem nele para evitar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eleger o menos pior significa ter que enfrentar as dificuldades da miséria, da desigualdade, da fome, da falta de emprego, da falta de remédio no posto, da falta da qualidade do ensino, diante de um governante que não só não te representa como que também não tem as melhores propostas para o Brasil”, afirmou.
*Com R7