Trecho do rio Madeira ficou livre após invasão em massa de garimpeiros. — Foto: Iranilson Valente / Rede Amazônica

O Ministério Público de Contas acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar uma possível omissão de órgãos fiscalizadores no combate ao garimpo ilegal no rio Madeira, no interior do Amazonas.

Centenas de garimpeiros invadiram um trecho do rio, perto da cidade de Autazes, distante 113 Km de Manaus. A exploração ilegal de ouro durou mais de 15 dias, em uma espécie de “vila flutuante”.

Eles começaram a se dispersar na quinta-feira (25), e desfizeram a vila na sexta-feira (26), após as imagens repercutirem na imprensa e o governo prometer uma ação de combate ao garimpo ilegal. Porém, as atividades ilegais continuam sendo feitas.

No requerimento, o Ministério Público pede que a apuração seja voltada, especialmente, para a atuação da Polícia Federal e Marinha do Brasil.

Nesta semana, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Marinha e Polícia Federal fariam uma operação na região para investigar os garimpeiros no local. Essa operação ainda não foi feita até este sábado (27).

Ele tratou com naturalidade a invasão de balsas no Madeira e disse que todos os anos os garimpeiros procuram o lugar com mais ouro. Ele afirmou que medidas já estão sendo tomadas para verificar o arrastão de ouro no Rio Madeira.

Mesmo após a dispersão dos garimpeiros, ainda é possível encontrar balsas e dragas atuando no leito do rio, de forma isolada ou em pequenos grupos, entre as cidades de Autazes e Borba.

O ativista do Greenpeace Brasil, Danicley Aguiar, afirma que essa dispersão faz parte de uma estratégia dos garimpeiros para dificultar a fiscalização.

“O anúncio dessa operação, prometida pelo governo federal, acabou a facilitar que eles construíssem um plano de fuga da região. Permitiu a dispersão dessas dragas, o que dificulta ainda mais o combate a essa atividade”, afirmou.

Segundo o projeto MapBiomas, autoridades brasileiras já tinham há cerca de um mês imagens de satélite mostrando a aglomeração de garimpeiros no rio Madeira.

*Com informações de G1