Tarciana Medeiros é a primeira mulher a assumir a presidência do Banco do Brasil em 215 anos de história

Lista foi feita pela Revista Forbes, dos Estados Unidos, e Tarciana Medeiros aparece na 24ª colocação. Neste ano, ela foi escolhida presidente do banco estatal, se tornando a primeira mulher a atingir este cargo em 215 anos na instituição.

A paraibana Tarciana Medeiros, atual presidente do Banco do Brasil, foi eleita uma das mulheres mais poderosas do mundo em ranking divulgado hoje (6), pela Revista Forbes, dos Estados Unidos. Natural de Campina Grande, Tarciana ficou na 24ª colocação da lista que contabilizou 50 mulheres. Ela foi a única brasileira indicada.

Ao lado de nomes como Úrsula Von der Leyen, presidente da comissão europeia; Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos; e ainda as estrelas da música como Taylor Swift e Beyoncé, a Forbes destacou o fato de Tarciana ter sido a primeira mulher a comandar o Banco do Brasil em 215 anos da instituição, que é a mais antiga do país e a segunda em toda a América Latina.

No perfil de indicação da revista, foi destacada também a atuação de Tarciana no combate às alterações climáticas e no papel que os bancos têm nessa questão ao redor do mundo. A lista foi determinada por quatro métricas principais: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência.

A presidente do Banco do Brasil comemorou o reconhecimento e a importância que a indicação dela tem na lista das mulheres mais poderosas do mundo.

“É uma alegria imensa poder ser reconhecida, poder inspirar outras mulheres, poder inspirar outras meninas, do que é possível quando nós temos oportunidades. Agradeço demais ao presidente Lula em me nomear e aos acionistas do banco que acreditam que é possível sim conciliar uma atuação comercial com uma atuação pública”, ressaltou.

Quem é Tarciana Medeiros

Nascida na cidade de Campina Grande, na Paraíba, Tarciana Medeiros tem 45 anos e acumula uma longa trajetória dentro do Banco do Brasil, antes de se tornar a primeira mulher presidente da instituição.
Em 1988, Tarciana iniciou sua carreira profissional como feirante, 10 anos depois atuou como professora, ingressando depois no Banco do Brasil em 2000. Ela era gerente executiva desde 2019.

Também ocupou cargos de gerência de relacionamento e negócios, passando por unidades do Norte e do Nordeste, além da capital federal. Ela é formada em administração e pós-graduada em marketing e liderança, inovação e gestão.

No banco, ela trabalhou em cargos na rede de varejo, agências e superintendências.

Atuação como presidente do banco

A presidente Tarciana Medeiros vem desempenhando um papel importante também na atuação social no Banco do Brasil, isso porque após o Ministério Público Federal (MPF) ter notificado o banco sobre a abertura de um inquérito civil público que investigou o envolvimento da instituição na escravidão e no tráfico de africanos durante o século 19 no país, ela pediu desculpas ao povo negro.

Em nota, a declaração da presidente do banco veio acompanhada do anúncio de ações para promover a igualdade, a inclusão étnico-racial e combater o racismo estrutural no país.

“Direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povo negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história. Neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país”, afirmou Tarciana.

O pedido de desculpas faz parte de um acordo que o banco fez com o Ministério Público. Além disso, foi solicitado que o banco também reconheça a sua participação durante o período de tráfico de pessoas e apresente um “plano de reparação” as ações cometidas.

A presidente do BB disse que o banco não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa.

“Mas o simples fato de sermos uma instituição da atualidade nos move a realizar atividades voluntárias com o compromisso público e com metas concretas para combater a desigualdade étnico-racial e buscar por justiça social no âmbito de uma sociedade que guarda sequelas da escravidão, independentemente de existir ou não qualquer conexão, ainda que indireta, entre atividades de suas outras versões e escravizadores do século XIX”, destacou.

A lista da Forbes

Entre as mulheres escolhidas pela Revista Forbes estão grandes nomes de diversas áreas de atuação, seja política, econômica, social, artística e esportiva.

Com informações do g1-PB