O projeto é financiado pela Fapeam e tem a parceria do Inpe

Estrutura que visa apoiar a previsão sazonal de secas e enchentes coletará, também, dados para avaliação do clima da região

Pesquisadores e alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) instalaram, em julho, uma estação de monitoramento meteorológico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, localizado em Novo Aripuanã (a 227 quilômetros de Manaus). A ação é a segunda etapa do projeto “Sistema de Previsão de Secas e Enchentes em Apoio à Gestão da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira”.

O projeto é financiado pelas Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados do Amazonas e de São Paulo (Fapeam/Fapesp), e também conta com a parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

A estação vai coletar dados de temperatura do ar, precipitação, umidade relativa, velocidade e direção do vento, pressão atmosférica e radiação solar. As informações servirão para avaliação do clima da região e para produção e validação de modelos numéricos climáticos, utilizados para a previsão de secas e enchentes na região da RDS do Rio Madeira.

De acordo com o coordenador do projeto, Dr. Francis Wagner Silva Correia, com o aumento do desmatamento, queimadas e gases do efeito estufa na Amazônia, as medições realizadas fornecerão um indicador de possíveis alterações no clima relacionadas a essas ações.

“O projeto tem como objetivo desenvolver o sistema de previsão de secas e enchentes, focado na bacia do Rio Madeira, pegar o que tem de melhor de modelagem climática no Brasil, configurar e adaptar para bacia Amazônica e usar esse modelo para fazer a previsão de até quatro meses, de chuva, cota, vazão e a inundação para a bacia do Rio Madeira”, observou o coordenador.

A instalação da estação foi realizada pelo coordenador do projeto, com apoio dos doutorandos do Programa Clima e Ambiente (Cliamb) UEA/Inpa, Weslley Gomes e Leonardo Vergasta; dos alunos Iasmim Alves e Gerson Briglia; e dos técnicos da Sema, Andreia Mar e Rodrigo Mar.

Segundo o Secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o projeto é muito importante, pois a área do rio Madeira, é um local de frequentes mudanças climáticas, que impactam tanto econômica e socialmente, como também no meio ambiente da região.

“A gente precisa de dados para que possamos mitigar o impacto dessas mudanças que estão acontecendo e até, também, ter modelos de política pública de adaptação a essas mudanças, que estão acontecendo ali naquela área”, afirmou o secretário.

Workshop

Ainda, durante a viagem, foi realizado o workshop “A Amazônia e as Mudanças no Clima” para apresentar e discutir com gestores e as comunidades, da RDS do Rio Madeira, a importância dos serviços ambientais fornecidos pela Floresta Amazônica; e os efeitos nocivos do aumento dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) e dos desmatamentos no clima regional e global.

“Além da questão de o projeto elaborar o sistema de previsão de secas e enchentes, tem um cunho educacional. A gente está capacitando, qualificando alunos da universidade, no entendimento do clima, das variações do clima, das alterações climáticas e, também, criando uma massa crítica no Amazonas para conseguir modelar esses processos hidrológicos, climáticos”, observou o coordenador do projeto.

O workshop contou com a participação dos alunos do curso de Agroecologia da UEA de Novo Aripuanã, alunos do ensino médio da Escola Municipal João Flávio Doval, além dos membros das comunidades de Santa Rosa e Santa Maria, e técnicos da Sema.