Ministério da Justiça acatou sugestão de sindicatos e da Fenaj para criação de um observatório contra a violência a jornalistas no Brasil (Foto: Jornal O Globo)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou hoje (17), a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas; A proposta foi levada ao ministro pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

O Ministério da Justiça criou o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais. O órgão havia sido anunciado pelo titular da pasta, Flávio Dino, após as agressões a profissionais da imprensa durante os ataques terroristas praticados por bolsonaristas radicais em 8 de janeiro, em Brasília. A proposta foi levada ao ministro pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

“Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça, o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e segurança pública”, disse o ministro em postagem nas redes sociais.

A portaria que cria o observatório foi publicada hoje (17), no Diário Oficial da União. Segundo o texto, o órgão terá por objetivo monitorar casos relacionados a condutas violentas contra jornalistas e comunicadores sociais, apoiar investigações nesses casos e sugerir políticas públicas.

Os participantes do observatório não serão remunerados.

Logo após os ataques de 8 de janeiro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura de investigação para identificar responsáveis por agressões a jornalistas.

O documento encaminhado pela ABI à PGR lista 15 casos de agressões sofridas por profissionais de imprensa.

A ABI menciona o espancamento de uma fotojornalista do portal Metrópoles agredida, segundo a associação, por dez homens.

Também cita o relato de um repórter do portal “Congresso em Foco” que teria sido impedido por um policial rodoviário federal de permanecer em lugar seguro.

De acordo com a ABI, jornalistas tiveram ainda equipamentos furtados ou danificados nas agressões. A associação pede a reparação dos danos materiais e morais às vítimas.

“[Os] crimes praticados contra os jornalistas tiveram como motivação principal a política doentia dos extremistas e os atos terroristas realizados, restringindo a livre imprensa e expressão dos profissionais. Além de violar de forma direta e inequívoca o Estado Democrático de Direito, coibindo que as informações referentes ao ato antidemocrático chegassem até a população brasileira”, argumenta.

Com informações do G1