Primeiro deputado a tornar público o diagnóstico de autismo, quer desburocratizar o acesso das pessoas com deficiência em território nacional - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) apresentou um Projeto de Lei para tornar obrigatória a inclusão de informação sobre a condição da pessoa com deficiência no Documento Nacional de Identidade, como o diagnóstico de autismo. A regra valerá somente se o cidadão solicitar a inclusão no processo de confecção. Se aprovado, o documento de identidade passará a ser o único comprovante necessário para que a pessoa usufrua dos benefícios que dependem de sua condição.

A carteira de identidade com essa especificação já é regulamentada em diversos estados, mas Mandel acredita que uma lei federal irá facilitar o acesso aos direitos para a população com deficiência, especialmente o autismo, e evitará burocracia.

“Se a pessoa precisar se deslocar, não tem condições de ficar repetindo o mesmo processo em todo lugar que ela vá. Essa é uma burocracia desnecessária; podemos simplificar”, opinou o parlamentar.

Para ter a identificação específica, o cidadão terá que apresentar os respectivos documentos comprobatórios de sua condição. O novo mecanismo poderá organizar o acesso a mediadores para a educação especializada, já que dará mais clareza em relação à demanda para o serviço.

“Essa mudança, que parece simples, fará com que as pessoas com deficiência não precisem passar por constrangimentos na hora de obter seus direitos. Por exemplo, com a negativa de algum acesso por não terem algum documento específico, além de não precisarem ficar comprovando a todo momento a sua condição. Isso trará mais dignidade e menos obstáculos”, declarou o deputado.

Pauta prioritária

Amom também apresenta outras iniciativas voltadas à causa autista. Entre elas, um projeto para priorizar a destinação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para a manutenção das salas multifuncionais para atendimento educacional especializado nas escolas da rede pública. Para o parlamentar, a medida é importante para garantir o acesso à educação de qualidade para todos os estudantes com diferentes tipos de deficiência.

“A inclusão de prioridade de recursos para escolas que oferecem salas de recursos multifuncionais para atendimento de alunos com autismo ou outras necessidades específicas é uma medida de extrema importância para promover a igualdade de oportunidades e uma educação de qualidade, especialmente no contexto do Amazonas, onde a realidade das escolas públicas muitas vezes apresenta desafios únicos”, explicou.

Além disso, um dos principais problemas enfrentados pela população amazonense é a falta de mediadores nas escolas públicas. O parlamentar, após se reunir com mães atípicas e representantes de instituições, questionou o Ministério da Educação sobre as medidas a serem tomadas pelo Governo Federal para garantir que haja mediadores suficientes para atender a demanda no Estado. O requerimento de informação ainda não foi respondido pela pasta.