Todo medicamento pode ter efeitos colaterais, e um dos mais comuns em algumas classes de remédios é a alteração no peso corporal. Esse fenômeno pode ocorrer por diferentes mecanismos, como aumento do apetite, retenção de líquidos e mudanças no metabolismo. Além disso, alguns fármacos interferem na regulação hormonal e na forma como o corpo processa os nutrientes, favorecendo o acúmulo de gordura.
Mas ainda que a questão preocupe muitos pacientes, especialistas alertam que o ganho de peso não deve ser motivo para interromper o tratamento sem orientação médica. Cada organismo responde de forma diferente aos medicamentos, e é possível minimizar esse efeito colateral por meio do acompanhamento profissional e da adoção de hábitos saudáveis.
“Medicamentos como antidepressivos, corticoides e alguns antipsicóticos podem facilitar o ganho de peso. Ainda assim, isso não é motivo para abandonar o tratamento. É normal que alguns medicamentos tenham efeitos colaterais, mas isso não diminui sua importância”, afirma o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos.
Classes de remédios com maior impacto
Os antidepressivos, especialmente os tricíclicos (tipo de estrutura com três anéis de carbono), como amitriptilina e nortriptilina, podem aumentar o apetite e levar ao acúmulo de gordura corporal. “Isso ocorre porque esses medicamentos influenciam neurotransmissores que regulam o humor e a saciedade, o que pode resultar em um aumento na ingestão calórica”, explica o farmacêutico.
Já os corticoides, como prednisona e dexametasona, são amplamente usados para tratar inflamações e doenças autoimunes, mas podem favorecer a retenção de líquidos e o aumento da gordura abdominal. A explicação passa pela ação desses medicamentos na regulação da insulina e no metabolismo da glicose, o que pode levar a um acúmulo de gordura, especialmente na região do abdômen.
Por fim, antipsicóticos como olanzapina e risperidona podem afetar a regulação da glicose e estimular o acúmulo de gordura. “Esses medicamentos, usados no tratamento de transtornos psiquiátricos, alteram os sistemas de controle da fome no cérebro, muitas vezes aumentando o apetite e reduzindo a saciedade”, pontua o supervisor da Santo Remédio.
Dicas para manter o peso durante o tratamento
Jhonata Vasconcelos reforça que a possibilidade de ganhar peso durante o tratamento com medicamentos não pode ser um impeditivo para fazer o uso correto dos fármacos, acompanhado por um profissional.
Para manter o tratamento e evitar ou reduzir esses efeitos, o mais adequado é buscar uma alimentação saudável e praticar atividades físicas com regularidade.
“O médico pode ajustar a dose ou indicar alternativas que tenham menor impacto no peso. Além disso, é possível verificar quais exercícios podem ser realizados por você durante o tratamento”, destaca o farmacêutico.
O perigo da automedicação e os riscos à saúde
Outro ponto crucial é evitar a automedicação. O uso de medicamentos sem orientação médica pode não apenas levar ao ganho de peso, mas também desencadear outros efeitos adversos sérios.
“Tomar remédios por conta própria é um risco para a saúde. Além do efeito colateral indesejado, pode haver interações perigosas com outros medicamentos ou até mascarar problemas de saúde mais graves. O ideal é sempre buscar orientação profissional”, alerta Vasconcelos.
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