O cineasta João Moreira Salles, fundador do Instituto Serrapilheira - Foto: Folhapress

João Moreira Salles é jornalista, editor, documentarista – e, mais recentemente, ambientalista. Essa é uma identidade relativamente nova para a oitava pessoa mais rica do Brasil, um homem urbano, herdeiro de família banqueira, cuja fortuna soma quase 21 bilhões de reais, de acordo com a lista global de biolionários da Forbes. João não tinha um histórico ecológico – mas agora ele “vê” a floresta, como diz, e enxerga nela um verdadeiro milagre.

“Acho que sou efeito do Bolsonaro”, diz. “Aconteceu logo no primeiro ano do seu governo, cujo projeto era evidentemente o da devastação da Amazônia. Percebi que boa parte das pessoas estava completamente alheia a esse problema – e que eu me incluía nessa lista.”

O documentarista, que até então não conhecia a Amazônia, resolveu então passar um tempo no Pará, onde se encontrou com indígenas, ambientalistas, colonos, cientistas e donos de pastagens para coletar as histórias da maior floresta tropical do mundo. A junção desses relatos, publicados originalmente na revista Piauí, saiu no fim de 2022 em forma de livro: “Arrabalde: Em Busca da Amazônia”. Agora ele tem uma empresa de reflorestamento e defende que, para preservar a maior floresta tropical do mundo, ela precisa se tornar patrimônio cultural nacional.

João Moreira Salles, o oitavo homem mais rico do Brasil, nunca se considerou um grande defensor da natureza – isto é, até as tragédias ambientais promovidas pelo governo Bolsonaro.

*Com informações de Uol