Operação Déjà Vu contra o garimpo ilegal tem mandados de prisão, busca e apreensão no Amazonas (Foto: PF/AM)

Pela primeira vez, a PF identificou o uso de cianeto, uma substância que faz mal à saúde, para a retirada de ouro na região.

Conforme informações da PF, estão sendo cumpridos seis mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão, em Manaus e Nova Olinda, no Amazonas; Goiânia, em Goiás; Itaituba, no Pará, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas. “Além dos mandados, foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, tal como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse”, informou a PF.

A investigação começou após a Polícia Federal descobrir um garimpo ilegal em terras da União na região conhecida como “Filão dos Abacaxis”, sul do município do Maués, no Amazonas. Durante as buscas no garimpo, os policiais também identificaram trabalho escravo.

“Constatou-se através de laudo pericial um sofisticado esquema de lavagem de capitais com o uso de Permissões de Lavra Garimpeira (PLGs) sem nenhuma ou com pouca intervenção humana, atividade conhecida como esquentamento do ouro”, ressaltou o órgão.

Denúncias

A PF chegou ao garimpo ilegal após denúncias. Os moradores relataram, ao órgão, que identificaram poluição das águas e morte de peixes e outros animais que fazem parte da alimentação da comunidade.

Uso de cianeto

Foi detectado, ainda, o uso de cianeto na extração do ouro. A substância química, que tem a mesma função do mercúrio (usado para aglomerar o ouro garimpado) é perigosa para a saúde.

“Conforme análise do laudo pericial, o garimpo em questão se utiliza de cianeto, material altamente tóxico”, destacou a PF.

De acordo com o órgão, o dano ambiental, provocado pela extração ilegal e uso do produto tóxico, já ultrapassa os R$ 429, 6 milhões.

Operação

Ao todo, 46 policiais federais atuam na operação. Segundo a PF, o garimpo ilegal foi destruído com o apoio do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e de policiais da Força Nacional.

A operação foi batizada de Déjà Vu, porque os alvos da ação realizada nesta quarta já foram presos em 2015 pelo mesmo crime, numa outra ação que ficou conhecida como Operação Filão dos Abacaxis em 2015.

Com informações do g1-AM