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Carnaboi 2025 tem recorde de público e é considerado o melhor dos últimos tempos
Mantendo a tradição, o Carnaboi encerra as festividades do Carnailha 2025. Na terça-feira de carnaval, 4 de março, uma das noites mais aguardadas pelos torcedores e visitantes na cidade de Parintins, os Bois Caprichoso e Garantido fizeram uma grande festa, com recorde de público, com mais de 30 mil pessoas presentes.
O evento que une a energia do carnaval com a magia do boi-bumbá, contou com a presença de torcedores e simpatizantes, que coloriram as arquibancadas de azul e vermelho. O Circuito Carnailha foi tomado por milhares de pessoas, que aguardavam ansiosamente pelo Carnaboi, festa que abre oficialmente a temporada do Festival Folclórico de Parintins.
O Grupo Toada de Roda deu início ao evento. Em seguida as apresentações ficaram por conta dos artistas: Júnior Paulain, Israel Paulain, Edmundo Oran, David Assayag, Patrick Araújo e Sebastião Júnior. Cada artista fez o show com o tempo de 50 minutos. Com toadas eletrizantes, o repertório foi feito especialmente para a galera, que não parou durante as apresentações. Nos intervalos, estiveram presentes Gilson Matos, cantor oficial do Garantido e Gean Figueira, cantor oficial do Caprichoso, que fizeram participação especial com o Grupo Toada de Rodas.
Os artistas foram conduzidos por dois grandes trios elétricos, cada um do seu respectivo boi, preparados especialmente para o Carnaboi. O artista Marialvo Brandão foi o responsável pela identidade visual dos trios, atendendo o pedido do prefeito Mateus Assayag, com uma decoração moderna, à prova de chuva e com o visual que pudesse atender as expectativas do público que assistisse o Carnailha, levando os símbolos do festival para o Brasil.
“Nós montamos dois trios de forma especial, para as duas nações, ornamentados, para que a gente possa fazer uma boa divulgação dos nossos bois Caprichoso e Garantido. Com som de alta qualidade, levando os símbolos dos bois, através de uma ornamentação, que resista igual o povo de Parintins, ao sol e a chuva, e todas as intempéries. Porque nosso povo é especial e essa festa é maravilhosa”, informou o Prefeito Mateus Assayag.
O Boi Caprichoso iniciou as apresentações com o cantor Júnior Paulain. Para a noite do Carnaboi, alegorias, povos indígenas, marujada de guerra, bailado, tuxauas, vaqueirada e itens oficiais abrilhantaram a festa do boi da estrela, que fez uma apresentação que encheu os olhos do torcedor azul e branco. Além disso o público foi surpreendido com o lançamento da Campanha Amazônia de Pé, que acontece em todo o Brasil, que terá uma disputa entre os bois de Parintins e vence quem tiver mais assinaturas. A Campanha é em prol a demarcação das terras públicas da Amazônia e o Caprichoso aproveitou a energia do Carnailha, para lançar essa surpresa para a temporada do festival folclórico.
O Boi Garantido veio preparado para a noite do Carnaboi, com alegorias que conduziram seus itens oficiais e apostando na alegria e animação da galera encarnada. Junto com os itens oficiais, o Garantido fez uma linda festa, levando uma multidão para o Circuito Carnailha. A surpresa da noite, ficou por conta da apresentação da nova Porta- Estandarte, Jeveny Mendoça, que fez a sua primeira apresentação oficial, depois de ser anunciada como item do Boi. Edilene Tavares que se despediu recentemente, do item rainha do folclore, fez uma participação especial, aparentemente emocionada, ela evoluiu com o boi do coração.
O estudante Paulo Barão fala da sua experiência de conhecer o Carnaboi. “O festival de Parintins, eu só conheço pela TV, é a primeira vez que participo do Carnaboi e é um sentimento indescritível essa festa. A emoção é única. Futuramente eu quero conhecer o festival, para decidir pra qual boi eu vou torcer”, disse.

O Carnailha 2025 foi de muita festa e diversão, preservando a segurança e integridade dos foliões. Para o Carnaboi, devido a grande demanda de público, a festa contou com reforço intensificado da segurança pública. Além do aumento de patrulhamento, a Polícia Militar contou com o sistema de monitoramento da Prefeitura, que foi essencial para a comunicação da segurança no evento durante as três noites. A parceria feita pela Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiro e Conselho Tutelar garantiu o sucesso da festa e a segurança da população.
O Comandante do 11° Batalhão da Polícia Militar de Parintins avaliou as três noites do Carnailha. “Nós não tivemos nenhuma ocorrência com relação a furto, roubo ou crimes violentos, então graças a Deus foram três noites maravilhosas com tranquilidade e sensação de segurança à população”, ressaltou o Major Szezypior Neto.
Beija-Flor de Nilópolis vence Carnaval do Rio de Janeiro
Beija-Flor de Nilópolis foi a grande campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. O resultado foi anunciado nesta quarta-feira (5), durante a apuração na Cidade do Samba.
A escola conquistou o título com uma pontuação de 270.0, garantindo seu lugar no topo da folia carioca.
A Beija-Flor levou emoção para a Sapucaí em seu desfile, marcado por homenagens a dois de seus grandes nomes. Neguinho da Beija-Flor, em sua despedida como intérprete oficial da escola, emocionou o público ao dar voz a um samba que reverenciava Laíla (1943-2021), carnavalesco fundamental na trajetória vitoriosa da agremiação.
A comissão de frente trouxe uma representação simbólica de Laíla, retratado como uma criança que recebia bênçãos dos santos em meio à comunidade de Nilópolis. O efeito cênico foi reforçado por uma alegoria com “velas” eletrônicas surgindo do chão, criando um espetáculo visual impactante.
Com um samba-enredo envolvente e a bateria cadenciada por longas paradas, a Beija-Flor fez a Marquês de Sapucaí cantar junto em uma despedida à altura dos 50 anos de trajetória de Neguinho.
O último carro alegórico fez referência ao histórico desfile de 1989, trazendo um Cristo coberto, mas a faixa com os dizeres “De Orum, olhai por nós” acabou não se desenrolando por completo.
*Com informações de IG
Lula liga para Walter Salles e o parabeniza pelo Oscar de Ainda Estou Aqui
Lula fez uma ligação para Walter Salles parabenizando pela vitória do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025. O longa, estrelado por Fernanda Torres, venceu a primeira estatueta do Brasil na premiação.
O presidente compartilhou nas redes sociais o momento em que ligou para o cineasta. Na ligação, o político disse que o prêmio no Oscar “lavou a alma do povo e do cinema brasileiro”.
“A gente não tem muito o que falar quando a gente percebe que o brasileiro é capaz de se superar numa arte que até então parecia que só americano ganhava. Eu quero te dizer que foi uma noite de ouro, acho que você já fez outras coisas muito importantes, mas dessa vez você conseguiu lavar a alma do povo brasileiro” disse Lula para Walter Salles.
Janja, a primeira-dama, também aproveitou a ligação para parabenizar Walter. Ela parabeniza o cineasta, e se diz muito feliz. Ela ainda revela que pode dizer o mesmo para Fernanda Torres. “Fernanda é a alma do filme”, responde o cineasta.
Walter continua dizendo que tanto Torres quanto sua mãe, Fernanda Montenegro, representam “aquilo que a gente tem de melhor no Brasil”. Ele também cita Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva, ativista que é representada na história do longa.
*Com informações de Uol
Consumidor pode agilizar serviços por canais digitais da Amazonas Energia
Para trazer mais comodidade e agilidade no atendimento aos clientes, a Amazonas Energia oferece diversos serviços por meio dos canais digitais, uma agência virtual na palma da mão, sem precisar sair de casa.
Para facilitar seu atendimento, a Distribuidora oferece canais digitais rápidos e práticos: Call Center 0800 701 3001 24h por dia, site www.amazonasenergia.com, chatbot e chat humano para conversar com um atendente de forma ágil, App Amazonas Energia que se encontra disponível para download nas lojas de aplicativos Google Play (Android) e Apple Store (iOS).
“Disponibilizamos todos esses serviços ao nosso cliente, ele só precisa escolher o canal que melhor atende suas necessidades e resolver tudo com facilidade”, afirmou a Coordenadora de atendimento Simone Nogueira
Confira os serviços disponíveis: transferência de titularidade, ligação nova, cadastro na Tarifa Social, denúncia anônima de furto de energia, declaração de quitação, pagamentos por cartão de crédito, parcelamento de débitos, religação, falta de energia, via para pagamento de fatura, histórico de consumo, desligamento programado, entre outros.
Liderança feminina contribui para nova história de centro de compras em Manaus
A presença das mulheres em cargos de liderança tem crescido no Brasil, trazendo novas perspectivas e inovação para a gestão. Segundo a pesquisa Panorama Mulheres, realizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e pelo Talenses Group, a participação feminina em cargos de liderança subiu de 13% para 17% entre 2019 e 2023.
As vantagens são muitas. Estudos apontam que equipes lideradas por mulheres tendem a ser mais colaborativas, estratégicas e empáticas, o que fortalece a cultura organizacional e impulsiona o sucesso dos negócios. É dentro dessa realidade que a superintendente Josana Mundstock se destaca, conduzindo uma nova era para o Manaus Plaza Shopping.
Natural da capital amazonense e oriunda de uma família empreendedora, Mundstock trilhou um caminho de dedicação e conquistas. Formada em Administração, ampliou seus conhecimentos com uma graduação em Direito e especializações que incluem MBA, Mestrado e Doutorado. Sua trajetória chamou a atenção do Grupo TVLAR, que a convidou para assumir a superintendência do Plaza, onde completará uma década à frente do empreendimento.
“Desde o início, encarei esse desafio como uma oportunidade não só de transformar o shopping, mas de mostrar o impacto que mulheres na liderança podem ter. Nosso olhar para a gestão é amplo, estratégico e, ao mesmo tempo, cuidadoso com cada detalhe, pois sabemos que liderar é também inspirar”, destaca Mundstock.
Com mais de 20 anos de experiência na gestão de negócios, sendo 18 deles dedicados ao setor de shopping centers, ela se tornou referência no segmento, acumulando também o cargo de Coordenadora Estadual do Amazonas na Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) por três biênios.
Apesar dos avanços, ainda há desafios. O Fórum Econômico Mundial, por meio do Global Gender Gap Index, aponta que a desigualdade de gênero persiste em diversas áreas, e o setor de shopping centers não é exceção. Para Mundstock, as mulheres precisam, muitas vezes, provar sua competência repetidamente antes de serem reconhecidas.
“Nós carregamos desafios que vão além da profissão, equilibrando múltiplas responsabilidades. Mas isso nunca nos impediu de fazer história. Pelo contrário, nos impulsionou. Cada conquista de uma mulher na liderança abre caminho para muitas outras”, ressalta.
Liderança que inspira mudança
Desde que assumiu o Manaus Plaza Shopping, Mundstock tem liderado um processo de transformação que inclui estrutura, inclusão e proposta comercial. Tudo isso visa proporcionar uma experiência diferenciada para o público.
A revitalização do shopping começou com um novo Master Plan, que trouxe mudanças como a fachada minimalista na Avenida Djalma Batista, uma entrada pelos fundos no conjunto Vieiralves e uma nova Praça de Alimentação com capacidade para 430 pessoas.
O projeto também inclui um novo complexo de banheiros, elementos de acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD) e uma arquitetura inspirada na Floresta Amazônica e na elegância de Nova Iorque. Tudo isso acompanhado de materiais de alta qualidade, como cadeiras, mesas, granitos, forros e acabamentos.
Além da infraestrutura, o Manaus Plaza está diversificando suas operações, trazendo novas lojas e serviços para tornar o shopping ainda mais multifuncional. A administração está aberta a investidores e lojistas que desejam fazer parte dessa nova fase. “Este é apenas o começo de Um novo Plaza, um novo shopping”, destaca a superintendente.
Uma homenagem às mulheres que fazem a diferença
Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a história de Josana Mundstock se entrelaça à de tantas outras que desafiam barreiras e reescrevem suas trajetórias com coragem e determinação.
“Liderar um projeto dessa magnitude é uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, um privilégio. Não foi um caminho fácil, mas cada desafio superado reforça que estamos onde devemos estar. Que essa história inspire muitas outras mulheres a acreditarem no seu potencial e ocuparem os espaços que desejam. Nosso lugar é onde quisermos estar”, finaliza Josana Mundstock.
O Manaus Plaza Shopping está localizado na Av. Djalma Batista, nº 2.100, bairro Chapada – Zona Centro-Sul de Manaus. Para mais informações, consulte as redes sociais: @manausplaza.
Quem são os acusados de matar Rubens Paiva e o que aconteceu com eles?

O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, conquistou neste domingo (2) uma estatueta no Oscar, algo inédito para o Brasil. O longa venceu a categoria de melhor filme internacional.
Na segunda-feira (24), o caso voltou a ganhar destaque, quando militantes do coletivo Levante da Juventude protestaram em frente à casa do general reformado José Antônio Nogueira Belham, na zona sul do Rio de Janeiro.
Ele é um dos acusados, que está vivo, de envolvimento na morte de Paiva, denunciado sob acusação de homicídio e ocultação de cadáver, mas nunca foi julgado.
Paiva foi preso por agentes do regime em janeiro de 1971 e levado ao Destacamento de Operações de Informações do Exército, no bairro da Tijuca. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, ele morreu sob custódia militar. O reconhecimento oficial da morte só ocorreu décadas depois, com os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012, para apurar crimes da ditadura.
Mesmo com as investigações, os acusados seguem sem condenação. Além de José Antônio Nogueira Belham, os militares Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos, Jurandyr Ochsendorf e Jacy Ochsendorf são acusados de envolvimento na morte de Paiva nas dependências do DOI-Codi na capital fluminense.
Porém, devido à demora no julgamento do processo, três deles já morreram.
A maior parte das informações sobre os militares denunciados se restringe a documentos até 2014, sem registros oficiais sobre o falecimento de três deles.
Veja quem são os militares acusados no caso:
José Antônio Nogueira Belham
O general reformado José Antônio Nogueira Belham comandou o DOI-Codi do 1º Exército entre 1970 e 1971, período marcado por intensas operações contra opositores do regime militar.

Antes disso, em 1969, ele já havia sido designado para integrar o Centro de Operações de Defesa Interna (Codi), órgão responsável por coordenar a repressão política.
No DOI-Codi, Belham acumulou a chefia da Seção de Operações e, posteriormente, o comando do destacamento. Suas funções incluíam a coordenação de ações externas da unidade, como capturas e interrogatórios de suspeitos. Ele frequentava o local diariamente e afirmava realizar inspeções nas celas.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, Belham negou a existência de mortes no DOI-Codi durante seu comando. No entanto, documentos oficiais, incluindo o relatório “Direito à Memória e à Verdade”, contradizem essa versão. Além da morte de Rubens Paiva, o relatório cita pelo menos 11 casos de desaparecimentos e execuções de dissidentes políticos no Rio de Janeiro no mesmo período.
Entre as vítimas identificadas estão Celso Gilberto de Oliveira, Antônio Joaquim de Souza Machado, Carlos Alberto Soares de Freitas, Joel Vasconcelos Santos, Maurício Guilherme da Silveira, Gerson Theodoro de Oliveira e Stuart Edgar Angel Jones. Testemunhas ouvidas pelo MPF também confirmaram a posição de comando exercida por Belham em um dos principais centros de repressão da ditadura.
Apesar das denúncias e das evidências documentais, Belham nunca foi julgado pelo desaparecimento de Rubens Paiva nem pelos demais crimes atribuídos ao DOI-Codi sob sua gestão.
Jurandyr Ochsendorf e Jacy Ochsendorf e Souza
Os sargentos e irmãos Jurandyr Ochsendorf e Souza e Jacy Ochsendorf e Souza, da brigada paraquedista do Exército, faziam parte das equipes de busca e apreensão do DOI do Rio de Janeiro na época do desaparecimento de Rubens Paiva.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), eles e o então capitão Raymundo Ronaldo Campos sustentaram por décadas a versão oficial de que Paiva teria fugido após um suposto ataque ao carro que o transportava. O MPF aponta que os militares omitiram informações sobre os responsáveis pelo crime e tinham o dever de evitar sua continuidade.
Além da ocultação do corpo, os denunciados são acusados de alterar provas para encobrir o assassinato. Entre as ações apontadas, está a destruição do Volkswagen usado no transporte de Paiva, incendiado na madrugada de 22 de janeiro de 1971, e a divulgação de informações falsas para induzir as investigações ao erro.
A denúncia também inclui a participação dos militares em um esquema de repressão dentro do DOI, voltado ao sequestro de dissidentes políticos. No DOI, Jurandyr e Jacy Ochsendorf e Souza estavam subordinados a Raymundo Ronaldo Campos e José Antonio Nogueira Belham. No Centro de Informações do Exército (CIE), respondiam a Freddie Perdigão Pereira e Rubens Paim Sampaio.

Jurandyr já faleceu, mas Jacy segue vivo. Segundo o Portal da Transparência, ele recebe R$ 23.457,15 de salário bruto de aposentadoria
Rubens Paim Sampaio
Rubens Paim Sampaio, identificado pelo codinome “Dr. Teixeira”, era major do Exército e comandava uma das equipes operacionais do CIE no Rio de Janeiro, atuando a partir do Palácio Duque de Caxias. O órgão foi um dos principais responsáveis pela repressão política durante a ditadura militar e esteve diretamente ligado a sequestros, mortes e desaparecimentos de opositores do regime entre 1969 e 1975.
Sampaio integrou um dos núcleos de inteligência do CIE entre 1970 e 1974, período em que esteve subordinado ao gabinete do ministro do Exército. Documentos do MPF apontam que ele teve participação direta no esquema que levou à morte e ocultação do corpo do ex-deputado Rubens Paiva. O MPF sustenta essa acusação com base em testemunhos de ex-militares e ex-presos políticos, além de documentos oficiais.
Três ex-integrantes do DOI-Codi no Rio de Janeiro confirmaram ao MPF que o CIE usava as dependências do órgão para operações, com envolvimento de Sampaio.
Maria Helena Gomes de Souza, viúva do médico Amílcar Lobo Moreira da Silva, e a ex-presa política Cecília Coimbra também reconheceram sua atuação no DOI, associando-o a sessões de tortura. Outro depoimento relevante foi o de Iracy Pedro Interaminense Corrêa, ex-integrante do CIE, que afirmou que Sampaio comandava uma das equipes de operações do centro de inteligência.
Mesmo após décadas, sua participação na repressão ainda é alvo de questionamentos. Em 2012, uma reportagem do jornal O Globo revelou que Sampaio vivia em um bairro de classe média alta em Resende, no interior do Rio de Janeiro. Na época, sua esposa, Jeane Sampaio, disse à publicação: “Ele fez o trabalho que tinha que fazer naquela época. É passado e ficou no passado. Ele não tem nada a declarar”.
Para a Comissão Nacional da Verdade, em 2014, Rubens chegou a afirmar que “nunca houve ordem expressa para que os líderes das organizações de oposição fossem mortos”.
Afirmou ainda que não participou de execuções, torturas e interrogatórios. Por fim, disse ainda que nunca ouviu a história relatada por Paulo Malhães de que o corpo de Rubens Paiva fora retirado de uma praia do Recreio dos Bandeirantes e nada sabe dizer sobre o fato.
Raymundo Ronaldo Campos
O então capitão Raymundo Ronaldo Campos atuava no Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 1º Exército como oficial de permanência da seção de operações, permanecendo no cargo por um ano e dois meses. Ele ingressou na unidade a convite do general Syseno Sarmento, um dos principais comandantes do órgão de repressão durante a ditadura militar.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal, Campos era responsável por comandar prisões, buscas em residências consideradas “aparelhos” da resistência política e apreensão de materiais classificados como subversivos. No DOI, sua rotina incluía turnos ininterruptos de 24 horas, seguidos por dois dias de descanso.
Além dele, os sargentos Jurandyr Ochsendorf e Souza e Jacy Ochsendorf e Souza, ambos vindos da brigada paraquedista do Exército, integravam equipes de busca e apreensão ligadas à seção de operações do DOI no Rio de Janeiro. Os três foram acusados pelo MPF de participação na ocultação do cadáver do ex-deputado, desaparecido em 1971.
A denúncia aponta que Campos e os sargentos sustentaram, ao longo dos anos, a versão oficial apresentada pelos militares no dia 22 de janeiro de 1971, segundo a qual Paiva teria fugido após um suposto ataque ao carro que o transportava. Para o MPF, a repetição desse relato falso e a omissão sobre os autores do crime caracterizam acobertamento doloso.
Além disso, o MPF sustentou que os acusados faziam parte de uma organização criminosa dentro do DOI, voltada à perseguição de opositores do regime por meio de sequestros e desaparecimentos forçados. Segundo a acusação, Jurandyr e Jacy Ochsendorf e Souza estavam subordinados a Raymundo Ronaldo Campos e José Antonio Nogueira Belham no DOI, enquanto, no Centro de Informações do Exército, respondiam a Freddie Perdigão Pereira e Rubens Paim Sampaio.
Quarenta anos depois dos acontecimentos, Raymundo Ronaldo Campos admitiu que a versão oficial sobre a fuga de Rubens Paiva era uma invenção. Em 2013, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, ele reconheceu que o relato divulgado pelos militares na época não correspondia à realidade dos fatos. Não há informações oficiais sobre a data de sua morte.
Procurado pela reportagem, o advogado de defesa disse que, por ter exclusividade com outro veículo de comunicação, não poderia dar entrevista à BBC e nem confirmar a idade e estado de saúde dos militares que seguem vivos.
Acusados ainda podem ir para a prisão?
O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a avaliar, no mês de fevereiro, ações que questionam a aplicabilidade da Lei da Anistia, que concedeu perdão tanto a vítimas de perseguição política quanto aos agentes do Estado envolvidos em crimes durante a ditadura militar.
Após um longo período sem avanços, a corte decidiu retomar o julgamento de recursos que buscam reabrir processos contra militares acusados de matar opositores ao regime, como Rubens Paiva.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a repercussão do filme contribuiu para trazer o assunto de volta ao STF e a debate o alcance da Lei da Anistia.

Além do impacto na sociedade, o debate jurídico gira em torno da possibilidade de punir crimes cometidos há mais de 50 anos e da disposição do país em enfrentar um dos períodos mais violentos de sua história recente.
Para Sérgio Suiama, do Grupo de Trabalho Justiça de Transição do Ministério Público Federal, a idade avançada dos acusados não impede uma eventual condenação.
“A lei brasileira não estabelece distinção em relação ao cumprimento de pena por pessoas idosas. Em caso de condenação, o regime e o local de cumprimento dependem da pena estabelecida pelo juiz na sentença”, explica.
Flávio de Leão Bastos Pereira, coordenador do Núcleo da Memória da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, destaca que o julgamento do STF pode abrir caminho para responsabilizar torturadores do regime.
“Se os ministros decidirem que os crimes de ocultação de cadáver não são acobertados pela Lei da Anistia, isso pode levar ao processamento, julgamento e condenação de militares”, afirma.
Ele ressalta que, por serem considerados crimes contra a humanidade, essas violações são imprescritíveis.
“O Brasil já foi condenado em 2010 pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Gomes Lund, que declarou nulas as leis de autoanistia. Sem justiça para as vítimas, suas famílias e a sociedade, não se pode falar em futuro”, conclui.
A reportagem também procurou o Exército e, por meio de nota, as Forças Armadas informaram que “não se manifestam sobre processos judiciais em andamento”.
Simbologia e importância do filme
O impacto do filme “Ainda Estou Aqui” sobre o caso de Rubens Paiva e sobre as investigações relacionadas aos abusos da ditadura militar foi ressaltado por especialistas que acompanham de perto a busca por justiça para as vítimas desse período.

Para Adriano Diogo, presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, a produção cinematográfica foi essencial para impulsionar o avanço das investigações.
“O filme mudou a história do país. Se não tivesse sido o filme, não haveria sido pedido pela PGR a condenação dos militares golpistas, a delação premiada do coronel Cid não teria vindo, e todos os áudios. O Brasil é um país tão cruel que precisou de um filme ficcional contando a história de uma família para mudar a realidade brasileira”, afirma Diogo.
Segundo o presidente da Comissão, o filme teve um papel determinante no desbloqueio de informações importantes sobre o caso e na abertura de arquivos que estavam mantidos sob sigilo por décadas.
Ele acredita que a narrativa que acompanha a busca pela verdade da família Paiva ajudou a trazer à tona detalhes da morte do ex-deputado, incluindo a mudança forjada do corpo, uma informação que foi esclarecida com o auxílio da Comissão da Verdade.
“Talvez o filme seja tão ou mais importante que a aprovação da Lei da Anistia. Ele trouxe à tona o real papel dos militares na história do Brasil e ajudou a revelar o impacto de suas ações não apenas no país, mas em toda a América Latina”, completa.
Aurélio Rios, subprocurador-geral da República, também afirma que o impacto do filme “Ainda Estou Aqui” vai muito além de uma obra cinematográfica. Ele destaca ainda que o longa fez mais pela verdade e pela memória do país do que muitas iniciativas institucionais que, segundo ele, também foram importantes, para cuidar do tema como a Comissão de Anistia, Comissão de Mortos e Desaparecidos e mesmo a Comissão Nacional da Verdade.
“O filme criou, de forma espontânea, uma conexão afetiva com a família de Rubens Paiva, especialmente com Eunice Paiva, que, por anos, lutou para obter o atestado de óbito do marido, após ele ser torturado e assassinado por agentes do Estado. Ela levou 20 anos para conseguir esse documento, enquanto o corpo de Rubens Paiva permanece desaparecido até hoje”, diz.
A importância do filme na reabertura do processo também é destacada por Suiama. Ele explica que a ação penal contra os militares responsáveis pela morte de Rubens Paiva estava paralisada desde 2014.

“É importante dizer que a ação penal do caso Rubens Paiva é uma, dentre mais de 30 ações ajuizadas pelo MPF contra agentes da ditadura militar”, diz.
A partir do filme, segundo ele, o STF decidiu analisar a Lei da Anistia e pautou três recursos com repercussão geral: o caso de Rubens Paiva, o desaparecimento de cinco pessoas no Araguaia e o desaparecimento de Mário Alves, também no Rio de Janeiro.
Ele acredita que, com a análise desses precedentes, outros casos de crimes da ditadura também poderão ser reabertos.
*Com informações de Folha de São Paulo
Trump anuncia novas tarifas ao Brasil: ‘taxas recíprocas’
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso no Congresso americano na noite desta terça-feira (4) no qual defendeu uma série de medidas afirmando que os EUA “estão de volta”, noticiaram agências de notícias. Entre as mudanças, estão as novas tarifas aplicadas a países parceiros comerciais, como o Brasil.
Ao citar “tarifas recíprocas” aos parceiros dos EUA, Trump citou o Brasil, junto a outros países como Canadá, Índia e China, afirmando que as novas taxas estão definidas para o dia 2 de abril.
“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, afirmou Trump.
Em um discurso de uma hora e 40 minutos, o mais longo de um presidente americano diante do Congresso, Trump falou sobre seus projetos para “um futuro incrível, porque a era de ouro dos Estados Unidos está apenas começando”.
“A Índia nos cobra tarifas maiores que 100%, a tarifa média da China sobre nossos produtos é o dobro do que cobramos deles e a tarifa média da Coreia do Sul é quatro vezes maior”, acrescentou o presidente.
Trump também afirmou que qualquer tarifa imposta aos EUA por outro país, será cobrada de maneira recíproca. “Se eles [outros países] aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”, disse.
De acordo com o canal BBC, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e implementaram uma taxa de 10% extra sobre importações chinesas, elevando a taxa tarifária total para 20%. As taxas estão previstas para entrar em vigor na próxima terça (11).
“As tarifas não servem apenas para proteger os empregos americanos. Servem para proteger a alma do nosso país”, comentou, embora tenha reconhecido que “algumas perturbações” serão registradas.
Discurso no Congresso
Além das tarifas, o republicano defendeu no Congresso suas medidas contra a imigração, prometeu “uma guerra contra os cartéis”, recuperar o Canal do Panamá e também fez muitos elogios a Elon Musk.

Segundo agências de notícias, Trump afirmou que os cartéis de drogas mexicanos representam “uma grave ameaça” à segurança nacional, traficam o opióide sintético, que provoca dezenas de milhares de mortes por ano no território americano, e cometem estupros e assassinatos.
Trump disse que “vai recuperar” o Canal do Panamá e se apropriar da Groenlândia “de uma forma ou de outra”.
Ao se dirigir ao bilionário Elon Musk, que está à frente do Departamento de Eficiência Governamental, responsável por cortar os gastos do governo, o presidente o elogiou dizendo que “está trabalhando muito duro”. “Muito obrigado, nós apreciamos”, acrescentou.
*Com informações de IG
Renato Junior mobiliza equipes e presta assistência a vítimas após desabamento de muro na Praça 14
A Prefeitura de Manaus atua de forma emergencial para responder às ocorrências registradas, nesta terça-feira, 4/3, devido às fortes chuvas que atingiram a cidade. Com um volume de 109,6 milímetros de precipitação, o equivalente a 34,15% do esperado para todo o mês de março, diversos pontos da capital, especialmente as zonas Sul e Norte, tiveram registros de alagamentos, deslizamentos e desabamentos.
O prefeito em exercício e titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Renato Junior, acompanhou a situação diretamente do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), na noite desta terça-feira, monitorando em tempo real as imagens das câmeras de vigilância espalhadas pela capital.
Após avaliar os pontos mais críticos, seguiu para o bairro Praça 14 de Janeiro, na zona Sul, onde o desabamento do muro de uma residência atingiu dois veículos e deixou um homem ferido. O morador sofreu fraturas e foi encaminhado para atendimento médico, enquanto as equipes da prefeitura prestam assistência às famílias afetadas e atuam na remoção dos escombros.
“Temos nossas equipes em prontidão em vários pontos da cidade para dar suporte à Defesa Civil, Guarda Municipal e demais órgãos municipais. A determinação do prefeito David Almeida foi clara, manter o monitoramento constante e garantir o atendimento imediato às ocorrências. A chuva já começa a diminuir, mas as equipes continuam atuando para minimizar os impactos e prestar assistência às pessoas afetadas”, afirma o prefeito em exercício.
A prefeitura mobilizou equipes das secretarias municipais de Infraestrutura (Seminf), da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), de Limpeza Pública (Semulsp), Defesa Civil e do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU). Uma retroescavadeira foi enviada para realizar a remoção dos entulhos e liberar a via, enquanto os técnicos avaliam a estrutura remanescente para evitar novos riscos.
O tenente-coronel Lima Júnior, titular da Defesa Civil de Manaus, reforçou a importância de que moradores em áreas de risco fiquem atentos e acionem os órgãos competentes em caso de emergências. “Estamos com todas as equipes nas ruas e pedimos que, ao menor sinal de perigo, entrem em contato pelo telefone de emergência da Defesa Civil (92) 98802-3547. Nossa prioridade é proteger vidas, e insistimos para que os moradores deixem suas casas quando houver risco de desabamento”, alertou.
A enfermeira Alícia Ferreira, de 50 anos, moradora da residência atingida pelo desabamento, relatou o acolhimento que recebeu após o incidente. “Eu me senti muito acolhida, primeiramente pelos vizinhos, que me ajudaram a descer de casa e me deram roupas, porque eu saí sem nada. Depois, começaram a chegar as equipes da prefeitura, inclusive o vice-prefeito Renato. Jamais imaginei que ele viria até aqui, mas ele demonstrou ser um homem muito humano. Estou extremamente grata pelo apoio dele, do prefeito e de toda a equipe que nos acolheu nesse momento tão difícil”.
A moradora também explicou que sua casa será completamente destruída com a remoção dos escombros. “Agora estamos cadastrados na Seminf e na Semasc para receber cesta básica e o suporte necessário. Assim que a retroescavadeira chegar, minha casa vai desabar de vez, e tudo o que construí em 25 anos vai para baixo. Mas eu pretendo continuar com a cabeça erguida para recomeçar”, disse.
