Justiça absolve Samarco e Vale pelo rompimento da barragem de Mariana
A Justiça brasileira absolveu, nesta quinta-feira (14), as mineradoras Samarco , Vale e BHP do rompimento de uma barragem em 2015 em Mariana (MG), que matou 19 pessoas e causou a maior tragédia ambiental da história do país.
“Os documentos, laudos e testemunhas ouvidas para a elucidação dos fatos não responderam quais as condutas individuais contribuíram de forma direta e determinante para o rompimento da barragem de Fundão”, afirma a decisão obtida pela AFP.
Ao todo, a Justiça absolveu as empresas Samarco, Vale, VogBR e BHP Billiton, além de 7 pessoas, incluindo diretores, gerentes e técnicos. Entre as pessoas absolvidas está Ricardo Vescovi, presidente da Samarco, na época do rompimento.
A decisão foi publicada às 2h27 de hoje, pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região, de Ponte Nova, na Região da Zona da Mata.
O Ministério Público Federal (MPF) já afirmou que vai recorrer da decisão.
Denúncia
Em outubro de 2016, o MPF denunciou 22 pessoas e quatro empresas (Samarco, Vale, BHP e VogBR).
Os 22 indivíduos foram denunciados por homicídio qualificado, inundação, desabamento, lesões corporais graves e crimes ambientais, e uma, por apresentação de laudo ambiental falso. Todos os acusados foram absolvidos.
Entretanto, em 2019, a Justiça Federal retirou os crimes de homicídio do processo, sob o argumento de que as mortes foram causadas pela inundação. Ao longo desses anos, diversos crimes ambientais prescreveram.
A sentença que inocentou os indivíduos afirma que, apesar da evidência dos danos causados pelo rompimento da barragem, que matou 19 pessoas, a Justiça Federal entendeu que não foi possível atribuir condutas específicas e determinantes aos acusados que configurassem o crime.
*Com informações de IG
Comunidades do Médio Solimões recebem oficina de Regionalização da Educação em Nutrição

Promover a sensibilização e o conhecimento sobre os recursos alimentares regionais da Amazônia, em comunidades tradicionais do Médio-Solimões, é o objetivo da oficina ‘Regionalização da Educação em Nutrição’ apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
A ação amparada via Programa de Apoio à Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação no Amazonas (POP CT&I), ocorrerá nos dias 16, 19 e 21 de novembro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, na Floresta Nacional (Flona) de Tefé e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que abrangem o município de Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus).
Para o Doutor em Ecologia Aplicada, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e coordenador do evento, Daniel Jpseph Tregidgo, o apoio da Fapeam é essencial para a difusão do evento.
“A realização do evento só é possível por causa da Fapeam, pois é através do apoio que conseguimos passagens para trazer nutricionistas de fora, além de custear as diárias, gasolina para chegar de barco nas comunidades, e produção e impressão dos materiais de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)”, explicou.
Integrar uma educação sobre alimentação e nutrição de qualidade, regionalizada, sobre a realidade das comunidades ribeirinhas do Médio Solimões, na sala de aula e no trabalho da ACS é a expectativa do coordenador para o evento.
Educação em Nutrição
O evento presencial é destinado a professores e agentes comunitários de saúde (ACSs) de comunidades ribeirinhas. A estimativa é a participação de 100 pessoas. A iniciativa tem o objetivo de capacitar sobre nutrição para inclusão no currículo escolar, além de melhorar e regionalizar o conselho nutricional, visando combater a insegurança alimentar e promover hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis.
Durante os três dias de programação serão realizados escuta ativa, abordagem sobre conceitos de alimentação, divisão dos grupos para a realização das atividades, apresentação teórica e dos grupos, e análise do retorno à atividade proposta de forma reflexiva.
Apoio da Fapeam
O evento recebe apoio da Fapeam, por meio do POP CT&I. A iniciativa apoia a realização de eventos de popularização da ciência, prioritariamente no interior do estado do Amazonas, por meio do financiamento da produção e distribuição de materiais educativos para democratizar a produção do conhecimento em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), fortalecer a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia/2023 e a própria Política Pública de CT&I do Amazonas.
Eventos científicos da Fapeam
A agenda de eventos científicos do segundo semestre de 2024, apoiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, pode ser acessada em: https://www.fapeam.am.gov.br/programacao-de-eventos-cientificos-e-tecnologicos-apoiados-pela-fapeam-3/
Gabigol quis camisa de Zico e foi a vestiário em jogo com climão e silêncio
Afastado da partida desta quarta-feira contra o Atlético-MG, Gabigol pediu uma camisa de Zico para usar em dia de torcedor no Maracanã, foi até o campo no aquecimento e esteve no vestiário antes de a bola rolar. Agora, o Flamengo espera colocar panos quentes na situação para a reta final da temporada.
Gabigol disse que ia para a arquibancada, mas não aconteceu. Por orientações diversas, o jogador desistiu da ideia que apenas jogou no ar após a nota do Flamengo comunicando sobre o afastamento.
Para ir ao jogo, ele quis vestir uma camisa em referência a Zico. O modelo de mangas longas e mais clássico foi levado até ele por pessoas próximas. Nas redes sociais, marcou o maior ídolo da história do clube, de quem é amigo.
Gabriel esteve no vestiário com os companheiros. Ele chegou mais tarde que o previsto ao Maracanã e foi direto para o campo, onde o time aquecia. Ouviu alguns cantos da torcida e ficou conversando com funcionários do Fla, especialmente Luiz Carlos, gerente de futebol do clube. Depois, voltou para dentro, onde participou da reza do elenco antes de a bola rolar. De acordo com o Flamengo, o atacante está apenas afastado, não impedido de ir aos jogos. Por isso foi ao campo mesmo afastado e treinou normalmente nos últimos dias.
O camisa 99 assistiu ao jogo de um camarote dele, próximo ao setor norte do Maracanã. Por lá, não teve reações excessivas, sendo mais expressivo no momento do pênalti perdido por David Luiz. Cantou algumas músicas da torcida, riu dos momentos de Deyverson e conversou bastante com amigos próximos.
Gabigol também atendeu alguns fãs. Ele saiu cercado por seguranças e amigos, mas conseguiu tirar algumas fotos. O que ouviu não foram apenas frases de amor, mas também xingamentos. A atitude de anunciar sua saída do clube logo após o título da Copa do Brasil dividiu opiniões entre os rubro-negros.
Climão, recado claro e silêncio
A partida, porém, não deixou de ser marcada por um climão. Filipe Luís não quis falar antes do jogo sobre a situação e deixou para a entrevista coletiva. Lá, os jornalistas foram comunicados de que ele faria apenas um pronunciamento sobre Gabigol e depois não falaria mais sobre o assunto.
O treinador deixou claro que a decisão de afastar o jogador foi 100% da diretoria. Não houve participação e nem esclarecimento sobre os episódios que teriam ocorrido no vestiário da Arena MRV na final de domingo. Filipe deixou nas mãos dos dirigentes a explicação mais extensa sobre o fato.

“Fui comunicado pelo Marcos Braz de que ele [Gabigol] não seria relacionado para os próximos jogos até segunda ordem. Este é um assunto total do Braz, e ele vai explicar para vocêss no momento que ele achar oportuno.” afirmou Filipe Luís, em entrevista coletiva
Nenhum dirigente, porém, falou. Encarregado da situação, o vice de futebol Marcos Braz não passou pela zona mista do Flamengo. Na saída para o estacionamento, não quis dar entrevistas. O presidente Rodolfo Landim também não foi visto.
O único que pôde ser perguntado sobre o caso Gabigol foi o jovem Evertton Araújo, escolhido do Flamengo para as entrevistas no estádio. Ele, porém, foi orientado a não entrar no tema, gerando um clima de constrangimento geral. O volante olhou várias vezes para os assessores para entender se deveria responder, e os profissionais avisaram que o garoto não falaria.
O Flamengo folga nesta quinta e sexta-feira. No sábado, se reapresenta para iniciar a preparação para o duelo com o Cuiabá, na semana que vem, pelo Campeonato Brasileiro.
A expectativa é que representantes de Gabigol se reúnam com Marcos Braz para amenizar o tema. Depois da troca de farpas, o entendimento é que o cenário não é positivo para ninguém. Ainda há uma chance de Gabriel voltar a ser relacionado e até ganhar uma despedida, mas ainda dependerá dessa conversa.
*Com informações de Uol
Lula busca legado no G20 em meio dúvidas após vitória de Trump
Em pouco menos de uma semana, chefes-de-Estado de diferentes partes do mundo deverão se encontrar no Rio de Janeiro para a reunião de Cúpula do G20, o grupo reúne as 19 maiores economias do mundo, União Europeia e União Africana. Entre eles estarão o norte-americano Joe Biden e o chinês Xi Jinping. A cúpula de líderes será realizada na segunda-feira (18/11) e na terça-feira (19/11).
A reunião vai marcar o fim da presidência brasileira do grupo, iniciada no ano passado, e uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de deixar algum legado em um dos fóruns multilaterais mais importantes do mundo.
Para isso, a diplomacia brasileira tentou contornar pontos sensíveis aos diversos integrantes do G20 como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e apostou em temas com maior potencial de convergência como o combate à fome e a desigualdade.
Diplomatas e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil nos últimos meses avaliam a presidência da brasileira do grupo como positiva, mas ressaltam que a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas pode representar um esvaziamento da cúpula a ser realizada na capital fluminense. Isto ocorreria porque Trump ficou conhecido em seu primeiro mandato por adotar uma política externa isolacionista e menos focada nos órgãos multilaterais como o G20.
Eles avaliam que o Brasil teve êxito em propor medidas concretas em áreas como o combate à fome — agenda que mais avançou nos meses da presidência brasileira —, mas ressaltam que o possível desengajamento dos Estados Unidos nos fóruns multilaterais será um desafio para o futuro do G20.
Quais eram as pretensões brasileiras no G20?
Desde que assumiu a presidência do grupo, o Brasil estabeleceu três prioridades:
Diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil e especialistas apontam que, das três agendas principais apresentadas pelo Brasil, a que mais avançou foi a do combate à fome e à pobreza. No primeiro dia da cúpula, o presidente Lula deverá lançar aquela que é considerada a principal entrega do país durante a presidência do G20: Aliança Global Contra a Fome.
Trata-se de um mecanismo que pretende facilitar o acesso de países pobres ou em desenvolvimento a financiamento e a políticas públicas voltadas para a redução da fome e da pobreza. A previsão é de que o mecanismo funcione pelo menos até 2030 e contará com recursos de entidades filantrópicas e bancos multilaterais de desenvolvimento.

A aposta brasileira neste tema foi explicada pelo embaixador e secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Lyrio, principal negociador brasileiro no G20.
“Um dos objetivos da presidência brasileira foi centrar-se em resultados concretos em torno de temas que são mais capazes de angariar consenso generalizado. Não há país que considere que retirar 733 milhões de pessoas da situação de fome seja algo negativo. Vamos começar por aí”, afirmou o diplomata em entrevista coletiva à qual a BBC News Brasil participou na semana passada.
A iniciativa é vista por integrantes do governo ouvidos em caráter reservado como a principal tentativa de Lula deixar um legado para o G20 em um tema em que o Brasil foi e ainda é considerado uma referência.
“O Brasil conseguiu pautar algumas discussões bastante relevantes, particularmente em um tema que era uma prioridade do Brasil, como o combate à fome e à pobreza e à miséria. Acho que essa é uma grande contribuição da presidência brasileira no G20”, diz à BBC News Brasil o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Haroldo Ramanzini Júnior.
A polêmica tributação dos ultra-ricos
O Brasil também apostou em uma proposta de taxação global sobre grandes fortunas, uma bandeira antiga de Lula e que vem ganhando popularidade em diversos países.
O projeto brasileiro previa um imposto de até 2% sobre a riqueza de bilionários bilionários de todo o mundo.
Segundo as projeções feitas pelo economista francês Gabriel Zucman, que foi contratado para elaborar a proposta, a taxação seria capaz de arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano.
A ideia do governo brasileiro é que esses recursos fossem usados em políticas contra a fome e que promovam a transição energética.
Em julho, os ministros de finanças do G20 aprovaram um documento defendendo a adoção de políticas de tributação progressiva, inclusive sobre os chamados “ultrarricos”.

“É importante que todos os contribuintes, inclusive os indivíduos ultrarricos, contribuam com a sua justa parcela de impostos. A elisão fiscal agressiva ou a evasão fiscal por parte de indivíduos ultrarricos pode comprometer a equidade dos sistemas tributários, o que acarreta uma menor efetividade da tributação progressiva”, diz um trecho do documento.
A aprovação do texto foi considerada uma vitória pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas do ponto de vista simbólico, ainda é preciso que o assunto conste na declaração final da cúpula dos líderes. A tendência é que, como já foi aprovada pelos ministros da área econômica, a ideia sobre uma taxação sobre grandes fortunas seja aprovada pelos líderes do G20.
O problema, porém, é que, como o G20 não tem caráter decisório, não há garantias de que os países adotem, de fato, o que foi decidido durante a cúpula. Apesar disso, o professor de Relações Internacionais da Universidade de Toronto e diretor do G20 Research Group, John Kirton, afirma que há expectativa de que o assunto possa ser incorporado pelos países.
“Não há certeza absoluta no mundo político, especialmente em política internacional, onde não há chefes ou autoridades superiores […] Mas mesmo o G20 sendo um mecanismo que não obriga os países a adotarem suas deliberações, o que temos visto é que os países acabam incorporando parte do que é decidido nas cúpulas em suas políticas domésticas”, afirma Kirton à BBC News Brasil.
As outras duas prioridades estabelecidas pela presidência brasileira, reforma da governança global e transição energética e desenvolvimento sustentável, também resultaram em declarações ministeriais, mas a avaliação dos especialistas e de diplomatas estrangeiros ouvidos em caráter reservado é de que os resultados nestes campos foram mais limitados.
Em matéria ambiental, o governo brasileiro entregou um detalhamento maior do Fundo para as Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que já havia sido apresentado durante a Conferência da ONU para o Clima em 2023, a COP 28.
Apesar disso, um diplomata brasileiro ouvido pela BBC News Brasil disse avaliar que as discussões em torno do meio ambiente durante o G20 teriam sido menos intensas por conta da coincidência entre a reunião no Brasil e a COP 29, que está ocorrendo no Azerbaijão.
Com relação à reforma da governança global, o G20 aprovou uma declaração de ministros de Relações Exteriores em que os países se comprometem a “perseguir” objetivos como a reforma de instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Conselho de Segurança da ONU e os sistemas financeiro e de comércio internacional.
O professor John Kirton, do G20 Research Group, avalia que as tensões globais e a disputa de poder entre países como os Estados Unidos, China e Rússia ajudam a explicar os motivos pelos quais esta agenda, apesar da declaração, teria sido a que avançou menos. O G20 Research Group é um grupo de pesquisadores, professores e estudantes que se debruçam sobre o G20 há mais de 15 anos.

“Certamente, a prioridade que vai avançar menos é a reforma da governança global. E acho que o próprio presidente Lula já sabia disso há alguns meses. Por isso o Brasil liderou esse chamado para que o assunto seja debatido no ano que vem. Não é nem para fazer a reforma em si, mas para manter o assunto na pauta”, diz Kirton.
A “sombra” de Trump
Mas se de um lado Lula tenta deixar seu legado à frente do G20, por outro, a vitória de Trump é vista nos bastidores com preocupação uma vez que o republicano ficou conhecido por adotar uma política externa isolacionista.
“Há um esvaziamento natural da reunião do G20 com a vitória de Trump. Isso acontece porque ele tem uma plataforma que é contrária ao multilateralismo. Ele defende abertamente o protecionismo e isso vai contra o que preconiza o G20. É um duro golpe ao multilaterismo”, diz à BBC News Brasil o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Belém Lopes.
Durante seu primeiro mandato à frente do governo norte-americano, Trump tirou os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris e criticou parceiros europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por supostamente não pagarem suas contribuições.
Algumas posições de Trump também vão na contramão das declarações assinadas até o momento durante a presidência brasileira do G20.
O republicano, por exemplo, se elegeu prometendo cortar impostos e não criar mais tributos, na contramão do projeto de aumentar a taxação sobre ultrarricos.
Outro ponto sensível é a questão climática. Trump se elegeu prometendo dar novo impulso à indústria do petróleo norte-americana, o que contraria os apelos da comunidade científica mundial que defendem que o planeta precisa reduzir urgentemente o seu consumo de combustíveis fósseis para evitar as piores consequências das mudanças climáticas.
Oficialmente, a diplomacia brasileira tenta minimizar uma eventual ruptura causada pela chegada de Trump ao poder mais uma vez, mas nos bastidores há o temor, inclusive, de o governo Trump decidir pela saída do país da Aliança Global Contra a Fome e Pobreza, anunciada por Biden durante ligação com Lula na semana passada.
“Nós conhecemos as posições dos diversos países e de presidentes, como o presidente eleito Trump. Sabemos a posição (dele) e o que foi feito antes. Elas serão, objeto, naturalmente, de conversas, diálogos e negociações. É um presidente que já exerceu um mandato e agora volta. Com relação ao G20, minha impressão é de que ele, inclusive, participou de todas as cúpulas durante o seu mandato”, afirmou o embaixador brasileiro Maurício Lyrio.

Para o professor John Kirton, da Universidade de Toronto, a chegada de Trump ao poder pode “machucar” o G20, mas não destruí-lo. O professor diz acreditar que, apesar de pregar mais isolacionismo, Trump terá que se render à realidade de que os Estados Unidos não teriam condições de, sozinhos, resolver todos os seus problemas.
“Trump não pode salvar a economia dos Estados Unidos sem a ajuda concreta dos seus aliados”, afirma o professor.
O que é o G20 e por que ele é importante?
O G20, ou Grupo dos Vinte, é um clube de países que se reúne anualmente para discutir questões globais nas esferas econômica e política. Ele não tem caráter deliberativo como a Organização das Nações Unidas (ONU). Os resultados das suas discussões são normalmente tomados como sugestões a serem adotadas pelos países participantes.
Ele foi fundado em 1999 após a crise financeira asiática e foi concebido inicialmente como um fórum para ministros de finanças e autoridades discutirem maneiras de restaurar a estabilidade econômica do planeta naquela época. Juntos, os países do G20 representam 85% do produto interno bruto (PIB) mundial e mais de 75% do comércio global e mais de dois terços da população mundial.
A primeira reunião de cúpula de líderes do grupo foi realizada em 2008 em resposta a uma outra crise financeira mundial: a crise da economia norte-americana. Nos últimos anos, o G20 passou a incluir questões como mudanças climáticas e energia sustentável.
Os membros do G20 são a União Europeia, a União Africana e mais 19 nações: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
Todos os anos, um estado membro diferente do G20 assume a presidência e define a agenda para a cúpula dos líderes. Neste ano, foi a vez de o Brasil organizar o evento. Em 2025, será a vez da África do Sul. Em 2026, a previsão é de que seja nos Estados Unidos.
Tradicionalmente, as negociações do G20 são divididas em dois grupos, conhecidos como trilhas. A “Trilha dos Sherpas” é a que cuida dos assuntos mais relacionados à agenda política e geopolítica. Neste ano, ela foi comandada pelo embaixador brasileiro Maurício Lyrio.
A outra é a “Trilha de Finanças”, comandada pelas pastas econômicas de cada país. Neste ano, quem comandou esta área foi a diplomata e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

Em síntese, o trabalho deles é finalizar as negociações antes da reunião dos chefes-de-Estado para que a declaração final da cúpula esteja praticamente pronta quando eles se encontrarem.
*Com informações de Terra
David Almeida participa da abertura do Urban 20 e G20 Social, no Rio de Janeiro
O prefeito de Manaus, David Almeida, participou, nesta quinta-feira, 14/11, no Rio de Janeiro (RJ), da abertura do Urban 20 (U20) e do G20 Social, eventos que antecedem a Cúpula do G20, a ser realizada, nos dias 18 e 19 de novembro na capital fluminense. As reuniões envolvem a participação de prefeitos das maiores cidades do mundo e das capitais do país sede.
Durante a solenidade de abertura, que contou com a presença do ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, foram destacados, como temas centrais dos debates nos três dias em que os eventos serão realizados, o enfrentamento da fome e das desigualdades, a urgência das mudanças climáticas com transição energética justa, e a necessidade de reforma da governança global.
O prefeito David Almeida disse que a participação dos prefeitos em assuntos globais é de grande relevância para alcançar as soluções adequadas, pois tudo acontece nos grandes centros urbanos.
“O Urban 20 congrega as maiores cidades do Brasil e do mundo. É uma discussão paralela ao G20, as soluções para o planeta vêm a partir das cidades, a discussão de políticas públicas e soluções na área de meio ambiente, de mobilidade urbana, de habitação, de geração de emprego, tudo isso passa pelos grandes centros e essa discussão é fundamental nessa abertura no dia de hoje. Com a participação de ministros, do prefeito, representantes de organismos internacionais, isso faz parte, para que nós possamos discutir soluções para os problemas das grandes cidades”, disse o prefeito.
O U20 consiste em uma iniciativa de diplomacia de cidades, que congrega cidades dos países membros do G20 com o objetivo de promover o debate e a articulação política de recomendações nas pautas de economia, clima e desenvolvimento nas cidades.
A iniciativa U20 é permanentemente convocada pelo Grupo C40 de Grandes Cidades (C40 Cities, em inglês), rede global de prefeitos das principais cidades do mundo que estão unidos em ações para enfrentar a crise climática, e pelas Cidades e Governos Locais Unidos (United Cities and Local Governments – UCLG, em inglês), maior organização de governos locais e regionais do mundo.
A proposta é facilitar um envolvimento duradouro entre o G20 e as cidades, aumentar o perfil das questões urbanas na agenda de cooperação internacional e estabelecer um fórum para as cidades desenvolverem uma mensagem coletiva para informar sobre as negociações do G20.
G20 Social
O G20 Social está sendo realizado pela primeira vez, sendo uma iniciativa do Brasil como país sede da cúpula, com o objetivo de reunir líderes de grandes cidades, das capitais brasileiras, além de representantes de movimentos sociais e organizações não governamentais para debates e, ao final dos três dias de evento, construção de um documento com propostas que serão apresentadas aos líderes da Cúpula do G20.
Autor de explosões em Brasília ‘queria matar Alexandre de Moraes’, diz ex-mulher à PF
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz , autor das explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília nesta quarta-feira (13), afirmou à Polícia Federal que ele “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”. As informações são da coluna de Daniela Lima no g1.
Daiane, que não teve o sobrenome divulgado, foi encontrada pelos agentes no interior de Santa Catarina, onde Francisco morava antes do atentado. As informações foram registradas informalmente pela PF e ela está sendo conduzida à delegacia para depor formalmente.
Ainda de acordo com Daiane, Francisco chegou a fazer e compartilhar pesquisas no Google para orquestrar o ataque à bomba. A ex-mulher contou aos agentes que ele fazia parte de grupos extremistas, o que está sendo investigado pela corporação.
Segundo a ex-mulher, quando Francisco recebeu o resultado das pesquisas, ela o perguntou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”.
Recado para presa no 8/1
Na casa alugada por Francisco no Distrito Federal, a PF encontrou inscrições relacionadas aos eventos de 8 de janeiro em um espelho. Ele escreveu:
“Debora Rodrigues, por favor não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT.”
Segundo a PF, a mensagem é uma referência à Debora Rodrigues, presa em 2023 após ser identificada pela PF por vandalizar a Estátua da Justiça com a inscrição “Perdeu, Mané” com um batom nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Não é caso isolado”, diz ministro
O ministro Alexandre de Moraes disse nesta quinta-feira (14) que as bombas na Praça dos Três Poderes “não são um fato isolado” e que são resultado do ódio instaurado no país nos últimos anos.

“Não podemos ignorar o que ocorreu ontem. E o Ministério Público é uma instituição muito importante, vem fazendo um trabalho muito importante no combate a esse extremismo que lamentavelmente nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais. Nós precisamos continuar combatendo isso”, afirmou ao abrir uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público.
“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, afirmou.
*Com informações de IG
Meta climática do Brasil cita pela 1ª vez redução no uso de combustíveis fósseis

O Brasil divulgou nesta quarta-feira (13) o texto oficial de sua nova meta de combate à mudança climática. Pela primeira vez, o documento submetido pelo país à ONU (Organização das Nações Unidas) menciona a redução no uso de combustíveis fósseis como uma das medidas a serem adotadas nacionalmente para conter a emissão de gases de efeito estufa.
A atualização da meta (conhecida como NDC, sigla em inglês para contribuição nacionalmente determinada) diz que o país tem a ambição de cortar as emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação com os níveis de 2005.
Esses valores equivalem a limitar as emissões a um teto entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente em 2035. O objetivo se aplica à economia como um todo.
Esses números tinham sido antecipados pelo governo brasileiro na última sexta (8), mas o texto completo ainda não havia sido publicado.
A divulgação foi feita pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, na COP29, a cúpula de clima da ONU, que acontece em Baku, capital do Azerbaijão.
Essas e outras medidas citadas no documento, assim como o detalhamento das ações para que sejam alcançadas, estão atreladas ao Plano Clima. A política nacional voltada ao enfrentamento das causas e consequências do aquecimento global está sendo elaborada desde 2023 e deve ser divulgada em 2025.
Essa é a quinta versão da meta climática brasileira. Nenhuma das anteriores mencionava a diminuição no uso de petróleo, gás e carvão, cuja queima em todo o mundo responde por 75% dos gases que aquecem o planeta.
“No setor de energia, o Plano Nacional do Clima fornecerá detalhes sobre a expansão da geração de eletricidade e, a médio e longo prazo, a substituição gradual do uso de combustíveis fósseis por soluções de eletrificação e biocombustíveis avançados”, diz o texto.

No ano passado, o acordo final da COP28, nos Emirados Árabes, trouxe, também de maneira inédita, a proposta de que os quase 200 países signatários do Acordo de Paris começassem a reduzir o consumo de combustíveis fósseis, para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
“O Brasil receberia com satisfação o lançamento de trabalhos internacionais para a definição de cronogramas para a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia, de maneira justa, ordenada e equitativa, com os países desenvolvidos liderando [o movimento]”, continua o documento.
O país pede, ainda, que isso seja feito “com base na melhor ciência disponível” e refletindo critérios de equidade, responsabilidade histórica pelas emissões e respeito às capacidades nacionais de diferentes nações.
O texto também promete esforços para zerar o desmatamento ilegal e adotar medidas de compensação pelas emissões geradas por remoções de vegetação autorizadas.
“Isso exigirá não apenas o fortalecimento e aprofundamento das medidas existentes de comando e controle [fiscalização ambiental], mas também a instituição de incentivos econômicos positivos para a manutenção das florestas em propriedades rurais privadas”, afirma o documento.
Porém, assim como no tema da redução do uso de energia suja, o governo não se compromete com prazos para que essas medidas sejam implementadas.
A NDC diz que a restauração florestal será uma peça-chave na estratégia nacional, já que contribui para a remoção de carbono da atmosfera, e reitera o objetivo de alcançar a neutralidade climática até 2050. Promete também que medidas de adaptação às mudanças do clima serão adotadas em nível nacional, estadual e municipal.
A ausência de prazos foi criticada pelo Observatório do Clima, rede que reúne mais de uma centena de ONGs no Brasil. “A NDC brasileira ainda permite níveis altos de desmatamento em 2035”, disse a entidade.
À imprensa em Baku nesta quarta, Marina reafirmou que o país tem o compromisso de zerar o desmate até 2030, conforme promessa do presidente Lula na COP27, no Egito, logo após a eleição para o terceiro mandato.

O Observatório do Clima também criticou a ausência de prazos para a transição dos combustíveis fósseis. “Como presidente da próxima COP, o país tem o poder de pautar essa discussão em Belém em 2025. No entanto, a NDC silencia sobre os próprios planos de expansão de produção de combustíveis fósseis pelo Brasil —que pretende aumentar em mais de um terço a extração de óleo e gás”, avaliou a rede, em nota.
O texto apresenta o Plano de Transformação Ecológica, lançado pelo Ministério da Economia na COP28, como um instrumento para atração de investimentos internacionais públicos e privados necessários para o cumprimento da meta climática.
“O Brasil convida a comunidade internacional e atores não estatais a contribuir para a transformação ecológica do Brasil engajando-se por meio de apoio e investimentos”, diz.
O documento também ressalta que “a ambição, escala e alcance dos esforços do Brasil estão alinhados, se não superando, aqueles dos países desenvolvidos mais historicamente responsáveis pelas mudanças climáticas”.
A última NDC submetida pelo Brasil, em 2023, prometia emitir no máximo 1,3 GtCO₂e (gigatoneladas, ou bilhões de toneladas, de gases de efeito estufa) em 2025 e 1,2 GtCO₂e em 2030. Esse objetivo representava um corte de 48% nas emissões até 2025 e de 53% até 2030, na comparação com 2005.
Em entrevista coletiva em Baku, após a entrega do documento, Marina Silva defendeu a existência da “banda” —como é chamada a faixa da meta— na nova NDC, com corte proposto de 59% a 67%.
“Nosso foco é o número absoluto de 850 milhões de toneladas de CO2 e uma redução de 67%”, disse. “A ideia de uma banda é tão somente para ter ali um processo que assimile possíveis variações, como nós temos na inflação”, completou.
Segundo a ministra, o objetivo “não é usar a banda para se acomodar naquilo que é menos”. “A banda é tão somente para dar suporte para alcançarmos mais. E o mais não tem teto. Queremos cada vez mais ambição.”
Críticas
Marina Silva definiu a nova meta como “altamente ambiciosa”. ONGs ambientalistas viram no anúncio, porém, um sinal oposto.

“[As metas de corte] não estão desalinhadas apenas com o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris: elas também estão fora de sintonia com compromissos já assumidos pelo próprio Brasil”, criticou o Observatório do Clima.
Segundo análise do grupo, “o conjunto de promessas feitas e políticas já adotadas levaria o país a um teto de emissões líquidas de 642 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e), muito abaixo da ‘banda’ de 1.050 MtCO2e a 850 MtCO2e adotada pelo governo”.
Para Karen Silverwood-Cope, diretora de clima da ONG WRI Brasil, o intervalo estabelecido na meta “vai de razoável a insuficiente”. “Por um lado, reduzir as emissões em 67% até 2035 (em comparação a 2005) pode colocar o Brasil no caminho para a neutralidade climática até 2050. Por outro, reduzir apenas 59% até 2035 é uma contribuição aquém do necessário para o mesmo objetivo”, disse.
“O anúncio do intervalo com tanta margem de impacto sobre a contribuição do país lança incertezas sobre a real trajetória a ser buscada pelo governo”, afirmou também.
*Com informações de Folha de São Paulo
Aos 24 anos, ex-BBB Beatriz Reis surpreende ao dizer que ainda não perdeu a virgindade
Beatriz Reis , conhecida como Bia do Brás , fez uma revelação surpreendente durante um encontro com Carlinhos Maia. A ex-participante do BBB 24 confirmou que continua virgem aos 24 anos.
Durante a conversa, Carlinhos Maia, em tom brincalhão, perguntou a Bia se ela era realmente virgem. Sem hesitar, Beatriz respondeu: “Eu sou virgem. Nunca namorei, Carlinhos! Me pergunta que cheiro tem uma aliança? Eu nunca botei no dedo”.
O comentário causou surpresa em Carlinhos, que questionou: “Nunca namorou nem em porta?”. A influenciadora explicou que teve algumas experiências, mas nenhuma relação séria: “Eu já dei uns beijos. Acho que beijei cinco homens durante a minha vida inteira”, revelou.
Bia também abordou as possíveis razões para nunca ter tido um relacionamento sério. Ela mencionou que a sua história de vida, incluindo o tempo que passou como camelô, pode ter influenciado as pessoas ao seu redor.
“Eu não sei se as pessoas [não querem] pela minha história de vida. Eu sei lá, conheci pessoas que não batiam comigo e com realidades diferentes”, afirmou. Para ela, sua personalidade forte e independente também pode ser um fator que intimida os outros: “Talvez eu também intimide as pessoas, por conta do meu jeito. Eu sou muito independente”, disse.
*Com informações de IG
Governo do Amazonas recebe equipe da Fifa para vistorias visando a Copa do Mundo Feminina de 2027
