Tubarão alaranjado registrado pela primeira vez - Foto: Reprodução Facebook @Parismina Domus Dei

Nas águas translúcidas da Costa Rica, uma aparição surpreendente, alaranjada e com olhos completamente brancos despertou o interesse não apenas dos pescadores que o encontraram, mas também de cientistas.

Trata-se de um tubarão-lixa, cujo nome científico é Ginglymostoma cirratum. O predador pode chegar a dois metros de comprimento e virou alvo de estudos acadêmicos após ser visto no Parque Nacional Torturguero.

Geralmente, os tubarões-lixa possuem tons que variam do marrom-claro ao escuro. Por isso, a cor alaranjada foi tão chamativa para os estudiosos da área da biologia marinha.

O flagra foi feito no ano passado, mas só ganhou destaque neste mês, quando um estudo a respeito do tema foi publicado na revista científica Springer Nature. A publicação conta com as contribuições de especialistas brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Além deles, há pesquisadores da Universidade Nacional Experimental Rómulo Gallego, na Venezuela, e do Centro de Resgate de Espécies Marinhas Ameaçadas de Extinção, na Costa Rica. A partir da análise das fotografias, os cientistas identificaram o primeiro caso conhecido de xantismo associado ao albinismo em um peixe cartilaginoso.

O que é xantismo e albinismo causaram?

Considerada como uma anomalia genética, o xantismo é extremamente raro e faz com que partes da pele fiquem com tons amarelados ou dourados. Já o albinismo provocou alterações nos pigmentos oculares do tubarão, o que explica a sensibilidade e o aspecto claro nos olhos.

A descoberta foi amplamente repercutida entre biólogos marinhos. Isso porque, até então, essas condições nunca tinham sido documentadas em tubarões, apenas em outros animais, como aves e répteis.

Saiba mais

O registro inicial foi feito por pescadores do grupo Parismina Domus Dei. Os estudos devem continuar para averiguar se este é um caso isolado ou uma nova tendência adaptativa e quais fatores, essencialmente os ambientais, poderiam motivá-la.

A diversidade genética e as possíveis variações evolutivas nas populações marinhas são as principais hipóteses levantadas pelos cientistas. De acordo com eles, não há evidências de que essa coloração proporcione algum tipo de vantagem ao tubarão.

*Com informações de IG