Publicação anunciou que não pagaria por distintivo de verificação após atualização na rede
O jornal americano The New York Times perdeu o selo de verificação em sua conta principal no Twitter, que tem 54 milhões de seguidores e é o 24º perfil mais seguido da rede.
A plataforma afirmou que começaria a remover os distintivos gratuitos a partir de ontem (1), passando a oferecê-los apenas para indivíduos e organizações que assinassem serviços da empresa.
O jornal já havia anunciado na quinta (30) que não pagaria a taxa mensal imposta para manter o selo, de U$ 1.000 (cerca de R$ 5.063), nem reembolsaria funcionários e colaboradores pelos custos da assinatura do Twitter Blue, que disponibiliza um sinal azul em contas pessoais.
Até a tarde deste domingo, outras contas pertencentes à publicação americana na rede, como o New York Times World, New York Times Arts e New York Times Opinion mantêm o selo dourado de autenticidade.
Além disso, veículos concorrentes, como o The Washighton Post, e outros que também anunciaram a recusa em aderir ao selo pago, a exemplo do Buzzfeed e do Los Angeles Times, ainda apresentam a verificação.
O movimento do Twitter parece ir de encontro a um documento interno da rede social revelado pelo próprio New York Times na sexta (31). Segundo o arquivo, as 10 mil organizações com mais seguidores e as 500 com maiores gastos em publicidade manteriam o selo sem custo.
Horas depois da remoção, o dono da plataforma, Elon Musk, fez críticas ao jornal, chamando o conteúdo produzido pelo veículo de “propaganda que nem é interessante”.
Musk também disse que o feed do perfil da publicação é o equivalente a uma “diarreia”, devido à quantidade de postagens diárias, e que apenas as principais reportagens deveriam ser divulgadas na rede.
“A verdadeira tragédia do New York Times é que a propaganda deles nem é interessante. Além disso, o feed deles é o equivalente no Twitter a uma diarreia. Eles teriam muito mais seguidores reais se apenas postassem suas principais reportagens. O mesmo se aplica a todas as publicações”, disse o empresário.
Antes de Musk assumir o comando da empresa, os selos de verificação eram distribuídos gratuitamente como forma de atestar a autenticidade de perfis considerados notáveis e de relevância pública, como políticos, celebridades, acadêmicos e veículos de comunicação.
As novas regras são parte da estratégia de Musk de aumentar as fontes de receita da empresa. Desde o ano passado, ele afirma que o Twitter passa por problemas financeiros e que precisa de reestruturações em seu modelo de negócios.
Os serviços Twitter Blue e Verified Organizations são as principais apostas do bilionário nesse sentido e oferecem, além dos selos, recursos exclusivos como a redução das propagandas na timeline, possibilidade de edição de tuítes e maior visibilidade às contas.
Com informações da Folha de S.Paulo