Núcleo Berta Becker, implantado em unidade de conservação será utilizado no projeto (Foto: Dirce Quintino)

Para a educação ser transformadora e mudar o mundo, ela precisa modificar o seu entorno. Na Amazônia, isso significa cuidar da floresta e também de quem cuidará dela no futuro. Com essa visão, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) idealizou um projeto de formação docente voltado para 11 municípios do Amazonas com o objetivo de inovar o currículo educacional otimizando seus impactos nas necessidades da região.

Aproximadamente R$11 milhões serão investidos em ações de formação continuada para professores da rede municipal do estado, além de instalações de placas de energia solar e infraestrutura para acesso à internet nas unidades. Metade do projeto será financiado pelo Fundo Socioambiental, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enquanto a outra metade será garantida por apoiadores da FAS.

Segundo o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, o projeto, que também tem parceria com o Governo do Amazonas, visa reformular o currículo do Ensino Médio ofertado na região. “O principal objetivo é aprimorar a educação pública de nível médio fazendo com que as escolas incorporem mais conteúdo relacionado à realidade da Amazônia e voltado para a promoção do desenvolvimento sustentável”, afirma.

Além disso, Viana explica que a iniciativa fará com que jovens aprendam sobre ecologia, manejo e comercialização da imensa geração de riqueza oriunda da bioeconomia amazônica.

A ação consiste em oito ciclos de treinamento de 20 horas para mais de 1,5 mil professores municipais. O programa envolve, também, o desenvolvimento de materiais pedagógicos – livros, cartilhas e cadernos temáticos – adaptados às realidades educacionais da região com uma abordagem multidisciplinar.

Todo o processo será feito de forma integrada com as Secretarias Municipais em todas as fases do projeto, criando cooperação técnica pedagógica e uma rede colaborativa de gestores de educação.

Para atualizar o currículo do Ensino Médio, será feito um piloto em sete escolas estaduais, localizadas em Unidades de Conservação, abrangendo 44 docentes e 884 alunos. O projeto consiste na elaboração e implementação de um plano de formação técnica voltada para a bioeconomia regional.

Também serão instaladas nas escolas pontos de conexão à internet de banda larga para aprimorar a educação e a inclusão digital. O objetivo deste piloto é criar um modelo de excelência capaz de ser replicado em outras áreas rurais da Amazônia.

A parceria estadual vai permitir ainda que dois cursos virtuais latu sensu de 360 horas sobre práticas pedagógicas de desenvolvimento sustentável e gestão de projetos, e currículos escolares sejam disponibilizados para 200 docentes. Os investimentos em infraestrutura básica permitirão a instalação de sistemas solares em cinco escolas estaduais rurais, trocando a atual matriz energética fóssil para gerar energia elétrica sustentável.

Com informações da assessoria