Na COP, Alcolumbre defende petróleo na foz e diz que ‘não há contradição’

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), voltou a defender hoje a exploração de petróleo na Margem Equatorial, próximo à foz do rio Amazonas, na costa do Amapá, durante a abertura da COP30, cúpula global do clima, em Belém.

Para o presidente do Congresso, não há contradição entre defender o desenvolvimento sustentável e aumentar a exploração de petróleo. “Podemos celebrar um encontro global que fala da preservação do meio ambiente, mas, ao mesmo tempo, poder trazer uma mensagem clara que nós estamos fazendo a nossa parte do ponto de vista de preservação”, disse, após a cerimônia de abertura.

Esta COP vai debater este “equilíbrio”, ele diz. “O que nós queremos do mundo? Que o mundo entenda que, para nós mantermos as florestas em pé, nós precisamos cuidar de homens e mulheres que vivem debaixo da copa das árvores. [Queremos] garantir o financiamento para proteger essas famílias e, ao mesmo tempo, entender que só assim nós vamos manter a preservação ambiental do Brasil”, disse.

A licença foi concedida no fim de outubro para a exploração do Bloco 59, a 500 quilômetros da foz do rio. A região faz parte da Margem Equatorial, uma área que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte e abriga o maior conjunto de manguezais do mundo, além de um dos maiores sistemas de recifes da Amazônia. Um vazamento de petróleo naquela região poderia causar um desastre ambiental.

O discurso é similar ao do presidente Lula (PT), outro defensor da iniciativa. No discurso de abertura da cúpula dos chefes de Estado, na semana passada, ele afirmou que acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento do planeta e pregou a construção de um plano global para acabar com o uso de combustíveis fósseis.

Lula também tem defendido o uso do dinheiro do petróleo para acelerar a transição energética. “Quem só vê a floresta de cima desconhece o que se passa à sua sombra. O bioma mais diverso da Terra é a casa de quase cinquenta milhões de pessoas, incluindo quatrocentos povos indígenas, dispersa por nove países em desenvolvimento que ainda enfrentam imensos desafios sociais e econômicos”, disse, no discurso de abertura da COP30, hoje.

*Com informações de Uol