Uma visão de drone mostra fumaça subindo de um incêndio no Pantanal, a maior área úmida do mundo, em Corumbá, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, 12 de junho de 2024 - Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Os focos de incêndio no Pantanal neste mês de junho já superam os do primeiro semestre inteiro de 2020. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizando desde o início do mês, já são mais de 2,5 mil pontos de fogo no bioma.

Segundo o biólogo e diretor de Comunicação da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, o fogo já consumiu mais de 676 mil hectares, o equivalente a mais de quatro cidades de São Paulo. O especialista explica ainda que a maioria das queimadas na região teve origem a partir da ação humana.

“A situação do Pantanal está muito seca. Este ano provavelmente deve ser o ano mais seco da história do Pantanal. (…) A área alagada do Pantanal, que passa mais de seis meses debaixo d’água, está 61% abaixo da média histórica. Essa vegetação que cresce nessa área alagada, na hora que está seco e quente, ela fica muito propícia para o alastramento do fogo e aí a gente soma isso ao fator humano, conseguimos ver esses incêndios”, explicou em entrevista ao Terra Agora, que foi ao ar nesta quinta-feira, 27.

Uma nota técnica emitida pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirma que, nos meses de março, maio e junho, nenhum foco foi originado a partir de raios.

“A grande maioria deles começaram perto da beira do Rio Paraguai, do Rio Paraguai-Mirim, próximos a cidade de Corumbá. São locais onde moram muitas pessoas, que usam o fogo tradicionalmente (…). Qualquer um que risca o fogo para qualquer atividade, mesmo que não seja intencional de colocar fogo em tudo, às vezes, ele está fazendo a própria atividade ali, mas isso é um risco muito grande. É literalmente uma chama que pode virar um incêndio florestal sem controle”, detalhou.

*Com informações de Terra