O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu, nesta sexta-feira (1º), às sanções econômicas impostas pelo governo dos Estados Unidos a ele, com base na Lei Magnistky.
O magistrado disse que a ação do clã Bolsonaro para convencer a potência estrangeira a adotar medidas contra o país caracteriza “traição ao Brasil”.
“Temos visto recentemente ações de diversos brasileiros que estão sendo processados ou investigados. Estamos constatando condutas dolosas, conscientes (…) de uma verdadeira organização criminosa, que atua de forma jamais vista em nosso país, de maneira covarde e traiçoeira”, começou o magistrado, durante a sessão extraordinária que marcou o retorno do Judiciário após o recesso.
Segundo Moraes, as sanções são consequência das ações de pessoas que agem contra o país. Ontem, o presidente Donald Trump assinou o decreto que oficializava as tarifas contra países parceiros – o Brasil tem a maior alíquota, de 50%.
“Agem, repito, de maneira covarde e traiçoeira. Covarde porque esses brasileiros, pseudo patriotas, encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de permanecer no país e atuam por meio de atos hostis”, disse o ministro.
Moraes ainda afirmou que a implementação dessas sanções tem por objetivo instaurar uma crise econômica no Brasil.
“Com isso, buscam gerar pressão política e social que possa interferir no andamento das ações penais, muitas já na fase de alegações finais. O modus operandi golpista é o mesmo”, seguiu.
O magistrado repudiou a postura daqueles que assumem a autoria de tais negociações e se nomeiam interlocutores do tarifaço.
