Lula e bancada do PT almoçam com Pacheco na residência oficial do Senado, antes das eleições (Foto: Ricardo Stuckert)

Relator da proposta terá reunião com Wellington Dias nesta quinta

Senadores petistas se reuniram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na noite de ontem (1), como parte das negociações para incluir no Orçamento de 2023 políticas públicas caras ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pacheco tem interesse em se aproximar dos petistas para costurar apoio para sua reeleição à presidência do Congresso.

Entre as prioridades está o pagamento de R$ 600 de Auxílio Brasil em janeiro, a preocupação mais imediata do PT, e o aumento do salário mínimo acima da inflação. Outra prioridade é articular a inclusão de programas que garantam a geração de emprego já na largada de 2023, como o programa Minha Casa, Minha Vida, além de investimentos em infraestrutura e obras paradas.

Os senadores Paulo Rocha (PA), líder do PT na Casa, e Jean Paul Prates (RN), líder da oposição no Senado, iniciaram essa costura para sensibilizar Pacheco a favor das pautas do presidente eleito.

Aliado de Pacheco, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que trabalhou por Lula em Minas Gerais durante a campanha, também participa das discussões. A conversa desta terça-feira foi uma espécie de prévia do encontro que o senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias (PT-PI) terá com o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI) na manhã de quinta-feira.

Paulo Rocha, líder do PT, disse que, após o resultado da eleição, conversou com o presidente eleito sobre a necessidade de encontrar espaço no Orçamento para viabilizar os programas sociais prometidos na campanha.

Segundo ele, a estratégia é oferecer uma opção às “emendas de relator”, conhecidas como orçamento secreto, mostrando que as prefeituras podem ser atendidas diretamente por programas de habitação e saúde federais.

“Você sabe que o orçamento mexe com a estrutura inteira da federação, então tem que dialogar. Se a gente coloca esse orçamento secreto em xeque, isso é mexer com os interesses dos governadores e prefeitos, mas no primeiro governo Lula nós fazíamos tudo via município. Foi o que fizemos na época: além de aumentar o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fizemos políticas públicas apoiadas pelo prefeito. Minha Casa, Minha Vida é na área da construção civil e mexe com o emprego local”, explica.

Para Rocha, a maneira de convencer deputados e senadores a abrirem mão das emendas é o PT procurar governadores e prefeitos para conversar, já que, na ponta, são eles que se beneficiam dos repasses.

Com informações de O Globo