O ex-presidente dos EUA Donald Trump - Foto: Michael M. Santiago / Getty Images via AFP

O império empresarial de Donald Trump deveria estar em perigo como nunca nesta segunda-feira (25). Em vez disso, tornou-se o melhor dia para o patrimônio do ex-presidente dos Estados Unidos.

Enfrentando um prazo para pagar uma fiança de quase US$ 500 milhões em um processo por fraude em Nova York, uma corte de apelações estadual reduziu o valor que ele teria que pagar para US$ 175 milhões. A decisão ainda aumenta o prazo para a nova fiança em dez dias.

Ao mesmo tempo, sua empresa de mídia social Trump Media & Technology Group concluiu um processo de fusão que durou 29 meses —o que significa que as ações no valor de bilhões de dólares agora são oficialmente de Trump.

Ao todo, seu patrimônio líquido aumentou em mais de US$ 4 bilhões. Isso significa que, pela primeira vez, Trump se juntou às 500 pessoas mais ricas do mundo no Bloomberg Billionaires Index, com uma fortuna de US$ 6,5 bilhões.

“Temos uma ótima empresa e estamos incrivelmente honrados”, disse Eric Trump, vice-presidente executivo da Trump Organization, em comunicado.

Trump, 77, sempre foi rico. Mas sua fortuna, que anteriormente atingiu o pico de US$ 3,1 bilhões, consistia principalmente em imóveis, cujo valor ele e sua empresa inflaram em bilhões de dólares por ano por mais de uma década para obter melhores condições em empréstimos.

Seu patrimônio de baixa liquidez criou uma situação de potencial crise financeira antes do prazo desta segunda para pagar sua sentença de US$ 454 milhões ou pagar uma fiança de 120% da sentença enquanto ele recorre.

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, sinalizou que estava pronta para confiscar bens se Trump não cumprisse.

Trump prometeu pagar rapidamente para cobrir o valor reduzido. Atualmente, ele não pode lucrar com seu ganho com a fusão da Trump Media com a Digital World Acquisition (DWAC) porque suas ações estão bloqueadas por cerca de seis meses.

As ações da DWAC fecharam a US$ 49,95 nesta segunda, um aumento de cerca de 185% desde o início do ano. Isso avalia a participação de 58% de Trump na empresa em US$ 3,9 bilhões.

A conclusão da fusão, que superou obstáculos como uma investigação, um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e processos de última hora de executivos e investidores, significa que as ações agora estão incluídas no cálculo do patrimônio líquido de Trump pela Bloomberg.

Anteriormente, sua participação havia sido avaliada em US$ 22,5 milhões, com base em sua divulgação financeira mais recente.

A fortuna revisada de Trump, que está fazendo campanha para retornar à Casa Branca, vale aproximadamente o mesmo que a de Joe Ricketts, Gordon Getty e Tony James, de acordo com o índice da Bloomberg, que calcula o patrimônio líquido do ex-presidente desde 2015.

O valor é baseado em divulgações exigidas para candidatos presidenciais, arquivos públicos relacionados a principais propriedades imobiliárias e relatórios de sua equipe.

*Com informações de Folha de São Paulo