Francisco Cuoco - Foto: Reprodução / Instagram / @franciscocuocoreal

O ator Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da televisão brasileira, morreu nesta quinta-feira, 19, em São Paulo, aos 91 anos. A informação foi confirmada ao Terra pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Famosos como Miguel Falabella e Ana Maria Braga lamentaram a morte do ator.

Cuoco consagrou-se como um dos grandes protagonistas da TV brasileira, com atuações em novelas como: Pecado Capital (1975), O Astro (1977), Selva de Pedra (1972) e O Sétimo Sentido (1982).

Com uma trajetória de mais de 60 anos na dramaturgia, o ator participou de dezenas de produções e, na última década, fazia participações especiais em projetos audiovisuais.

Francisco Cuoco deixa três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — e netos. Segundo comunicado da TV Globo, o ator morreu por falência múltipla dos órgãos.

Quem foi o ator?

Nascido em uma família humilde do bairro do Brás, em São Paulo, filho do feirante italiano Leopoldo e da dona de casa Antonieta, Francisco Cuoco dividia seu tempo entre ajudar o pai na feira e se encantar com os circos mambembes que se instalavam no terreno baldio próximo à sua casa. O menino que sonhava com o cinema e fazia pequenas encenações acabou trocando o Direito pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde se formou após quatro anos de estudos.

Sua carreira decolou nos palcos do Teatro Brasileiro de Comédia e do Teatro dos Sete, onde interpretou clássicos como O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. O reconhecimento veio em 1964, quando recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação em Boeing-Boeing. A transição para a televisão ocorreu no Grande Teatro Tupi, onde protagonizou peças de prestígio antes de se tornar um dos maiores galãs da dramaturgia brasileira.

Na TV, construiu uma carreira repleta de personagens marcantes: desde o taxista Carlão em Pecado Capital (1975) até Roque Santeiro na versão censurada da novela em 1975. Formou uma das duplas mais populares da televisão brasileira ao lado de Regina Duarte em produções como Selva de Pedra (1972) e O Sétimo Sentido (1982). Apesar de menos atuante no cinema — área que sempre sonhou em explorar –, deixou sua marca em filmes como Cafundó (2005), ao lado de Lázaro Ramos.

Na vida pessoal, foi casado primeiro com a atriz Carminha Brandão (12 anos mais velha do que ele), depois com Gina Rodrigues (mãe de seus três filhos) e, mais tarde, com a estilista Thaís Almeida (53 anos mais jovem).

Mesmo com a diminuição dos papéis de protagonista nas décadas seguintes, Cuoco manteve-se ativo até os últimos anos, com participações em novelas como Salve-se Quem Puder (2020) e No Corre (2023).

A pandemia trouxe desafios pessoais — incluindo um diagnóstico de depressão em 2020 –, mas o ator sempre demonstrou vontade de continuar atuando: “Acho que ainda tenho vigor para isso”, afirmou emocionado em entrevista a Pedro Bial em 2021, provando que o menino do Brás nunca perdeu seu amor pela arte de interpretar.

*Com informações de Terra