
Ter um “selinho da Unesco” traz responsabilidades para qualquer parque ou edifício histórico, mas também é um chamariz danado, aproveitado sempre que possível pelo turismo local. Quando um lugar consegue mais de dois títulos então, é uma beleza. É que, além dos famosos títulos de patrimônio natural, cultural, misto ou imaterial da humanidade, a Unesco também elege reservas da biosfera e geoparques.
Reservas da biosfera são grandes biomas com fontes de água importantes e diversidade rica. Além disso, estão sob constantes ameaças provocadas pelos humanos. As Reservas da Mata Atlântica, no Paraná e em São Paulo, são um exemplo de patrimônio natural da humanidade que também são uma reserva da biosfera da Unesco.
Já os geoparques são, segundo a própria instituição, “áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável”. No Brasil, até o momento, nenhum dos quatro geoparques (Araripe, Seridó, Caminho dos Cânions do Sul e Caçapava do Sul) é também um patrimônio natural.
Logo, ter os três títulos, já deu para perceber, é uma honraria para poucos. Este ano, Sabá, na Malásia, se juntou à Ilha Jeju, na Coreia do Sul, e a Shennongjia, na China, no seleto time de detentores da “tríplice coroa”. Todos asiáticos, até o momento, o que pode ser motivo de reclamação para os bairristas de plantão.
Quando falamos em Malásia, logo pensamos nas torres modernas de Kuala Lumpur. Mas o país também tem natureza exuberante, com praias e florestas de primeira. Sabá é o suprassumo disso.
Que lugar é esse
A Malásia é um país basicamente dividido em dois. Ela ocupa a ponta da Península Malaia e o norte da ilha de Bornéu (o sul da ilha faz parte da Indonésia e um pedacinho do norte é Brunei).
Sabá (ou Sabah) fica no extremo norte de Bornéu. A ilha é mundialmente famosa pela fauna. Pense no orangotango-de-bornéu e no incrível macaco-narigudo, por exemplo, e você terá noção do espetáculo local.
O Parque Nacional Kinabalu, na costa oeste de Sabá, é o primeiro patrimônio da humanidade malaio, eleito em 2000. Colado nele fica a reserva da biosfera da Cordilheira Crocker, designada em 2014. Este ano, a Unesco anunciou a criação do geoparque Kinabalu, sacramentando a tripla conquista de Sabá.
