A sonda chinesa Chang’e 6 decolou com sucesso da Lua carregando amostras coletadas no lado oculto do satélite terrestre, algo inédito na exploração espacial, informou nesta terça-feira (4) a imprensa estatal do país.
O evento representa um novo passo no ambicioso programa espacial chinês. O país foi o único, até hoje, a realizar alunissagens no lado afastado da Lua e pretende enviar uma missão tripulada ao satélite em 2030.
“A missão superou o teste de temperatura elevada no lado oculto da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa.
A análise das amostras coletadas permitirá aos cientistas “aprofundar a pesquisa sobre a formação e evolução histórica da Lua”, disse o porta-voz da missão, Ge Ping, citado pela Xinhua, agência estatal de notícias.
Também fornecerá informações sobre “a origem do Sistema Solar (…) com uma base aperfeiçoada para missões de exploração posteriores”, acrescentou.
A Chang’e-6, batizada com o nome da mítica deusa lunar chinesa, foi lançada em 3 de maio deste ano da província de Hainan, no sul da China.
A sonda totalmente robótica pousou no sábado (1º), no horário de Brasília, em um local até então inexplorado em uma gigantesca cratera chamada Apollo, na bacia Polo Sul-Aitken, no lado do satélite que está permanentemente fora da visão da Terra.
A missão Chang’e anterior coletou amostras do lado visível da Lua em dezembro de 2020, reiniciando esforços globais de recuperação de material lunar depois de um intervalo de 44 anos.
A missão Luna 24, lançada pela antiga União Soviética em 1976, coletou 170,1 gramas de amostras do Mare Crisium, ou mar das crises, no lado da Lua visível da Terra.
Entre 1969 e 1972, seis missões Apollo, todas com tripulação, coletaram 2.200 amostras pesando um total de 382 quilos, também do lado da Lua voltado para a Terra.
Bandeira chinesa
Uma vez coletado o material, uma bandeira nacional chinesa carregada pelo módulo de alunissagem foi hasteada pela primeira vez no lado afastado da Lua, segundo a Xinhua.
A Administração Espacial Nacional da China (CSNA) não revelou como a missão deve prosseguir, mas, segundo portais especializados, a sonda continuará em órbita lunar por algumas semanas antes de iniciar o retorno à Terra no fim deste mês.
Os cientistas consideram que o lado afastado da Lua tem um grande potencial para a pesquisa, pois suas crateras não estão tão cobertas por antigos fluxos de lava como as do lado mais próximo da Terra.
Desde que chegou ao poder, o presidente chinês Xi Jinping promove o “sonho espacial” do país asiático.
Pequim destinou enormes recursos na última década para reduzir a distância para as duas potências tradicionais neste setor, Estados Unidos e Rússia.
A China já obteve conquistas notáveis, como a construção da estação espacial Tiangong, o pouso de robôs de exploração em Marte e na Lua e o envio de missões tripuladas em órbita.
O governo americano afirma que o programa aeroespacial da China esconde objetivos militares e pretende estabelecer o domínio do país asiático no espaço.
A missão Chang’e-6 é parte do renovado interesse pela Lua, para onde a China deseja enviar astronautas em 2030 e planeja construir uma base espacial.
Os Estados Unidos também querem retomar as missões tripuladas à Lua em 2026, com a missão Artemis 3.
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