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Os vice-presidentes da Federação Amazonense de Futebol (FAF) aumentaram a pressão sobre o atual comando da entidade ao solicitarem durante a semana, via ofício, esclarecimentos que vão do dinheiro movimentado nas contas do órgão até o real motivo do afastamento do presidente Dissica Valério Tomaz. O pano de fundo da mobilização é o conturbado processo eleitoral da entidade, previsto para o final de fevereiro. O grupo promete levar ao Ministério Público do Estado (MPE) denúncias sobre o indício de saques na boca do caixa de dinheiro da conta da FAF sem a comprovação das respectivas despesas.

Após três décadas no comando da FAF, “o reinado de Dissica está perto do fim”, afirmam os descontentes. As ligas do interior, que têm poder de voto, já sinalizaram a opção pela chapa de oposição, liderada pelo empresário Ednaílson Rozenha e o desportista Eufrásio Assis Filho, da Liga de Coari.

Segundo Carlos Cunha, representante de Tefé e vice-presidente da FAF na Região do Médio Solimões, o documento protocolado na última sexta-feira (11/02) em Manaus tem objetivo de dar o máximo de transparência e legalidade aos atos da federação, com foco no desenvolvimento do futebol amazonense.

Assinaram o documento os nove vice-presidentes regionais da federação, bem como o presidente da Associação Amazonense das Ligas de Futebol Amador (AALFA), que no ato representa as 45 ligas esportivas que também são filiadas à FAF, segundo informações da assessoria da instituição.

‘Fogo no parquinho’

De acordo com o movimento dos vice-presidentes da federação, é necessário que o colegiado faça um “pente fino” nas contas da FAF. Para isso, o ofício solicita os balancetes mensais de receita e despesa, conforme prevê o estatuto da entidade. “Foi prometido verbalmente que seria passado para os vice-presidentes e isso jamais foi feito”, denuncia o documento.

Os dirigentes do interior também colocam em dúvida a legalidade da permanência de Pedro Augusto Oliveira na presidência, ocupando o posto de Dissica Valério Tomaz de forma provisória. Pede-se a documentação oficial sobre esse processo administrativo, isto é, o ato de licença, com o laudo médico explicando o motivo do afastamento do presidente.

Outra solicitação é o extrato bancário da FAF do período compreendido entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2021. Há, segundo o grupo de oposição, graves indícios de saques na boca do caixa sem as devidas comprovações de despesas. De acordo com os presidentes do interior, o motivo é a aproximação da Assembleia Geral Ordinária de prestação de contas e a medida tem objetivo de averiguar as contas com antecedência.

Em caso de negativa, vão ao MP

O grupo promete ir às últimas consequências e levar a falta de transparência na FAF ao Ministério Público do Estado, caso os esclarecimentos não sejam feitos. Os vice-presidentes regionais da federação constituem o terceiro poder na linha sucessória da FAF e têm, conforme o estatuto, legitimidade para ter acesso a qualquer informação dentro da entidade máxima do futebol amazonense.