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Tite diz que “Seleção brasileira não pertence a partido” sobre a camisa oficial amarela

Tite reforçou que duas das três vagas a mais liberadas pela Fifa serão ocupadas por jogadores do ataque, o setor mais concorrido (Foto: Reuters)

Em entrevista ao ‘Estadão’, treinador reafirma que não irá a Brasília caso ganhe o hexa e prefere não divulgar suas preferências políticas

Adenor Bachi, o Tite, não se reinventa. O técnico da seleção brasileira considera que se molda, se adapta e se ajusta de acordo com as circunstâncias. Mas há um posicionamento imutável do treinador de 61 anos prestes a disputar a sua segunda Copa do Mundo consecutiva: a decisão de evitar detalhar a sua posição política enquanto estiver no cargo da seleção mais campeã da história do futebol mundial e a certeza de que não irá a Brasília depois das eleições para presidente, seja quem for o novo comandante da nação, e do torneio no Catar caso o Brasil conquiste o hexa. “O direito que eu me dou é dar o melhor no trabalho e a seleção brasileira é um patrimônio cultural e educacional, não é partidário”, afirma.

O Estadão conversou com Tite e o membro mais importante de seu núcleo duro, o auxiliar Cléber Xavier, durante uma hora em São Paulo nesta semana. Eles estão juntos há 21 anos e dividem tudo, inclusive as respostas. Tite tem sempre a última palavra, mas ouve seu parceiro com muita atenção. Cléber é persuasivo. Tite é sedutor. A dupla corre o Brasil para suas últimas entrevistas. Eles falaram sobre bola e campo, mas também sobre política, família, Neymar e futuro. O treinador reafirmou que vai usar o próximo ano – ou parte dele, que seja – para descansar, namorar a mulher e se aprofundar nos estudos.

Disse ainda crer que o torcedor não está distante da seleção, pelo menos os mais jovens, contou que Neymar está mais motivado e preparado para liderar o Brasil no Catar, e revelou o momento mais complicado de sua trajetória à frente da seleção desde que assumiu o cargo na metade de 2016. “Foi o momento em que foi feito o convite para eu permanecer no cargo após o Mundial da Rússia porque eu sabia, enquanto trajetória, que ser campeão é legal, mas se não for ‘a carne vai cortar’. Tite disputou a Copa de 2018 e perdeu nas quartas de final para a Bélgica, voltando mais cedo para casa.

O treinador também respondeu sobre a lista final para o Mundial do Catar e reforçou que duas das três vagas a mais liberadas pela Fifa serão ocupadas por jogadores do ataque, o setor mais concorrido. Hoje, segundo Tite, o grupo está “80 ou 85%” definido, mas essa porcentagem pode e deve mudar. Por isso, ele tem um leque ampliado de atletas observados. Hoje, são 45 jogadores no radar. Destes, 26 serão convocados no dia 7 de novembro. A lista enviada à Fifa pode ser alterada até o dia 14. Serão apenas dez dias de preparação antes da estreia contra a Sérvia, dia 24. Parte desse trabalho será na Itália, a primeira parada de Tite antes de chegar ao Catar.

Estadão – Você já disse que não vai continuar na seleção após a Copa, independentemente do que acontecer no Catar. Onde você estará no ano que vem?
Tite: Em 2023, a dona Rosmari, minha mulher, vai ter toda a preferência. Tem um momento que ele é familiar, tem um momento em que a gente tem de dar uma pausa porque a trajetória profissional é extraordinária, mas também absorve bastante. Vou dar um tempo para a família e vou dar um tempo para estudos. Eu vou dar um tempo para a reorganização, mas segundo o meu filho, não vai passar de dois meses. Minha mulher vai me jogar para fora do apartamento (risos). E eu não vou me aposentar.

Estadão – Você vai continuar sendo treinador de futebol e vai escolher a melhor proposta depois desse descanso. Essa é a ideia?
Tite: Sim. Essa é a ideia já pré-estabelecida e maturada. Eu externei isso para comissão técnica um ano e meio atrás, depois externei para as pessoas de forma pública que não sabiam, os atletas já são sabedores. São aqueles ciclos normais e naturais da vida de qualquer profissional. Eles acontecem e isso vai acontecer também.

Estadão – Mas pelo nível que alcançou, pelos títulos que têm, não está nos seus planos voltar ao Brasil no ano que vem? A ideia é continuar em alguma seleção ou assumir algum clube na Europa?
Tite: Para o futebol brasileiro, não. O ano de 2023 será de estudo. Será o momento de reciclagem, de observação e de readaptação. Eu não gosto de usar o termo reinventar porque eu não me reinvento, eu me modelo, me moldo e me ajusto. Agora meu foco é voltado para a Copa.

Estadão – Quando surgem propostas para o Tite, vocês decidem juntos para onde vão? Como funciona isso?
Cléber: É uma decisão dele, em primeiro lugar. Sempre foi assim. Em alguns momentos, ele me pede opinião porque estamos há 21 anos juntos. Para nós, o mais importante agora é focar na seleção e na Copa. Depois, vamos descansar como a gente fez em 2014, quando estava no Corinthians. O futuro fica para depois. A decisão tomada e já comunicada é não continuar na seleção.

Estadão – Vivemos em um País no qual a política está em efervescência, sobretudo agora, às vésperas da eleição para presidente. Por que a comunidade do futebol não se envolve em política?
Tite: Democraticamente, a gente deve respeitar as posições de cada um. E, democraticamente, a gente tem de respeitar as opiniões de não emitir opiniões. O que eu entendo de futebol? Que cada pessoa, individualmente, tem todo o direito de se manifestar no seu particular. Se eu externar as minhas preferências ou aquilo que eu entendo no aspecto político, vou estar expondo o meu cargo ainda estando técnico da seleção brasileira e daqui a pouco ele reverbera mais e eu não me dou esse direito. O direito que me dou é dar o melhor no trabalho e a seleção brasileira é um patrimônio cultural e educacional, não é partidário. Então, devo ter essas percepções educacionais de que forma ética o técnico se comporta e de que forma que nós, enquanto comissão técnica, nos conduzimos. E não fazer do cargo que ocupo alguma coisa que possa ecoar mais. Eu tenho noção exata de que o técnico da seleção ecoa mais do que o Adenor. O Adenor tem a sua voz e o seu voto, mas na seleção ele vai ter de ter a grandeza de fazer o melhor trabalho possível em cima da responsabilidade de trazer uma Copa de volta. Essa é a essência. Faço das minhas as palavras do Marquinhos (zagueiro): que cada um se manifeste. Essa é a minha opinião. Manifeste-se no seu particular e vamos colocar na seleção a vontade, o ânimo, a dedicação, a competência e o amor para chegar na final como o primeiro objetivo e para sermos campeão depois.

Estadão – Talvez o nosso comportamental fale mais do que qualquer palavra.
Cléber: Eu não sei por que os atletas de futebol não se manifestam, não posso falar pelos outros. Eu posso falar por mim, tenho as minhas posições e elas sempre foram claras. Quem é meu amigo e me acompanha, sabe como me posiciono. Mas a partir do momento em que a gente chega à seleção, parei porque a gente chega num momento muito difícil e o foco foi essa busca pelo trabalho. O Brasil entra numa turbulência política e a gente resolve ficar trabalhando em cima do nosso objetivo, fazendo futebol, esse grande caminho para a educação, que é o que a gente entende, mas não nos manifestamos para não criar mais burburinho e uma saída de foco. Continuo me posicionando no meu íntimo, dando o meu voto àquelas pessoas que acredito que vão me representar no quesito político, mas não me posiciono abertamente.

Estadão – Vocês ficariam desconfortáveis de desfilar em Brasília, caso o Brasil ganhe o hexa após as eleições para presidente, como aconteceu em 2002, depois do penta?
Tite: Eu dei uma resposta em 2017 e ela continua a mesma. Quando o presidente era o (Michel) Temer, disse que não iria nem na ida nem na volta, se perdesse ou ganhasse. Às vezes, com o tempo, a gente a gente modifica, reformata algumas posições, mas essa resposta continua a mesma.

Estadão – Um dos maiores símbolos da seleção sempre foi a camisa amarelinha. Hoje, existe a impressão de que ela foi apropriada por um grupo político (do presidente Jair Bolsonaro). É comum ver nas ruas pessoas falando que não vão usar a camisa do Brasil. Não te incomoda ver um símbolo tão importante da seleção ser politizado dessa maneira?
Tite: Eu tenho visto que, por parte de uma geração mais jovem, de crianças e adolescentes, essa situação não vinga. Ela é do amor pela seleção, verdadeiramente da torcida. Quando o cara está mais cascudo, já com a cabeça feita, ele está com os seus caminhos, está pré-estabelecido e fica de boa. Eu quero ficar voltado a esse simbolismo da criança de ser um exemplo educacional, de ser exemplo do esporte como uma ferramenta em que tu possas ser melhor que o adversário, mais competente, como uma série de valores porque fui educado no esporte dessa forma, de ter essas percepções e entender que para essa garotada mais jovem esse simbolismo não existe.

Cléber: A camisa da seleção tem uma representatividade no mundo inteiro. A camisa da seleção é da seleção e é de todos os brasileiros. Ela não representa um grupo A ou B. Eu penso dessa maneira.

Estadão – A Copa do Catar, ao contrário de todas as outras anteriores, começa em novembro. O fato de a seleção não ser usada politicamente porque a Copa só vai acontecer depois da eleição te tranquiliza?
Tite: Esse assunto não me pertence, enquanto o foco é o Mundial. Eu tenho duas coisas paralelas extraordinárias. Então imagina se eu vou gastar energia, se eu vou gastar o meu foco de atenção a não acompanhar devidamente os atletas, a não falar sobre o esporte? Eu sei, sim, da responsabilidade social, sei o quanto politicamente é importante, tenho noção exata, não sou alienado do quanto nós podemos ter um Brasil com oportunidades e uma equidade maior. Tenho consciência exata, mas sei colocar isso no seu plano e sei da responsabilidade em cima do foco no futebol que é a minha essência.

Estadão – O que fez a seleção se afastar do torcedor e como trazer esse torcedor de volta?
Tite: Será que está mesmo distante? Eu, enquanto jovem, tinha esse envolvimento com a seleção e continuo sentindo o envolvimento do jovem. Não sinto em outro segmento. Fui em dois jogos no Allianz Parque e fiquei extremamente feliz de ver que todas as pessoas com quem tive contato estavam falando da seleção e da Copa e o quanto estavam engajadas. Há, sim, uma faixa etária que continua ligada à seleção. Nós é que crescemos e nos afastamos. Eu aprendi que o torcedor torce primeiro para o seu clube e quer ter um jogador do time dele na seleção. Eu era assim. Queria um gaúcho na seleção. E te confesso que quando jogaram seleção gaúcha contra a seleção nacional, torci para a gaúcha. Conto essas histórias não para me tornar herói, mas para gerar conexões com as pessoas. E um detalhe: quando chega perto da Copa, há uma atmosfera diferente, tal qual senti do torcedor palmeirense no Allianz. Talvez porque é o melhor momento da seleção dentro desse ciclo de preparação.

Estadão – Qual foi o momento mais difícil durante esse ciclo que terminará no Catar?
Tite: Foi o momento em que foi feito o convite para eu permanecer no cargo. Naquele momento, pensei que eram quatro anos de trabalho e, dos últimos 13 trabalhos, é apenas o quinto que a gente começa e vai para a Copa fazendo todo o processo juntos. Foram duas vezes com Zagallo, uma vez com o Parreira e uma vez com Dunga. E agora nós temos a oportunidade desse trabalho com início, meio e fim. Poxa, são quatro anos numa coisa extraordinária, o máximo que um profissional quer é ser técnico de futebol da seleção brasileira, mas ao mesmo tempo ele te traz exposição, exposição da família, uma série de aspectos que te drenam, te absorvem. Eu fiquei refletindo, conversei com a comissão técnica, conversei com a minha família. Aquele foi o momento mais difícil porque sabia, enquanto trajetória, que sendo campeão seria legal, mas se não for ‘a carne vai cortar’. Essa exposição acaba sendo inevitável. Concordar nesse momento foi o momento mais difícil.

Estadão – Vocês tiveram um ciclo inteiro desta vez à frente da seleção. O que mais mudou em vocês em relação à última Copa?
Tite: O próprio ciclo permitiu mais segurança, uma relação pessoal maior de confiança com os atletas porque a relação de confiança é passar por momentos difíceis e bons e saber que tipo de conduta se tem. A confiança se estabelece com o nível de conhecimento que as pessoas têm. O atleta sabe que nível de conhecimento a comissão tem, ele sabe as relações pessoais que se estabelecem. Isso gera uma confiança maior, além de que, no aspecto técnico e tático, a gente pôde oportunizar sistemas diferentes e atletas num número maior diferente que o ciclo anterior.

Estadão – Um dos momentos mais tensos na sua trajetória à frente da seleção foi a disputa da Copa América com mudança de sede para o Brasil em meio à pandemia de covid. Houve até um manifesto dos jogadores naquela ocasião. Como foi controlar aquela situação?
Tite: Conseguimos controlar dentro do ambiente, com transparência. A gente queria priorizar os dois jogos das Eliminatórias importantes, contra o Equador em Porto Alegre e diante do Paraguai fora, para depois nos manifestarmos publicamente. Os atletas têm liberdade. Eu não tenho absolutamente nenhuma pretensão de direcionar qualquer comportamento e manifestação dos atletas. Antes dessa manifestação houve uma reunião com seis atletas-lideranças da equipe comigo e com o Juninho (Paulista, coordenador) para que nos manifestássemos diretamente ao (então) presidente (da CBF, Rogério Caboclo) para que não acontecesse a Copa América no Brasil pelo constrangimento que nós estávamos tendo em relação ao número de mortes que estavam acontecendo e em relação ao momento e à situação toda. Isso tudo foi colocado. Isso tudo foi manifestado, inclusive logo após o jogo por parte de alguns atletas, mas anteriormente também já tínhamos falado. Se fosse determinado que jogássemos, a gente iria fazer da melhor maneira possível.

Estadão – O que vocês vão dizer para os atletas que não forem convocados para a Copa?
Tite: Já estou falando, como forma de respeito e acompanhamento de todos. Eu trago a minha experiência enquanto ex-atleta. Quando eu era atleta, eu entendia que é do jogo escolher os titulares e os atletas que ficam no banco, mas quero que tenha comigo o mesmo respeito pessoal e o mesmo treinamento, aí eu tinha respeito com o técnico. Eu trago esse legado comigo como técnico. Carlos Alberto Silva foi um exemplo no Guarani. Ele dizia: ‘respeita o ser humano, depois o profissional pode escolher, é sua atribuição’. O atleta sabe disso. A esses outros que não forem para a Copa, o meu respeito. Eu fico constantemente reconhecendo o trabalho dos atletas que não estão sendo convocados. Eles (membros da comissão técnica) que preparem a espada porque eu digo que a gente esgrima ideias ou quebra pau.

Cléber: A gente tem uma lista larga de 45 nomes no momento, considerando a convocação para os jogos amistosos com Gana e Tunísia em setembro. Estamos trabalhando e observando os atletas aqui do Brasil, em jogos da Libertadores, Copa do Brasil e do Brasileirão. Já retomamos as visitas à Europa. O Tite e o Juninho vão agora para Europa acompanhar PSG e o Arsenal. Depois a gente se encontra na CBF para discutir a rodada do fim de semana, cada atleta, as observações e cada um coloca sua posição. A partir disso, a lista vai diminuindo até que a gente defina os 26. No dia 21 de outubro, entregamos a lista de até 55 atletas, no dia 7 de novembro faremos a convocação final e no dia 14, a confirmação dessa lista. Compete a nós reconhecer o trabalho dos que não estão sendo convocados para que eles se sintam pertencentes. Todos eles se sentem pertencentes porque a gente manda mensagem de WhatsApp elogiando e fazendo comentário para manter essa relação. A gente faz visitas, ligações, chamadas de vídeo. Todos eles se sentem no grupo de 26. Até porque ninguém sabe o que vai acontecer nos dez dias de preparação. Às vezes um atleta tem uma lesão ou chega num condicionamento que não é o melhor. Eles sabem disso e a coisa rola naturalmente.

Estadão – Além do aspecto técnico, o que vocês mais consideram na hora de fechar a lista final?
Tite: Tem uma série de componentes importantes. Estar na forma física e clínica ideal. Para a outra Copa, foram 27 dias de preparação. Nesta do Catar, jogamos com cinco dias e com dez dias no máximo de preparação. Não tem tempo de recuperação, ou se faz uma prevenção anterior, ou uma antecipação do condicionamento físico e técnico dos atletas nos seus clubes. Nós assistimos a treinos, jogos e temos contatos com os jogadores. O fisiologista, o médico e o preparador físico estão monitorando essa situação anterior porque o tempo é exíguo. Tem de se preparar antes e não vem dizer para mim depois que ‘ah, eu gosto de ganhar’. Quem não gosta de ganhar em alto nível? A pergunta que se faz é: tu gostas de te preparar? Esse é um momento de preparação.

Estadão – Qual a porcentagem da lista definida dos atletas para a Copa?
Tite: Se fosse hoje, teria 80% ou 85%, mas temos de pontuar a palavra do nosso preparador físico, o Fábio Mahseredjian. Ele disse essa semana: ‘aumente o leque de observações porque tenho um receio muito grande que nós percamos atletas em função da exigência física das competições, do desgaste que está acontecendo. Eu não quero que isso aconteça, mas nós, enquanto comissão técnica, temos de nos preparar para essa situação, então ampliem a observação para ficarem seguros nesse aspecto’.

Cléber: Tem uma porcentagem, mas a gente não conta, não fica focado nisso. A gente está focado nos 45 atletas que hoje estão brigando por uma definição dessa competição. E tem o exemplo da Copa passada. Perdemos o Daniel Alves, que era um líder, perdemos o Douglas Costa, o Neymar estava numa situação abaixo do seu 100%, assim como o Fred e o Renato Augusto. Tem esse aspecto preventivo.
Será uma Copa diferente em vários aspectos. O Brasil chegará forte, mas as outras seleções também.

Estadão – Como os amistosos contra Gana e Tunísia podem ajudar a seleção brasileira? O que podem acrescentar?
Tite: Não sei como as pessoas não compreendem ainda que não é por vontade nossa que não enfrentamos as grandes seleções. As pessoas ficam recorrentes nessa pergunta. Nós queremos jogar contra a Itália, a Inglaterra, mas o calendário não nos permite.

Cléber: No mundo ideal, a gente gostaria de enfrentar uma grande seleção europeia, mas o calendário deles não permite, e o jogo contra a Argentina, que demorou para ser definido que não haveria, retardou a nossa programação. Conseguimos amistosos contra duas seleções africanas que estão na Copa, da África Negra, com uma característica, e outra da África Branca, com outra característica interessante. Gana pode ser adversário nosso no mata-mata. Se a gente pensar que são seleções menores, a gente não pode esquecer que Sérvia e Suíça, que estão no nosso grupo, eliminaram a Itália. Gana e Tunísia estão na Copa e vão oferecer dificuldades para nós. Vai ser um bom enfrentamento para a gente, por isso o nosso foco em cima desses jogos.

Estadão – Como vão administrar as três vagas a mais? O ataque será a prioridade?
Tite: O ataque, predominantemente, terá duas das três vagas. Quando falo de ataque, falo da criação também e da conclusão porque há uma geração muito grande de atletas surgindo. São pontas e externos. Ter jogadores com essas opções, como Anthony, Rafinha, Vinícius, Rodrygo, Martinelli, Dudu, David Neres, Richarlison, Gabriel Jesus, é muito bom. A outra vaga, vamos analisar dentro da necessidade. Um jogador versátil, que possa jogar como zagueiro e lateral, ou um meio-campista que possa atuar como zagueiro.

Estadão – O que traz de lição da Rússia e como vai administrar o extracampo durante o período no Catar?
Tite: No meu modo de ver, humanamente falando, eu não consigo conceber se alijar da família e como isso seja proveitoso. Eu vejo como ela potencializa as atividades. Com as minhas próprias experiências dentro dos clubes por onde passei, tenho histórias para contar. Durante o Mundial, pelo Corinthians, dois andares acima estava a família toda. Na Libertadores, não concentrava com os jogadores, ficava em casa. A relação de respeito e de confiança a gente constrói ao longo do tempo. Na Copa da Rússia, naquela parte onde é reservada para nós, não havia entrada de absolutamente ninguém que não fosse do trabalho. Quem fala o contrário é mentiroso. Eu falo porque estava lá e posso falar de cadeira. Palavra de honra, as famílias que entravam, era nos momentos à noite, num grande salão, quando podiam nos visitar. Veio meu neto, minha nora. A gente perdeu por outros motivos. Mas é claro que é preciso fazer ajustes. Em relação aos treinamentos, por exemplo, havia familiares de jogadores gravando, enquanto a imprensa não podia. Esses ajustes têm de ser feitos.

Estadão – Quem você indicaria para te substituir no comando da seleção após a Copa?
Tite: Não sou o melhor conselheiro e não me permito eticamente fazer esse tipo de comentário.

Estadão – Sua mãe morreu em 2019. Como lidou com essa perda?
Tite: Eu tenho 61 anos e vou chegar aos 80, mas a lacuna do pai e da mãe permanecem. É uma coisa atemporal. Quero fazer uma lembrança carinhosa do meu pai. Ele foi meu primeiro técnico, me colocou como quarto homem de meio-campo. Eu vi uma imagem hoje minha olhando para o céu. Estava olhando e pensando para ter uma inspiração. Quero ter essa espiritualidade, ter a mãe e o pai próximos. Tem um carinho e uma dimensão dos familiares e das pessoas que a gente representa. É independente de resultado, é do processo e não só do resultado final.

Estadão – Como quer ser lembrado depois que deixar a seleção?
Tite: Como um cara do bem.

Com informações do Terra

Governo Federal volta atrás e edita novo decreto que preserva Zona Franca de corte no IPI

Bancada do Amazonas comemora decreto que devolve competitividade ao Polo Industrial

Marcelo Ramos comemora o resultado das ações da Bancada do Amazonas no Congresso em defesa dos empregos do Polo Industrial de Manaus

Um decreto publicado no fim da tarde de hoje (24) em edição extraordinária do Diário Oficial da União restaurou as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 109 produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. A medida atende a decisões recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que suspendeu trechos de três decretos que cortavam em 35% o IPI da maioria dos produtos fabricados no país.

Segundo o Ministério da Economia, o novo decreto ampliou para 170 o número de produtos da Zona Franca de Manaus que tiveram as alíquotas restabelecidas. Entre os itens estão xarope de refrigerantes, isqueiro, carregador de bateria, lâmina de barbear, caixa registradora, relógio de pulso, caneta esferográfica e máquina de lavar louça.

Moraes atendeu a pedido de empresas da Zona Franca, que alegavam que o corte do IPI tornaria inviável a atividade na região. Como as empresas instaladas na Zona Franca são isentas de IPI e geram créditos (direito ao ressarcimento) do tributo, a redução de alíquotas em todo o país tira a vantagem competitiva do polo industrial.

De acordo com o Ministério da Economia, o aumento das alíquotas, na maior parte dos produtos, tem impacto fiscal neutro. A exceção são os xaropes concentrados de bebidas, que estão submetidos a um regime especial de IPI. A restauração das alíquotas desses produtos terá custo para o governo de R$ 164,3 milhões em 2022, R$ 715,4 milhões em 2023 e R$ 761,7 milhões em 2024.
Histórico

Desde o início do ano, o governo tem desonerado o IPI em todo o país, como medida de estímulo à economia. Em fevereiro, o corte tinha sido de 25%, mas foi ampliado para 35% em maio. Essa ampliação criou atritos entre o governo e os empresários da Zona Franca de Manaus.

Por mais de uma vez, Alexandre de Moraes reverteu a medida para os itens produzidos na região. Em maio, o ministro do STF suspendeu os efeitos para produtos fabricados na Zona Franca de Manaus de três decretos que reduziam o imposto, atendendo a ações do governo do Amazonas e do partido Solidariedade.

No fim de julho, o governo editou um decreto que suspendia o corte do IPI para 61 produtos fabricados na Zona Franca. Na ocasião, o Ministério da Economia havia informado que a medida ajudaria a “preservar praticamente toda a produção efetiva da Zona Franca de Manaus”.

Parlamentares do Amazonas e empresários, no entanto, argumentaram que o decreto não contemplava as necessidades do polo industrial e trazia insegurança jurídica. No último dia 8, Alexandre de Moraes concedeu nova decisão, em que suspendeu o corte de 35% para itens fabricados na Zona Franca. Segundo o ministro, o decreto do fim de julho continuava a reduzir “linearmente o IPI de centenas de produtos produzidos na Zona Franca de Manaus”.

Em nota, o Ministério da Economia informou que o decreto editado hoje resolve o impasse jurídico, reduzindo impostos para a indústria e, ao mesmo tempo, garantindo a competitividade da Zona Franca de Manaus. “O texto garante avanço das medidas de desoneração tributária, com reflexos positivos no Produto Interno Bruto do país e na competitividade da indústria”, destacou a pasta.

Com informações da Agência Brasil / EBC

Semed une tecnologia e inovação com ensino de robótica para alunos de escola municipal

Foto – Antonio Pereira / Semcom

A tecnologia está cada vez mais inserida na realidade do jovem. Estudos do Comitê Científico “Núcleo Ciência pela Infância”, formado por diversas fundações, faculdades e universidades como Harvard, mostram que qualquer aprendizado é mais efetivo na infância e adolescência, em fase de desenvolvimento e adaptação. Pensando nesses fatores é que a Prefeitura de Manaus tem trabalhado em um projeto-piloto, proporcionando o estudo na área da robótica, programação, informática, robótica industrial, entre outras áreas da tecnologia para estudantes de escolas municipais localizadas em áreas afastadas da região central.

O Centro de Tecnologias Educacionais (CTEs), na escola municipal Antonia Medeiros, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus, foi o local disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) para realização das aulas do projeto-piloto da Nobre Academia. O curso é dividido em três módulos, de programação e robótica para crianças e adolescentes, de forma gratuita, por meio de Parceria Público-Privada (PPP).

O estudante Flávio da Silva contou que ele e seu irmão participam do projeto na escola, e ressaltou que sua mãe ficou muito feliz quando foi avisada do projeto, afinal é a realização de um sonho para ele, que já está aprendendo sobre a área de atuação que deseja trabalhar.

“Cada vez que a gente aprende alguma coisa nova, a gente consegue entender um pouco melhor, agora estamos aprendendo sobre o scratch, um programa novo que a gente consegue fazer animação, jogos e várias outras coisas. Quando eu chego em casa, eu e meu irmão, a gente treina no computador de casa, e como eu quero ser designer gráfico quando crescer, robótica tem um pouco a ver, já vai me ajudar no futuro”, explicou Flávio.

Com o início do segundo módulo desse projeto, a estudante Quésia Oliveira comentou que já aprendeu muito, e gosta tanto que não vê como uma aula, mas sim diversão, e ainda aproveita para competir com os colegas as tarefas da disciplina, e inclusive perguntar e testar aquilo que pesquisa em casa e quer aplicar na sala de aula.

“Eu vou pensando uma área com a qual eu quero trabalhar no futuro conforme eu for aprendendo mais, mas ainda não sei o que eu vou fazer, mas a robótica não é uma área difícil, principalmente com os professores que nós temos aqui, que deixam tudo mais fácil, e eu até utilizo os aprendizados em casa, porque é uma coisa legal de aprender, eu e meus amigos até estávamos fazendo um joguinho ali”, enfatizou Quésia.

O professor Cristiano Alves explicou a matriz de estudo que esse curso apresenta. “No primeiro módulo, nós levamos as duas plataformas, de micro bit e arduino, no segundo módulo nós temos o scratch, que é uma linguagem de programação, que vai além da robótica, implementando a animação e criação de jogos, e no terceiro módulo, já é o intermediário, onde vamos unir tudo isso e criar um projeto”.

Cristiano Alves também detalhou o método de ensino, que tem como resultado a melhoria do raciocínio lógico e criatividade dos alunos. “O primeiro contato das crianças com a tecnologia já é de grande importância, afinal nós estamos preparando elas para serem não só consumidores da tecnologia, mas para serem criadores da tecnologia. Nas primeiras aulas eu questionei a elas como acontece por trás do Facebook quando clicamos em uma imagem, o porquê dela crescer, então todas essas questões já criam uma cultura de entendimento da tecnologia”.

Participação indígena

Dos 22 alunos participantes, 15 são da própria escola, e os outros sete estudam na Escola Municipal São Sebastião II, localizada na comunidade São Sebastião Tarumazinho, na zona ribeirinha de Manaus, onde as crianças são de descendência indígena, da etnia baré. Os alunos selecionados saem da escola, vão até a marina do Davi de barco, disponibilizado pelo diretor local, e são buscados pelos responsáveis da Nobre, em seguida levados até a escola onde o projeto acontece, no contraturno de suas aulas habituais.

A diretora em exercício da escola Antonia Medeiros, Dilza Cibele Sampaio, ressaltou a importância que enxerga nos alunos estarem realizando o curso, e a mudança que foi percebida pelos pais e professores desses estudantes.

“Desde que começou o curso nós percebemos que as notas dos alunos melhoraram muito, tínhamos também alunos mais introvertidos, mas em dois meses esses alunos estão mais envolvidos socialmente com os colegas, sem contar o dia a dia na sala de aula, que isso estimula o raciocínio lógico e a criatividade, que é muito importante”, comentou a diretora.

O objetivo ao final do curso é que os alunos tenham a possibilidade de virar professores e ensinar novas turmas, gerando emprego e renda para eles, além de conhecimento para a comunidade onde eles realizarão suas aulas, ou também que possam atuar diretamente no mercado de trabalho atendendo uma demanda recorrente da indústria.

Dilza Sampaio ainda destacou que considera importante o projeto ser realizado na Escola Municipal Antonia Medeiros, onde a maioria dos alunos vive em vulnerabilidade social.

“É um curso muito importante, principalmente em razão do local onde está inserido, afinal as crianças aqui têm poucas oportunidades, e isso estimula nosso aluno a pensar nas profissões do futuro, todas elas voltadas à tecnologia, e também porque esses alunos estão aqui estudando em um horário que estariam livres, e poderiam estar nas ruas”, afirmou.

Prefeitura abre portas

A Nobre Academia é uma Edtech amazonense, que nasceu durante a 1ª turma do curso Formação de Startups, realizado pela Secretaria Municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), no Casarão da Inovação Cassina, no Centro Histórico de Manaus. A última turma desse curso aconteceu nos dias 5, 6 e 7 de agosto, e a previsão é de que uma próxima turma seja aberta em breve.

O fundador da Nobre Academia, Éder Nobre, destacou o funcionamento da startup, que hoje é um projeto em fase inicial, e que em breve será desenvolvido em outras unidades de ensino.

“A Nobre Academia de Robótica oportuniza aos alunos da rede pública de ensino esse primeiro contato com o mundo da tecnologia. Nós focamos na comunidade da periferia, a ribeirinha e a indígena, onde a gente vai até as escolas, utilizando a estrutura dos laboratórios de informática, levando nossos professores, os kits de robótica e de metaverso. Damos imersão ao metaverso, pilotagem de drone e programação em PHP. Isso tudo nos dias de sábado, e também os alunos que estudam no contraturno”, explicou o fundador.

A Prefeitura de Manaus pretende implantar mais CTEs em 225 escolas da Semed, com objetivo de alcançar a Educação 4.0 e transformar a realidade educacional da capital amazonense em referência. Os espaços possuem computadores, kits legos e arduinos, que contribuem para a educação digital dos mais de 250 mil alunos da rede.

Com informações da Semcom

Primeiro museu interativo de ciências de Manaus inicia com atividades para estudantes

Ciência e tecnologia ajudam a transmitir informações de forma lúdica a estudantes no museu interativo da Águas de Manaus

Espaço ensina sobre o ciclo da água de forma lúdica. Visitas são gratuitas e podem ser agendadas pela internet

Estudantes da Ocas do Conhecimento Ambiental do Puraquequara deram o pontapé inicial hoje (24) para as visitas à Estação Fonte do Saber. O espaço é o primeiro museu interativo de ciências da cidade e oferece aos visitantes o contato com o ciclo da água, em um ambiente que simula um laboratório de ciências com atividades lúdicas e interativas.

A Estação Fonte do Saber está localizada na sede administrativa da Águas de Manaus, no Aleixo, e irá funcionar às segundas-feiras e quartas-feiras, com turmas de 40 pessoas nos turnos matutino e vespertino. O espaço estará disponível para toda população da cidade, em especial, para turmas de estudantes de escolas públicas e particulares, por meio de agendamentos.

O local despertou a curiosidade dos alunos. Para a coordenadora da Ocas, Érica Kelly Amorim, a iniciativa vai de encontro ao objetivo da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de promover a conscientização ambiental entre os estudantes. “Saber usar de forma correto os recursos naturais é uma garantia para que as futuras gerações possam utilizá-los por muito mais tempo. Parabenizamos a empresa Águas de Manaus por proporcionar esse momento aos estudantes da rede municipal”, destacou a gestora.

Além de se tornar um novo espaço de conhecimento, a Fonte nasce com o objetivo de ampliar a educação ambiental na cidade, contribuindo para a formação de cidadãos mais sensíveis em relação ao tema.

“A Águas de Manaus entende que é preciso investir na educação, principalmente dos jovens, para que possamos mudar o futuro da cidade em relação ao saneamento básico, a sustentabilidade. A Estação Fonte do Saber é um sonho realizado, pois acreditamos que oferecendo conhecimento, estaremos ofertando também condições para transformação e melhoria na qualidade de vida dos manauaras”, destacou o diretor-presidente da concessionária, Thiago Terada.

Na Fonte do Saber, é possível aprender sobre os principais processos pelos quais passa a água: desde os mananciais, suas aplicações de uso, processo para se tornar potável e o seu retorno à natureza, por meio do processo de tratamento de esgoto. O espaço também mostra os fenômenos que ilustram o comportamento da água em diversas situações, além de suas principais características.

Para a estudante do 7º ano do ensino fundamental, Amanda Dolzone, de 12 anos, a experiência trouxe muitos ensinamentos. “Hoje eu aprendi tanta coisa que não vejo a hora de poder falar com meus amigos e familiares sobre tudo. Além de conhecer os processos da água e do esgoto, também podemos utilizar tudo que tem aqui. Foi maravilhoso”.

A Estação Fonte do Saber está dividida nos seguintes espaços:

Água no Mundo

Um comparativo do globo terrestre tradicional com dois pequenos globos que ilustram o real volume de água doce existente no planeta e o volume disponível para consumo humano.

Vila do Saneamento

Onde são explicadas as diferenças entre as redes de água tratada, de esgoto e de água pluvial. Por meio das instalações científicas, a ideia é criar uma atmosfera para que os visitantes tenham uma experiência única. O espaço conta com equipamentos que remetem à história da água na vida da humanidade e também aos processos utilizados durante o tratamento do esgoto.

Estação de geração de energia elétrica

Constituída por quatro bicicletas geradoras, sendo uma adaptada para cadeirantes, quando acionadas, as bicicletas geram energia suficiente para acionar as bombas que levarão água até as caixas d’água dos prédios. A ideia é tornar evidente o alto consumo de energia nas unidades de tratamento de água e esgoto.

Já a área externa traz atrações interativas, a exemplo de uma réplica do reservatório do Mocó e uma casa com o circuito hidráulico aparente, desde a entrada da casa até a saída para a rede de esgoto simulada. Assim, os visitantes conhecerão os vazamentos mais comuns e seus impactos no consumo, despertando a consciência para o uso correto da água e como acompanhar o consumo através do hidrômetro.

A área também conta com uma sequência de diorama com três painéis explorando a arte RGB. O objetivo é mostrar o papel e a importância da participação da população nos processos de preservação da vida no planeta. Neste espaço, os visitantes poderão visualizar paisagens conflitantes da cidade de Manaus, com ou sem tratamento de esgoto.

“Aqui oferecemos conhecimento com o intuito de colaborar para sensibilização ambiental da nossa cidade. Cada item foi feito a modo de que despertemos a curiosidade e a civilidade destas crianças e jovens, para que reproduzam em casa”, ressaltou o gerente de Responsabilidade Social, Semy Ferraz.

Agendamentos

Escolas e instituições que tiverem interesse em agendar visitar ao espaço, podem enviar e-mail para www.estacaofontedosaber.com.br/Manaus. O acesso à Fonte do Saber é gratuito.

O espaço está localizado na sede administrativa da concessionária Águas de Manaus, na Avenida André Araújo, 1981, Aleixo.

Com informações da assessoria

Cosmonauta russo registra o Brasil visto da Estação Espacial

(Imagem: Reprodução/Instagra m @olegmks)

O cosmonauta Russo Oleg Artemiev registrou o Brasil visto da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e compartilhou o vídeo com seus seguidores nas redes sociais. Artemiev está a bordo da missão Soyuz MS-21, lançada em março deste ano, junto com outros dois colegas, Denis Matveev e Sergei Korsakov.

“O que temos aqui?”, afirmou Artemiev, enquanto apontava a câmera para a janela da Estação Espacial. “Ah, já começamos a sobrevoar o Brasil. Essa é a beleza brasileira. Que mistura de cores!”

Assista abaixo:

A ISS é a maior estrutura já montada no espaço pelo homem. Ao todo, são 109 metros de largura, 73 metros de comprimento, 20 metros de altura e uma massa de 450 mil quilos. O local serve como um laboratório de observação da Terra e realização de experimentos de baixa gravidade.

A Estação Espacial está localizada a uma altura aproximada de 400 quilômetros da superfície terrestre e gira em torno de 28 mil quilômetros por hora, o que confere a estrutura um período de translação ao redor da Terra de 90 minutos.

*Com iG

 

Prazo para inscrever trabalhos científicos sobre saúde pública na Amazônia vai até dia 29

“Como superar os desafios em saúde pública na Amazônia” será o tema central dos encontros de Pós-Graduação

Fiocruz Amazônia prorrogou prazo para submissão de trabalhos para encontros de pós-graduação

Foi prorrogado para o próximo dia 29 de agosto o prazo para submissão de trabalhos científicos com temas que abordam os desafios da saúde pública na Amazônia, no IV Encontro da Pós-Graduação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e no II Encontro dos Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva, eventos digitais e gratuitos que reunirão especialistas para debater o assunto.

Os melhores trabalhos receberão certificado de parabenização. As submissões dos trabalhos são voltadas aos estudantes e egressos dos Cursos de Pós-graduação Stricto Sensu e dos Programas de Iniciação Científica do ILMD/Fiocruz Amazônia, do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Amazonas (PPGSC-UEA) e do Doutorado em Saúde Pública na Amazônia (DASPAM-Fiocruz/UFAM/UEA).

“Não é novidade que a região amazônica ainda enfrenta muitos problemas e que podem ser solucionados com intervenções baseadas na Ciência. Por isso, o evento reunirá três instituições que investem muito em pesquisas acadêmicas e proporcionará trocas de saberes. Desta forma, uma parte colabora com a outra e todos, em especial a população, saem ganhando”, destaca o cientista do ILMD/Fiocruz Amazônia e coordenador do evento, Fernando Herkrath.

As pesquisas científicas devem se enquadrar nas categorias: Saúde Coletiva, Biologia de Interação Patógeno Hospedeiro, ou Relato de Experiência. Além disso, cada participante pode submeter até dois resumos vinculados à sua inscrição. Não há limite para a participação em coautoria de trabalhos inscritos por outros participantes.

Os trabalhos de iniciação científica devem ser indicados na modalidade Painel Aspirante, dentro de cada uma das categorias citadas. As orientações gerais para inscrição do trabalho estão no site [https://abre.ai/eVp4].

As pesquisas devem ser enviadas até a segunda-feira, 29/08, às 23:59h (horário de Manaus), para o e-mail [email protected]. O assunto da mensagem deverá ser “APRESENTAÇÃO DE TRABALHO”, em caixa alta.

Sobre o evento

“Como superar os desafios em saúde pública na Amazônia” será o tema central do IV Encontro da Pós-Graduação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e do II Encontro dos Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva, que acontecerão de forma on-line, de 13 a 16 de setembro, com inscrição gratuita.

O evento é aberto ao público em geral, principalmente para pesquisadores, alunos de pós-graduação e de iniciação científica, além de profissionais da saúde e de áreas afins. A inscrição pode ser feita neste link: https://abre.ai/eVpR.

A programação terá mesas de debates, palestras, rodas de conversa, apresentação de pesquisas científicas e atividades culturais. As transmissões dos dois eventos serão realizadas pelo canal da ILMD/Fiocruz Amazônia no YoutTube: https://abre.ai/eVpY.

Com informações da assessoria do ILMD / Fiocruz Amazônia

Mais de 25 mil servidores da Seduc serão beneficiados com Fundef

(Imagem: Reprodução)

O pagamento do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) para servidores da educação no Amazonas vai ocorrer em setembro. Vão receber o benefício 25.968 professores e pedagogos da Secretaria de Estado de Educação e Desporto, que atuaram entre 1998 e 2007.

O valor das bonificações do Fundef foi calculado individualmente, de acordo com o tempo de serviço e carga horária de cada servidor. Esses valores vão variar entre R$ 119,55 e R$ 5.164,56.

De acordo com o governo do estado, os recursos para pagar o Fundef aos profissionais da educação do Amazonas são resultado da Ação Civil Originária nº 660, ajuizada pelo Estado Amazonas e julgada procedente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta semana, o governo do Amazonas recebeu o depósito referente ao pagamento deste ano, na ordem de R$ 98 milhões. Pela lei, 60% serão destinados ao abono e o restante para outros investimentos na educação.

Pela decisão do STF, a União deve fazer outros repasses ao Amazonas, em 2023 e 2024.

O governador Wilson Lima confirmou que o pagamento sai em setembro. “Nessa segunda-feira, os recursos foram depositados nas contas do Estado”, disse. Vamos pagar em parcela única e esses trabalhadores vão receber no dia 1º de setembro”, completou.

O período mínimo trabalhado pelos servidores é de cinco meses, o que corresponde ao valor de R$ 119,55 por 20 horas. Aqueles que trabalharam o equivalente a 108 meses vão receber R$ 2.582,28. O cálculo é dobrado para aqueles pedagogos e professores que trabalharam em regime de 40 horas, podendo chegar ao saldo máximo de R$ 5.164,56.

Aqueles servidores que permanecem com vínculo empregatício com a Secretaria de Educação vão receber o saldo automaticamente em suas contas bancárias. Segundo a pasta, 8.270 seguem com matrículas ativas na pasta; 8.439 são aposentados; e 9.259 são herdeiros, ex-servidores, ou servidores que possuem vínculo, porém se encontram sem vencimento pela pasta.

Pelas regras divulgadas pela Seduc, receberão automaticamente em suas contas os professores e pedagogos que permanecem com vínculo empregatício, percebendo vencimentos regularmente; professores e pedagogos aposentados em todas as matrículas; professores e pedagogos que possuem uma matrícula ativa e uma aposentada; ex-servidores que foram demitidos, exonerados ou tiveram o contrato expirado, mas continuam com vínculo empregatício, recebendo vencimentos regularmente em uma matrícula ativa na pasta.

Requerimento

Herdeiros de servidores falecidos; ex-servidores que foram demitidos, exonerados ou tiveram término de contrato e não possuem nenhuma matrícula atualmente ativa na Secretaria de Educação; servidores que possuem vínculo empregatício, porém se encontram sem vencimentos em nenhuma matrícula na pasta terão que dar entrada em um requerimento para receber o benefício.

O requerimento padrão para a solicitação pode ser obtido no endereço eletrônico portaldgp.seduc.am.gov.br, onde o requerente vai escolher entre “servidor com vínculo e sem vencimento”; “ex-servidor sem matrícula ativa”; “herdeiro de servidor falecido”.

Em seguida, o documento deverá ser protocolado na sede da Secretaria de Educação ou nas Coordenadorias Regionais de Educação com os seguintes documentos: cópia do RG e CPF; comprovante de corrente do requerente; documento que comprove vínculo com o ex-servidor; Atestado de óbito; Alvará Judicial original.

Fundef

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) foi instituído pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996, e regulamentado pela Lei nº 9.424, de 24 de dezembro do mesmo ano, e pelo Decreto nº 2.264, de 27 de junho de 1997 foi implantado em 1º de janeiro de 1998.

O Fundef, é um fundo instituído em cada Estado da Federação e no Distrito Federal, cujos recursos devem ser aplicados exclusivamente na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público e na valorização de seu magistério.

O cálculo dos valores deve ocorrer em três etapas. A primeira é a identificação dos profissionais que têm direito ao abono. Isso implica pesquisa sobre a jornada de trabalho e o período de efetivo exercício no magistério. Os dados serão coletados na Secretaria de Administração, na Prodam (Empresa de Processamento de Dados do Amazona), na Secretaria de Educação e na Fundação Amazonprev;

Na segunda etapa, o cálculo será com base no valor hora-aula referência, unidade para obtenção do valor individual para cada um dos profissionais. A última fase é a obtenção do valor individual a ser disponibilizado a cada um dos beneficiados, observando a proporcionalidade, conforme jornada de trabalho e período de efetivo exercício no magistério nos anos de 1998 a 2007.

*Com G1

 

Ricardo Nicolau promete trabalhar para zerar filas do Sisreg ‘já no primeiro dia de governo’

Foto: Marcelo Cadilhe

O candidato ao governo do Amazonas pela coligação ‘Nós, o Povo’ (Solidariedade/PSB), Ricardo Nicolau 77, afirmou que vai promover mudanças de gestão, já no primeiro dia de governo, no caso de ser eleito, para zerar as filas de pacientes que dependem do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) para conseguir exames, consultas e cirurgias na rede pública de saúde.

“A depender da situação do paciente, a longa espera pode determinar se ele vai viver ou não, se terá sequelas que podem deixar marcas para o resto da vida. Se Deus quiser e a população me der a chance de governar o Estado, vou combater as filas do Sisreg no primeiro dia de governo. De manhã cedo, eu vou estar lá no Sisreg para poder fazer as modificações e credenciar médicos”, garantiu.

Em 2017, Ricardo Nicolau participou ativamente da elaboração de diretrizes de trabalho e da execução das primeiras ações do programa Fila Zero do governo estadual. Na ocasião, mais de três mil pessoas saíram das filas de consultas e exames na rede pública de saúde já nas primeiras 24 horas do programa, segundo o candidato.

No período em que Ricardo Nicolau esteve à frente do Fila Zero, houve redução global de 33% das filas em menos de um mês, com 45,2 mil saindo das filas de espera (redução de 137,4 mil para 92,2 mil). Ao todo, 77 procedimentos zeraram filas para consultas, exames e cirurgias e outros 22 procedimentos reduziram as filas pela metade, informa relatório apresentado pela assessoria da campanha de Ricardo Nicolau.

“Na época do Fila Zero, conseguimos diminuir as filas em pouco tempo porque tive a oportunidade de fazer algumas mudanças de gestão que tornaram tudo mais eficiente. Muitas vezes, pequenas mudanças podem fazer uma enorme diferença. E o Sisreg precisa dessas mudanças”, argumentou Ricardo Nicolau.

Saúde do Amazonas será referência nacional

Ricardo Nicolau apresentou um plano para elevar a qualidade do atendimento e da infraestrutura do sistema estadual de saúde e torná-lo um dos melhores do Brasil. As propostas preveem uma série de medidas, com destaque para a criação dos Centros de Atenção Integral à Saúde (CAIS), a construção de uma maternidade de alta complexidade e modernização das unidades existentes.

De acordo com Ricardo Nicolau, que também é diretor do maior grupo de saúde da região Norte, é possível posicionar a saúde do Amazonas em referência para o país.

“Eu tenho a obrigação de tornar a saúde do Amazonas a melhor do Brasil. E é possível. Hoje, a maioria dos pacientes do interior vêm para Manaus em buscar de atendimento. Para resolver isso, vamos implementar o CAIS, que é uma grande clínica com laboratórios e exames que vai dar suporte à rede básica dos municípios”, explica o candidato.

Ainda como parte da transformação da saúde, Ricardo Nicolau propõe construir quatro Centros de Radiodiagnóstico em Manaus, equipados com toda a infraestrutura laboratorial e exames de imagem, além de modernizar os centros cirúrgicos para diminuir o tempo e internação dos pacientes e, assim, aumentar a eficiência das unidades.

“A maioria das cirurgias feitas no Amazonas é com a técnica convencional. O paciente que retira a vesícula por esse método leva três dias para receber alta. Na cirurgia por vídeo, usando essa tecnologia, o tempo de internação cai para 24 horas. Isso mostra que é possível fazer três vezes mais cirurgias tornando todo o processo mais eficiente”, lembra Nicolau afirmando que é importante insistir em tais pontos por acreditar que pose ser a partir deles, a mudança que o candidato propõe para a saúde.

Com informações da assessoria

Ação no “Dia Lixo Zero” retirou meia tonelada de resíduos do igarapé do Gigante, no Tarumã

A ação marcou o “Dia Lixo Zero”, mobilização nacional que acontece anualmente

O Coletivo Manaus Lixo, em parceria com as secretarias municipais de Limpeza Pública (Semulsp), e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), além dos profissionais da plataforma Agentes do Meio Ambiente (AMA), retirou mais de meia tonelada de resíduos do Igarapé do Gigante, no Tarumã. A ação marcou o “Dia Lixo Zero”, mobilização nacional que acontece anualmente, para chamar atenção da sociedade sobre os cuidados com o meio ambiente.

Além da retirada dos resíduos do igarapé, as equipes da Semulsp desfilaram por algumas ruas com uma carreta repleta de lixo. O objetivo foi sensibilizar a população sobre o impacto de suas ações ao meio ambiente. A embaixadora do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), em Manaus, Almira Neta, ressalta que é urgente a necessidade de soluções para a destinação adequada dos resíduos sólidos gerados na cidade. “Não podemos mais esperar para agir. Os impactos das ações humanas já são visíveis e pioram a cada ano, com igarapés poluídos, enchentes recordes, entre outros problemas”, disse.

Almira Neta explica que esse é o segundo ano que Manaus participa da mobilização do “Dia Lixo Zero” e os resultados têm sido positivos. “A cidade tem avançado aos poucos, no que diz respeito à destinação dos resíduos. O número de Pontos de Entregas Voluntárias (PEV) aumentou consideravelmente, chegando a 35, mas ainda há muito a ser feito e é preciso que cada pessoa faça sua parte”, destacou.

Os endereços dos PEV’s podem ser consultados no site do Coletivo Manaus Lixo Zero – www.manauslixozero.com.br ou baixando o aplicativo “Manaus Lixo Zero” na Playstore.

Segundo o embaixador do ILZB, em Manaus, o biólogo Daniel Santos, diretor da Damata Consultoria e Projetos, o coletivo já deu início aos preparativos para a “Semana Lixo Zero”, que acontece em outubro. Desde o ano passado essa programação foi incluída no calendário estadual, através da Lei nº 5.514. Antes, a “Semana Lixo Zero” só fazia parte da programação municipal.

Com informações da assessoria

Estudo mostra que biodiversidade de insetos no Brasil está em queda

“Se você acaba com os insetos, você quebra todas as cadeias alimentares da natureza na base", diz André Freitas, professor do Instituto de Biologia da Unicamp. (Foto: Reagan Villanueva)

A biodiversidade de insetos terrestres no Brasil, que inclui animais como borboletas, abelhas e besouros, está em tendência de queda. Esse é um dos resultado de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e das universidades federais de São Carlos e do Rio Grande do Sul.

As informações foram reunidas a partir de 45 pesquisas científicas sobre o tema, além de questionários enviados a pesquisadores que já estudam insetos ao longo dos anos.

“Se você acaba com os insetos, você quebra todas as cadeias alimentares da natureza na base. Se você não tem lagartas para os passarinhos comerem, as aves vão diminuir. Se você não tem insetos para vespas se alimentarem, elas vão cair e, uma vez que caiam, elas começam a causar um desequilíbrio que pode levar, por exemplo, ao aumento de pragas, tanto nas cidades quanto na agricultura”, alerta André Freitas, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos pesquisadores do projeto.

O estudo apresenta 75 tendências – a maioria delas de queda – ao longo de 22 anos para insetos terrestres. Para os insetos aquáticos, o estudo apresenta 75 tendências ao longo de 11 anos, em média. A maior parte indica redução no número de animais.

O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O texto foi publicado hoje (23) no periódico internacional Biology Letters.

Entre os insetos terrestres, por exemplo, os estudos apontaram tendência de declínio populacional ou perda de diversidade de espécies.

A situação é diferente nos grupos aquáticos, nos quais o número de indivíduos ou de espécies permaneceu estável ou, em alguns casos, aumentou. Os pesquisadores, no entanto, chamam a atenção de que essa diferença deve ser reavaliada futuramente.

Tendência mundial

Freitas destaca que outros estudos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, já vinham demonstrando o declínio de insetos nessas regiões, mas havia poucas informações sobre a situação nos países de clima tropical.

“Lá, eles têm dados de décadas levantados, mostrando que existe declínio de todos os tipos, não apenas polinizadores”, aponta. Ele lembra que a diversidade de insetos é muito maior por aqui, com uma variedade de espécies de 10 a 20 para um em relação aos países de clima temperado.

O pesquisador explica que, para entender a situação dos insetos, é fundamental a existência de estudos a longo prazo, pois esses animais apresentam ciclos de vida curtos. “[A análise do] inseto é quase igual a um eletrocardiograma, cheio de picos e vales. Assim, para você conseguir saber, vai ser sempre uma linha zig zag com grandes amplitudes, mas você pode ver se está subindo ou descendo. Para ter isso, você precisa de séries temporais muito longas, e a gente tinha muito pouco [no Brasil]”, explica.

Nesse sentido, foram considerados estudos com pelo menos cinco anos de análises. “O que a gente percebeu é que a maior parte dos trabalhos indica que está havendo, sim, declínio de insetos no Brasil. Tem vários trabalhos que indicam estabilidade, até alguns que mostram aumento. Mas o que é preocupante, se a gente pegar só pelo número de trabalho que tem aumento, estabilidade ou declínio, os que mostram declínio são mais comuns”, aponta Freitas.

Os motivos que explicam o declínio não fazem parte do levantamento, mas o pesquisador apresenta algumas hipóteses para esse quadro, considerando dados já encontrados em outras partes do mundo. Ele cita: “o uso indiscriminado de pesticida; o aumento das cidades e de áreas agrícolas e agropecuárias, que diminuem a área de habitat nativo; e, perto de grandes cidades, a iluminação urbana, porque os insetos tendem a ser atraídos pelas lâmpadas, ficam girando e morrem”.

Insetos e meio ambiente

O pesquisador reconhece que, muitas vezes, os insetos são associados a coisas negativas, como transmissão de doenças, mas é fundamental lembrar da importância desses animais para o equilíbrio do meio ambiente.

“O declínio dos insetos, de modo geral, vai favorecer poucas espécies-praga. Essas, sim, vão ter um impacto muito maior na nossa vida”, alerta.

Ele lembra que grandes desequilíbrios podem fazer com que apenas pragas associadas ao ser humano, como baratas, mosquitos e determinadas formigas, permaneçam, tendo em vista que terão comida e ambiente disponíveis.

A polinização feita pelas abelhas é o exemplo mais conhecido do papel de insetos na manutenção da biodiversidade. Mas há outros benefícios dos insetos para o meio ambiente, como o fato de que eles são o primeiro passo para a decomposição de matéria orgânica.

“Sejam folhas que caem no solo ou animais mortos. Vários besouros, formigas e cupins fazem a primeira degradação desse material. Sem insetos, por exemplo, as florestas seriam cada vez mais troncos e folhas acumulados em cima do outro, porque as bactérias que fazem a decomposição final dependem de uma primeira fragmentação”, explica Freitas.

*Com Agência Brasil

 

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