Presidente dos EUA, Donald Trump, à direita, e o vice-presidente JD Vance - Foto: Daniel Torok / The White House via Getty Images
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma tarifa de 50% contra mercadorias provenientes do Brasil, em meio à crise diplomática deflagrada pelo apoio do republicano a Jair Bolsonaro.
A alíquota está em uma carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual ele volta a criticar o processo contra Bolsonaro por golpe de Estado e, sem apresentar provas, acusa o Brasil de promover “ataques insidiosos contra eleições livres” e a “liberdade de expressão”.
“A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações enviadas aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais já existentes”, escreveu o líder americano.
Na carta, Trump afirmou que o tratamento dado a Bolsonaro, “um líder altamente respeitado em todo o mundo”, é uma “vergonha internacional”. “É uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente”, acrescentou o presidente, que ainda acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de emitir “ordens de censura secretas e ilegais” contra redes sociais americanas.
“Os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil ou empresas do seu país decidirem fabricar produtos nos Estados Unidos”, salientou o republicano, que ainda ameaçou aumentar a alíquota caso haja represálias.
“Se, por qualquer razão, o senhor decidir aumentar as tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será acrescentado aos 50%. Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais para os Estados Unidos e eliminar as tarifas, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste”, concluiu Trump.
A medida chega em meio às investidas do presidente contra o Brics, cujos líderes se reuniram no Rio de Janeiro no início desta semana e que foi definido pelo magnata como um “grupo criado para machucar os EUA”.
Trump já anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre as importações de países do bloco, mas não está claro se essa alíquota compõe os 50% contra o Brasil.
Em meio à crise, o governo brasileiro convocou nesta quarta-feira o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar, para protestar contra o apoio do magnata a Bolsonaro, que arrisca pegar mais de 30 anos de prisão se for condenado pelo STF.
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