Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa no Palácio de La Moneda, em Santiago, no Chile - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula (PT) afirmou que há uma “ofensiva antidemocrática internacional” e voltou a pregar a regulamentação das redes durante o encontro “Democracia Sempre”, com líderes de outros países latinos, no Chile.

Lula não citou o presidente norte-americano, Donald Trump, ou qualquer nome específico. “Vivemos, vivenciamos uma nova ofensiva antidemocrática”, afirmou o presidente. “A situação do mundo se agravou. O quadro que enfrentamos exige ações concretas e urgentes”, completou.

Como exemplo, citou regulamentar redes, demanda antiga do petista. “Concordamos sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação para devolver ao Estado a capacidade de proteger os seus cidadãos”, afirmou.

Ele questionou ainda o conceito de “liberdade de expressão”, pauta em comum entre trumpistas nos EUA e bolsonaristas no Brasil. “Não se confunde com autorização para incitar a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado Democrático de Direito”, declarou, em discurso lido.

O encontro não foi marcado por causa das últimas ações de Trump, mas o evento ganhou uma nova dimensão nos últimos dias. Além das tarifas contra o Brasil e da revogação dos vistos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), também houve investidas contra a Colômbia e as barreiras comerciais contra o cobre do Chile.

“Nesse momento em que o extremismo tenta reeditar práticas intervencionistas, precisamos atuar juntos”, continuou Lula. “A defesa da democracia não cabe somente aos governos, requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado.”

O evento foi convocado pelo Chile. Além de Lula, participam o anfitrião Gabriel Boric e os presidentes Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai), todos do campo progressista.

Como Lula, nenhum deles citou Trump nominalmente. Já era esperado que o norte-americano não fosse citado, mas os recados foram diretos. Sanchez, por exemplo, falou do combate aos “oligarcas de extrema direita”.

*Com informações de Uol